sexta-feira, 1 de setembro de 2017

RAVENOUS MOB (Thrash Metal - Curvelo/MG)


Banda: RAVENOUS MOB

Início de atividades:12/2012

Discos lançados: “Unholy Secrets” EP

Formação atual: Lucas Rodrigues, Luiz Gustavo, Michael Almeida e Filipe Zimmermann

Cidade/Estado:Curvelo/MG


BD: Como a banda começou? O que os incentivou a formarem uma banda?

Eu (Filipe) já participava de uma banda anterior com o guitarrista Lucas e tocávamos covers de algumas bandas de Heavy Metal, devido às dificuldades e mudanças que a banda sofreu com baixas de integrantes e estrutura, resolvemos então mudar o rumo da proposta e passamos a compor nossas próprias músicas surgindo assim a RAVENOUS MOB no fim de 2012. Inicialmente Ewerton Melo se juntou a banda como guitarrista onde montamos nosso primeiro estúdio sendo assim o reduto de criação da banda. Devido à precariedade de adeptos ao estilo demoramos a encontrar integrantes dispostos a compor a formação da banda, a princípio conseguimos algumas parcerias para apresentações locais em eventos (Paulo Agostinho nos vocais e Phillipe Diniz no baixo). Em seguida conhecemos o Michael(vocalista) através de alguns amigos que ensaiavam no nosso estúdio e então surgiu um convite para integrar efetivamente a banda. No fim de 2014 a banda entrou em um hiato até meados de 2016 onde acabou sofrendo baixas na formação. Com o retorno começamos a gravar as faixas que viriam compor o EP “Unholy Secrets”. Nesse período conhecemos o Luiz (guitarrista) que entrou efetivamente na banda.

Inicialmente era aquela loucura de adolescente de formar sua banda e rodar o mundo mostrando sua música, sempre tivemos nossas inspirações no Metal e juntar os amigos e tocar era algo que fazia parte da rotina de todos então foi bem natural o processo. Com o amadurecimento dos integrantes essa vontade ainda se mantém firme e cada dia mais forte.


BD: Quais as maiores dificuldades que estão enfrentando no cenário?

As dificuldades são muitas, inicialmente no interior de Minas Gerais (estado que já revelou grandes nomes do Metal mundial) a cena nunca se assemelhou ao que a gente encontra na capital, então para bandas do estilo quase nunca passava na cabeça fazer além do hobby. Mesmo a banda contrariando o cenário essas dificuldades ainda são recorrentes

Outras dificuldades que quase toda banda de interior é a questão da estrutura para ensaios, realizações de shows e etc. Além de não dispor 100% do tempo para a banda devido às atividades que todos os integrantes têm paralela a banda. Porém nos mantemos ativos gravando, ensaiando e cumprindo todas as demandas pertinentes a banda.


BD: Como estão as condições em sua cidade em termos de Metal/Rock? Conseguem tocar com regularidade? A estrutura é boa?

Como mencionado na pergunta anterior, o cenário não é dos melhores apesar de que ultimamente temos tido algumas iniciativas dos amantes do metal criando festas e festivais para movimentar as bandas locais e o rock na cidade.

Atualmente estamos focados no estúdio preparando o nosso primeiro disco para o fim do ano e continuamos ensaiando e preparando o show de lançamento do mesmo.

A estrutura acompanha a força da cena local que infelizmente não é tão grande assim, mas sempre a galera busca se superar pra oferecer a melhor estrutura possível.



BD: Hoje em dia, muitos gostam de declarar o fim do Metal, já que grandes nomes estão partindo, e outros parando. Mas e vocês, que são uma banda, como encaram esse tipo de comentário?

Lucas Rodrigues: Falando sobre a realidade nossa (Brasil), o Metal só está morto pra quem não quer enxergá-lo, pois nunca tivemos tantas bandas trabalhando pra se estabelecer na cena principalmente no cenário underground. Hoje em dia, as bandas são muito independentes no sentido de se produzir e as ferramentas que temos hoje de divulgação ajudam a fomentar o movimento. Quem acha que o Metal está morto, principalmente no Brasil, é só dar uma conferida nos programas como os da Roadie Metal e tantos outros meios que dão uma força tremenda pro estilo. De forma geral, é claro que as perdas de grandes nomes do Metal dão a impressão de que o estilo venha a perder força, porém essa visão vem da diversidade em que o estilo se encontra hoje em dia. Talvez a gente não venha a ter grandes nomes como METALLICA, IRON MAIDEN, DIO e outros, mas temos um número muito maior de bandas surgindo no cenário e todas elas carregam uma quantidade considerável de fãs, e isso que mantêm o Metal vivo.

