quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

NAILED TO OBSCURITY - Black Frost


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Black Frost
2. Tears of the Eyeless
3. The Aberrant Host
4. Feardom
5. Cipher
6. Resonance
7. Road to Perdition
8. Abyss (2019 version) (bônus)
9. Autumn Memories (2019 version) (bônus)
10. Fallen Leaves (2019 version) (bônus)


Banda:


Raimund Ennenga - Vocais
Jan-Ole Lamberti - Guitarras
Volker Dieken - Guitarras
Carsten Schorn - Baixo
Jann Hillrichs - Bateria


Ficha Técnica:

V. Santura - Produção, Engenharia de Som, Mixagem, Masterização
Santiago Caruso - Artwork


Contatos:

Assessoria:
E-mail:

Indicação: fãs de PARADISE LOST (antigo), ANATHEMA (antigo), TIAMAT (antigo), e Doom Death Metal em geral


Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução:

Em termos históricos, o BLACK SABBATH lançou as sementes do que viria a ser o Doom Metal com seus 3 primeiros álbuns, e bandas como WITCHFINDER GENERAL, SAINT VITUS, TROUBLE, THE OBSESSED e outros deram continuidade ao azedume original; o CANDLEMASS levou o gênero a outro patamar ao usar vocais líricos e uma sonoridade mais limpa, sem perder o peso característico; no início dos anos 90, PARADISE LOST e MY DYING BRIDE deram origem ao Doom Death Metal, fundindo os andamentos lentos do Doom Metal com a brutalidade do Death Metal, e os experimentalismos deste e de outros iriam definir elementos que hoje são a espinha dorsal de bandas mais extremas em termos de Doom Metal.

Desta forma, vê-se que o quinteto alemão NAILED TO OBSCURITY é depositário de uma tradição de quase 50 anos de música em seus ombros. Mas “Black Frost”, seu quarto e mais recente disco (que saiu no Brasil pela Shinigami Records/Nuclear Blast Brasil) mostra que são capazes de criar algo diferenciado.


Análise geral:

Pode-se aferir que o quarteto faz o que podemos chamar de Doom Death Metal melódico, ou seja, o peso e azedume do Doom Metal, a brutalidade opressiva do Death Metal e melodias soturnas que experimentalismos dentro do gênero acabaram permitindo.

A diferença: apesar da opressão, existe algo de elegante e quase de gótico em certos momentos (como ouvido em “The Aberrant Host”), e a banda mostra personalidade ao criar seu próprio jeito de fazer música em um estilo já bem desgastado.

Simplificando: é bom demais!


Arranjos/composições:

Um dos pontos mais fortes do grupo: sua capacidade de arranjar as canções de forma diferenciada.

Como dito, Doom Death Metal já não é algo de novo, então, trilhar este gênero é algo que necessita não só de “gostar de fazer”, mas de ter talento para tanto. E o grupo é capaz de criar uma boa dinâmica entre ritmos, e além de saber usar bem os contrastes de partes suaves com momentos intensos. E isso em uma banda que faz algo mais tradicional em termos de instrumentos, pois todas as ambientações são criadas pelas guitarras, e não por teclados.


NAILED TO OBSCURITY ao vivo
Qualidade sonora:

V. Santura (guitarrista do TRIPTYKON e DARK FORTRESS) é quem produziu, fez a engenharia sonora, mixou e masterizou “Black Frost”, conferindo à banda uma sonoridade que é clara e densa nos momentos mais limpos, mas brutal e azeda nas partes extremas. Além disso, a escolha dos timbres dos instrumentos foi de uma sabedoria incrível, justamente para que tudo possa soar claro, mas bruto.

Sim, é um trabalho muito bem feito, e que encaixa como uma luva na proposta musical do disco.


Arte gráfica/capa:

O artista argentino é o responsável pela arte de “Black Frost”, criando algo que aparenta ser simples e bem orgânico, mas que ao mesmo tempo, transpira a forte aura melancólica que exala das músicas do grupo.


Destaques musicais:

Para aqueles que gostam de Doom Death Metal, “Black Frost” é um disco indispensável, que realmente é rico em termos de ambientações melancólicas aliadas à brutalidade do gênero.

Melhores momentos: a brutal e opressiva “Black Frost” (com seus andamentos lentos e soturnos, tudo mostrando um trabalho firme e bem entrosado de baixo e bateria); os contrastes de partes agressivas e momentos melancólicos e limpos de “Tears of the Eyeless”; as mudanças entre algo gótico e Death Metal mostradas em “The Aberrant Host” (onde se percebe a versatilidade dos vocais, e ao mesmo tempo, se percebe algo que o TIAMAT mostrava em “Wildhoney”); o peso cadenciado e agressivo de “Feardom” e “Cipher” (nesta última, mais uma vez a banda exibe uma enorme riqueza de contrastes, e que trabalho ótimo de guitarras), o típico ‘approach’ Doom Death Metal alemão (ou seja, pesado, agressivo, mas melancólico e soturno ao mesmo tempo) de “Resonance” e “Road to Perdition”. Ou seja, todas as 7 faixas do disco em si são ótimas.

Mas nem se atrevam a deixar de lado as novas versões do grupo para “Abyss”, “Autumn Memories” e “Fallen Leaves”, todas do primeiro disco do grupo (“Abyss”, de 2007), agora com a formação atual, ganhando assim mais peso, impacto e mesmo agressividade.

Não dá para ouvir uma só, e nem uma única vez!


Conclusão:

O tempo em geral separa os discos “mais um” dos clássicos, algo que nenhum escritor pode aferir com exatidão (na realidade, a tendência é errar feio), mas “Black Frost” vem para estabelecer o NAILED TO OBSCURITY como um gigante do gênero.


Nota: 9,0/10,0


Black Frost



Tears of the Eyeless

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