Ano: 2019
Tipo: Full
Length
Nacional
Tracklist:
1. Black
Frost
2. Tears of
the Eyeless
3. The
Aberrant Host
4. Feardom
5. Cipher
6.
Resonance
7. Road to
Perdition
8. Abyss
(2019 version) (bônus)
9. Autumn
Memories (2019 version) (bônus)
10. Fallen
Leaves (2019 version) (bônus)
Banda:
Raimund
Ennenga - Vocais
Jan-Ole
Lamberti - Guitarras
Volker
Dieken - Guitarras
Carsten
Schorn - Baixo
Jann
Hillrichs - Bateria
Ficha Técnica:
V. Santura - Produção, Engenharia de Som, Mixagem,
Masterização
Santiago Caruso - Artwork
Contatos:
Site Oficial: http://www.nailedtoobscurity.com/
Assessoria:
E-mail:
Indicação: fãs de PARADISE LOST (antigo), ANATHEMA (antigo),
TIAMAT (antigo), e Doom Death Metal em geral
Texto: “Metal Mark”
Garcia
Introdução:
Em termos históricos, o BLACK SABBATH lançou as sementes do
que viria a ser o Doom Metal com seus 3 primeiros álbuns, e bandas como
WITCHFINDER GENERAL, SAINT VITUS, TROUBLE, THE OBSESSED e outros deram
continuidade ao azedume original; o CANDLEMASS levou o gênero a outro patamar
ao usar vocais líricos e uma sonoridade mais limpa, sem perder o peso
característico; no início dos anos 90, PARADISE LOST e MY DYING BRIDE deram
origem ao Doom Death Metal, fundindo os andamentos lentos do Doom Metal com a
brutalidade do Death Metal, e os experimentalismos deste e de outros iriam
definir elementos que hoje são a espinha dorsal de bandas mais extremas em
termos de Doom Metal.
Desta forma, vê-se que o quinteto alemão NAILED TO OBSCURITY
é depositário de uma tradição de quase 50 anos de música em seus ombros. Mas “Black
Frost”, seu quarto e mais recente disco (que saiu no Brasil pela Shinigami
Records/Nuclear Blast Brasil) mostra que são capazes de criar algo diferenciado.
Análise geral:
Pode-se aferir que o quarteto faz o que podemos chamar de
Doom Death Metal melódico, ou seja, o peso e azedume do Doom Metal, a
brutalidade opressiva do Death Metal e melodias soturnas que experimentalismos
dentro do gênero acabaram permitindo.
A diferença: apesar da opressão, existe algo de elegante e
quase de gótico em certos momentos (como ouvido em “The Aberrant Host”), e a
banda mostra personalidade ao criar seu próprio jeito de fazer música em um
estilo já bem desgastado.
Simplificando: é bom demais!
Arranjos/composições:
Um dos pontos mais fortes do grupo: sua capacidade de
arranjar as canções de forma diferenciada.
Como dito, Doom Death Metal já não é algo de novo, então,
trilhar este gênero é algo que necessita não só de “gostar de fazer”, mas de
ter talento para tanto. E o grupo é capaz de criar uma boa dinâmica entre
ritmos, e além de saber usar bem os contrastes de partes suaves com momentos intensos.
E isso em uma banda que faz algo mais tradicional em termos de instrumentos,
pois todas as ambientações são criadas pelas guitarras, e não por teclados.
V. Santura (guitarrista do TRIPTYKON e DARK FORTRESS) é quem
produziu, fez a engenharia sonora, mixou e masterizou “Black Frost”, conferindo
à banda uma sonoridade que é clara e densa nos momentos mais limpos, mas brutal
e azeda nas partes extremas. Além disso, a escolha dos timbres dos instrumentos
foi de uma sabedoria incrível, justamente para que tudo possa soar claro, mas
bruto.
Sim, é um trabalho muito bem feito, e que encaixa como uma
luva na proposta musical do disco.
Arte gráfica/capa:
O artista argentino é o responsável pela arte de “Black Frost”,
criando algo que aparenta ser simples e bem orgânico, mas que ao mesmo tempo,
transpira a forte aura melancólica que exala das músicas do grupo.
Destaques musicais:
Para aqueles que gostam de Doom Death Metal, “Black Frost” é
um disco indispensável, que realmente é rico em termos de ambientações
melancólicas aliadas à brutalidade do gênero.
Melhores momentos: a brutal e opressiva “Black Frost” (com
seus andamentos lentos e soturnos, tudo mostrando um trabalho firme e bem
entrosado de baixo e bateria); os contrastes de partes agressivas e momentos
melancólicos e limpos de “Tears of the Eyeless”; as mudanças entre algo gótico
e Death Metal mostradas em “The Aberrant Host” (onde se percebe a versatilidade
dos vocais, e ao mesmo tempo, se percebe algo que o TIAMAT mostrava em “Wildhoney”);
o peso cadenciado e agressivo de “Feardom” e “Cipher” (nesta última, mais uma
vez a banda exibe uma enorme riqueza de contrastes, e que trabalho ótimo de
guitarras), o típico ‘approach’ Doom Death Metal alemão (ou seja, pesado,
agressivo, mas melancólico e soturno ao mesmo tempo) de “Resonance” e “Road to
Perdition”. Ou seja, todas as 7 faixas do disco em si são ótimas.
Mas nem se atrevam a deixar de lado as novas versões do
grupo para “Abyss”, “Autumn Memories” e “Fallen Leaves”, todas do primeiro
disco do grupo (“Abyss”, de 2007), agora com a formação atual, ganhando assim
mais peso, impacto e mesmo agressividade.
Não dá para ouvir uma só, e nem uma única vez!
Conclusão:
O tempo em geral separa os discos “mais um” dos clássicos,
algo que nenhum escritor pode aferir com exatidão (na realidade, a tendência é
errar feio), mas “Black Frost” vem para estabelecer o NAILED TO OBSCURITY como
um gigante do gênero.
Nota: 9,0/10,0
Black Frost
Tears of the Eyeless