Ano: 2018
Tipo: Full Length
Selo: Independente
Nacional
Tracklist:
1. Intro
2. Sea of Revenge
3. Tough Ain’t Enough
4. Restless
5. The Final Act
6. Minds Stalker
7. Dystopian Reality
8. Why
9. Block 11
10. Back on the Road
11. Prelude to the End
Banda:
Wille Cardoso - Vocais
Leandro Motta - Guitarras
Max Batista - Guitarras
Luciano Rivero - Baixo
Augusto Morais - Bateria
Ficha Técnica:
Shadows Legacy - Produção, mixagem, masterização
Aldo Carmine - Produção, mixagem, masterização
Leo Amorim - Artwork
Contatos:
Site Oficial:
Facebook: https://www.facebook.com/shadowslegacy
Assessoria: http://www.metalmedia.com.br/shadowslegacy/ (Metal Media)
E-mail: shadowslegacyband@gmail.com
Texto: “Metal Mark” Garcia
Uma das maiores forças motrizes da música é a evolução. E diferentemente de muitos estilos mais populares, o Metal sempre teve alinhamento com a evolução, não parou no tempo, e por isso, não ficou restrito a ser um estilo bolorento feito por e para velhos senis e fãs obcecados por uma cultura/militância há muito mortas e enterradas. Sem a evolução individual de cada banda, o Metal se tornaria um estilo morto. E é bom ver como o quinteto SHADOWS LEGACY, de Campo Grande (MS), sabe como evoluir sem perder sua essência, como se percebe em “Lost Humanity”, seu novo álbum, que acaba de ser lançado.
Sendo o segundo álbum deles, se percebe que o Metal tradicional deles continua o mesmo. Mas agora, em meio às influências da NWOBHM, temos linhas melódicas ganchudas com muito do US Metal dos anos 80, e assim, entraram no trabalho deles algo de Hard Rock clássico e certo acento melódico acessível. Ao mesmo tempo, “Lost Humanity” é mais denso (devido a certa aura introspectiva em muitas das canções do álbum), melodioso e maduro que “You're Going Straight to Hell”. A banda evoluiu como um todo, e continua dando uma aula de como se fazer música de alto nível, com boas melodias, e muita, muita energia.
Basicamente, se você já era fã da banda antes, não terá o que reclamar de “Lost Humanity”, mas terá motivos de sobra para aplaudir.
A sonoridade do disco é bem melhor que a dos anteriores. Está mais pesada, bem definida e bem feita, e a crueza sonora à lá NWOBHM cedeu espaço para algo mais maduro, pesado e bem feito, que permite que as linhas melódicas do quinteto fiquem mais evidenciadas. E esta limpeza, proporcionada pela produção do quinteto em parceria com Aldo Carmine ficou ótima. A crueza essencial vem dos timbres instrumentais escolhidos, e assim, temos uma dose de agressividade extra. A arte, por sua vez, é reta e direta, para não tirar do ouvinte o foco, que é a música.
Podemos dizer que o jeitão NWOBHM do SHADOWS LEGACY ganhou um jeito forte, pesado e empolgante que vem do US Metal. Por isso se percebe uma energia forte, encorpada e diferente na música do grupo (percebam isso logo em “Sea of Revenge”, onde se sente certo toque de QUEENSRYCHE antigo nas linhas melódicas), mas sem que se perca a essência que eles sempre tiveram. Além disso, os arranjos musicais estão muito melhores que antes, mais bem feitos e encaixando nas harmonias de forma magistral. Além disso, os refrães estão excelentes.
“Sea of Revenge” tem aquele peso denso e bem feito que conhecemos da escola Norte Americana, lembrando um pouco o Prog Metal dos 80 (à lá QUEENSRYCHE e FATES WARNING), mostrando um refrão excelente e belos arranjos de guitarras e vocais (que melhoram muito entre os discos). Mantendo a pegada pesada, “Tough Ain’t Enough” já tem um jeito mais acessível em alguns pontos, mas como baixo e bateria estão bem nela. “Restless” já mostra algo mais voltado ao estilo dos discos anteriores (inclusive com belos duetos de guitarra), embora com o alinhavo atual. Como todo bom disco de Metal tradicional tem uma balada, “The Final Act” vem para mostrar esse lado do grupo, só que é uma canção densa, introspectiva e que ganha peso e energia no refrão (que é excelente, verdade seja dita). Mais agressiva e seca, vem “Minds Stalker”, onde um toque de Metal tradicional moderno aparece, com um refrão excelente (que vai lembrar os fãs de algo próximo ao ICED EARTH em termos de vocais e riffs), e é a mesma essência de “Dystopian Reality” (onde se percebem alguns vocais mais agressivos aqui e ali, e os vocais normais estão excelentes). Com um jeito mais pesado e denso, “Why” seduz o ouvinte por suas belas melodias, solos, mas sem que a base rítmica fique sem mostrar sua boa técnica, mesmos elementos da dinâmica e envolvente “Block 11”. Em “Back on the Road”e “Back on the Road” se percebe um alinhavo melódico mais acessível próximo do US Metal dos anos 80, mas mantendo um peso cavalar de primeira (e que vocais).
Desta forma, o SHADOWS LEGACY se mostra maduro, coerente e sempre uma ótima banda. E “Lost Humanity” tem tudo para alavancar a carreira da banda por todo Brasil, e mesmo exterior.
The Final Act: https://www.youtube.com/watch?v=B7OVzDfmgZA
Back on the Road: https://www.youtube.com/watch?v=nd_6AmZ3b_E