segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

METALWINGS - Fallen Angel in the Hell


Ano: 2016
Tipo: Extended Play (EP)
Selo: Independente
Importado


Tracklist:

1. Fallen Angel in the Hell
2. Slaves of the Night
3. Ship of Shadows
4. Immortal Metal Wings
5. Crying in the Sun


Banda:


Stela Atanasova - Vocais, violão elétrico, teclados
Grigor Kostadinov - Guitarras
Krastyo Jordanov - Guitarras, flauta irlandesa, backing vocals
Angel Kitanov - Teclados
Nikola “Blackie” Ivanov - Bateria


Contatos:

Site Oficial: http://www.metalwings.eu       
Twitter:
Instagram:
Bandcamp:


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Um dos aspectos mais interessantes dos subgêneros de Metal é a sua capacidade de se diversificarem ainda mais. Cada vertente acaba ganhando mais e mais subgêneros diferentes, e o ponto mais importante nisso é: a criatividade e diversidade que vão aglutinando valores ao Metal como um todo. E é muito bom poder ouvir uma banda como o quinteto búlgaro METALWINGS, da cidade de Sofia. E eles, depois de três Singles, em 2016 lançaram seu primeiro EP, “Fallen Angel in the Hell”.

A banda faz aquilo que chamamos de Symphonic/Gothic Metal em um formato clássico, ou seja, uma banda que busca suas inspirações lá nos anos 90. Comparações a nomes como NIGHTWISH, LEAVE’S EYES e outros serão óbvias, já que o METALWINGScompartilha com elas as mesmas influências sonoras, porém sem ser uma cópia. Mesmo porque o quinteto usa alguns instrumentos diferentes, como violão e flautas irlandesas para dar um tom diferente à sua música. E mesmo com essa fórmula já tendo sido usada muitas vezes, o quinteto possui personalidade e um trabalho cativante todo deles.

A produção sonora foi bem feita. Apesar de estar bem longe do que os grandes nomes do estilo fazem (obviamente por terem maior investimento), está muito boa, com boa dose de clareza e peso. Não é o ideal para um trabalho musical como o deles, mas está muito bom.

A beleza estética sonora do METALWINGS é seu ponto mais forte, criando uma diversidade interessante de arranjos, muitos contrastes entre peso e melodias sinfônicas, sempre com ótimos vocais femininos, muito peso fluindo da base rítmica, teclados criando uma ambientação inteligente, e guitarras em ótima forma. Eles prometem bastante, diga-se de passagem, e tendem a ir longe.

Os contrastes de beleza e peso que se ouvem na belíssima “Fallen Angel in the Hell” (recheada de ótimos vocais e guitarras bem pesadas), o crescendo sinfônico bem arranjado de “Slaves of the Night” (reparem bem como os teclados se encaixam perfeitamente), a ternura das melodias bem estruturadas e de fácil assimilação de “Ship of Shadows” (boas conduções sólidas de baixo e bateria), a pesada e densa “Immortal Metal Wings” possui uma fusão muito bem feita entre partes mais pesadas com certo toque de melancolia e vocais extremamente belos. E “Crying in the Sun” é uma faixa bônus, vindo do primeiro Single da banda, de 2012, que já mostrava na época que tem talento para o estilo, com arranjos bem dinâmicos e melodias acima da média (além da presença de vocais masculinos muito bem pensados).

O METALWINGS tem muito futuro, ainda mais que a banda está para lançar seu primeiro Full Length agora no final de Março próximo, e se chamará “For All Beyond”.

Até lá, “Fallen Angel in the Hell” é uma ótima pedida.

Nota: 90%


DEVICE - Godless


Ano: 2018
Tipo: Extended Play (EP)
Selo: Independente
Nacional


Tracklist:

1.      Silenced by Blood
2.      Message to the Clergy
3.      Loveless
4.      Igreja Universal


Banda:

Italo Guardieiro - Vocais
Marco Mendes - Guitarras
Daniel Gonçalves - Baixo
Diego Campos - Bateria


Ficha Técnica:

Device - Produção
Pedro Tavares - Mixagem, masterização
Raphael Gabrio - Capa


Contatos:

Site Oficial:
Twitter:
Assessoria:



Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Existem bandas, tanto no Brasil quanto no exterior, cuja finalidade não é a de criar algo inovador em termos de Metal. Muitos preferem fazer apenas aquilo que possuem em si. E isso não é algo ruim, de forma alguma, pois bons trabalhos surgem também nessa linha de pensamento. O agora quarteto DEVICE, do Distrito Federal, é a prova disso em “Godless”, recém-lançado EP do grupo.

Como dito, a banda não tem a intenção de inovar, mas apenas de fazer seu Death/Thrash Metal brutal conforme aquilo que passar na cabeça de seus integrantes. Mas mesmo assim, se perceber no trabalho do quarteto uma pegada envolvente, com boas mudanças de ritmo, e um trabalho musical coerente e feito com garra. E as canções do EP são preenchidas por bons riffs de guitarra, um trabalho bem pesado e técnico de baixo e bateria, e vocais que transitam bastante entre timbres guturais e partes esganiçadas.

É ouvir e gostar!

Em termos de sonoridade, a proposta sonora de “Godless” não é de ser um disco extremamente bem acabado, mas sim espontâneo (o que de forma alguma significa que ele é mal gravado). Tudo está claro e audível, com boa qualidade, mas a banda escolheu timbres mais crus para as guitarras, para que o disco soasse brutal, uma decisão muito boa, digamos de passagem. A capa é bem simples, buscando algo mais seminal em termos de Death Metal na apresentação visual.

As quatro músicas mostram como do DEVICE amadureceu nos últimos anos. A crueza brutal de “Godless” não está despida de boa técnica ou mesmo de arranjos musicais de primeira. De forma alguma, o grupo mostra-se pronto para novo desafios musicais, agora que se tornaram um quarteto (este é o primeiro trabalho do grupo com esta formação).

“Silenced by Blood”é uma música rápida, cheia de energia e que eleva a adrenalina do ouvinte, mas cheia de ótimas mudanças de ritmo, sendo preenchidas por ótimos riffs de guitarras e solos tradicionais do gênero. Em “Message to the Clergy”, a banda mostra-se mais uma vez com uma pegada rápida, mas cheia de passagens cheias de tempos diferentes (mostrando como baixo e bateria estão bem em termos de técnica e peso). Mantendo a mesma pegada opressiva e com boa técnica instrumental é “Loveless”, onde ser percebe que os vocais possuem timbres guturais que nos permitem compreender as letras. E em “Igreja Universal”, temos uma versão do grupo para o velho clássico do R.D.P., que ganhou uma roupagem Death/Thrash muito boa, personalizando a canção, lhe impondo nova vida.

No mais, o DEVICEse mostra revigorado e pronto para novos desafios. E “Godless” abre um leque de muitas possibilidades para a banda.

Nota: 87%