Luiz Gustavo: Na minha opinião, o Metal é o estilo de música que mais tenta se manter isolado de contato com outros gêneros, o que faz com que ele apenas se reinvente dentro dele mesmo. Assim, bandas novas estão, em geral, tentando fazer coisas no mesmo direcionamento das antigas, quase que imitando (em muitos casos imitando) suas referências. Assim, são apenas repetidoras de clichês musicais que não acrescentam nada à cena. Na outra via, as bandas que incorporam influências de outros gêneros e áreas da música não são bem aceitas, já que o público em geral é muito conservador. Dessa forma, vejo o seguinte cenário: as bandas novas são rejeitadas por imitarem ou por tentar serem diferentes (por incrível que pareça), raríssimas se salvando das críticas. O público então continua a ouvir as mesmas bandas de sempre, inclusive “torcendo o nariz” para essas quando as mesmas tentam inovar em suas músicas. Pra mim o cenário só não é mais pessimista porque o metal é uma paixão, sendo muito sincero para quem gosta. Mas em meu ponto de vista, são necessárias mudanças na mentalidade dos músicos e especialmente dos fãs.

Michael Almeida:O meu pensamento se assemelha muito ao do Lucas, porém quando dizem que o Metal está acabando, eu penso o contrário, não por fazer parte de uma banda, mas por ver as bandas do Underground mesmo sem cena por perto estão tentando mostrar seu trabalho e seu som. Independente se vão conseguir fazer sucesso ou não estão tentando de qualquer forma, mas uma base que temos é que hoje encontramos muitos festivais undergrounds que rolam tanto no Brasil quanto no mundo, às vezes a galera nem conhece, mas estes festivais estão recheados de novas bandas de excelente qualidade.

Filipe Zimmermann:Na minha opinião, o Metal nunca morreu, o que acontece nos dias de hoje é que tudo é muito pautado nas bandas clássicas que muitas vezes esse quadro fecha um pouco pra que novas bandas apareçam. Temos ai inúmeras bandas em todos os seguimentos do Metal de extrema qualidade, portanto o caminho trilhado pelas grandes bandas nos anos 60, 70 e 80 está acontecendo agora pra essas novas bandas. Acho que é questão de tempo e de apoio por parte dos empresários, mídias especializadas para que grandes bandas se tornem conhecidas e comecem a trilhar o caminho dos grandes nomes e eu não estou falando do mainstream, o Underground hoje se mostra muito mais promissor nesse sentido, mesmo sabendo que algumas bandas são engolidas pelos grandes empresários mas eu acredito no cenário independente como a melhor forma de renovação no Metal.


BD: Em termos de Brasil, o que ainda falta para o cenário dar certo? Qual sua opinião?

Lucas Rodrigues:Dentro do possível acho que já está dando muito certo, porque imaginar o Metal como um estilo predominante em um país diversificado culturalmente como é o Brasil, chega parecer utópico pra quem gosta de Metal.

Luiz Gustavo: O Metal sempre foi um estilo do underground mundial, tendo alguns momentos de maior exposição. O Brasil é um país pouco segmentado em termos de cultura popular, onde o mainstream é dominado pelo dito Sertanejo Universitário e por esse Pop Funk. Ou seja, música de péssima qualidade em todos os sentidos. Estilos mais underground no Brasil - como atualmente é o Rock, o Metal, Fusion, a MPB em geral e a música instrumental - só voltariam a ter exposição na mídia a partir do momento em que o público geral demandasse. Com um aprofundamento enorme na crise educacional e cultural do Brasil, o público tende a se afastar cada vez mais de músicas com arranjos rebuscados, letras mais e subjetivas e com traços poéticos, sons mais difíceis de assimilar e etc. Ou seja, falta gente propensa a gostar dos gêneros mais underground e criarem demanda que faça um circuito surgir. Basicamente, falta o principal.

Michael Almeida:Eu acho que falta um reconhecimento maior das grandes mídias para que possa ser um pouco apresentado no país.

Filipe Zimmermann:Umas das principais coisas é o apoio das outras bandas em reconhecer o trabalho do próximo. Tem muita gente boa fazendo material por ai e às vezes o ego não deixa compartilhar ou apesar incentivar as bandas a continuar fazendo o seu trampo. O Brasil hoje é carente culturalmente (um quadro que só vem se alastrando) que não favorece nem um pouco nosso estilo, fazendo com que as músicas “pobres” conquistem o mercado e a grande massa. Obviamente sabemos que as grandes mídias estão cagando pro underground e tantas bandas de qualidade que tem aparecido, mesmo sabendo que isso nunca acontecerá seria um forte braço pra levantar o Metal no Brasil.


BD: Deixem sua mensagem final para os leitores.

Gostaríamos primeiramente de agradecer pela oportunidade ao Metal Samsara por nos ceder este espaço, a toda a galera que acompanha a banda, a Roadie Metal pela parceria e o recado é pra galera acompanhar o EP “Unholy Secrets” que está disponível para audição no canal oficial da Ravenous Mob no Youtube, estamos trabalhando no primeiro álbum da banda e em breve traremos grandes novidades pra todos.

Join the Mob /,,/

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TEARS ÖF RAGE (Heavy/Power Metal - Caxias do Sul/RS)


Banda: TEARS ÖF RAGE

Início de atividades: 09/02/1992

Discos lançados: “Tears of Rage” (2015)

Formação atual: Luan T. Mussoi (guitarras), Cléber Reis (vocais), Cristian Porto (baixo), Guilherme Adamatti (bateria)

Cidade/Estado: Caxias do Sul/RS


BD: Como a banda começou? O que os incentivou a formarem uma banda?

A banda começou pela ideia de Luan Mussoi em criar uma banda para tocar covers de IRON MAIDEN e HELLOWEEN. O primeiro integrante a ser convidado para completar a formação foi Cristian Porto, que fazia os vocais na época. Os incentivos foram diversos, mas no início era mais um passa tempo para nós, para unir os amigos e tocar as músicas que gostávamos. Com o passar do tempo os objetivos foram amadurecendo e aqui estamos!


BD: Quais as maiores dificuldades que estão enfrentando no cenário?

O público parece estar escondido atrás de uma parede às vezes. Dependendo a região, é muito complicado o processo do ouvir e começar as músicas, porque grande parte dos ouvintes tem preferência pelas bandas clássicas. Também tem a falta de apoio de bares e produtores de shows, que só dão espaço para as mesmas bandas sempre e deixam alguns estilos e bandas no escanteio.


BD: Como estão as condições em sua cidade em termos de Metal/Rock? Conseguem tocar com regularidade? A estrutura é boa?

Há dois anos mais ou menos reduzimos a frequência de shows para dedicar tempo ao processo de gravação/edição do nosso primeiro DVD ao vivo, o “Countdown to Insanity”, que será lançado em 2018, então não posso afirmar com certeza como estão as condições, mas pelo que vejo e ouço falar das outras bandas daqui a situação não está tão favorável. São poucos lugares para tocar e os que existem geralmente são em locais de difícil acesso ao público, o que acaba prejudicando as bandas.


BD: Hoje em dia, muitos gostam de declarar o fim do Metal, já que grandes nomes estão partindo, e outros parando. Mas e vocês, que são uma banda, como encaram esse tipo de comentário?

O Metal está bem vivo, porque existem muitas bandas fazendo seu som por aí ainda, e produzindo cada vez mais. O que está morto é o público e a estrutura por trás do estilo. Produtoras, casas de shows, cachês ridículos, muita preguiça e descaso envolvidos.


BD: Em termos de Brasil, o que ainda falta para o cenário dar certo? Qual sua opinião?

Falta o público brasileiro ser um pouco ser mais aberto as bandas daqui, reconhecer que existe do lado deles alguém fazendo um som tão bom quanto os que ele ouve de outros países. Também falta noção para o pessoal que contrata uma banda para tocar em algum lugar e na hora de pagar passa um calote, achando que tu estás ali só para brincar.


BD: Deixem sua mensagem final para os leitores.

Para quem tem banda, não desista, continue fazendo seu som porque enquanto os instrumentos fizerem barulho o metal vai existir. Para quem só curte Heavy Metal, conheça as bandas da sua cidade, aposto que terá uma bela surpresa!

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QUINTESSENTE (Doom/Death Metal - Rio de Janeiro/RJ)


Banda: QUINTESSENTE

Início de atividades: Junho/1994

Discos lançados:  “The Mask of Dead Innocence” Demo (1996), “Lonely Seas of a Dreamer” EP (2000), “Songs from Celestial Spheres” álbum (2017)

Formação atual: André Carvalho (vocais), Cristiano Dias(guitarra), Cristina Müller (teclado, vocais), Leo Birigui (bateria), Luiz Fernando de Paula (baixo).

Cidade/Estado: Rio de Janeiro / RJ


BD: Como a banda começou? O que os incentivou a formarem uma banda?

Em 1994 surge no underground carioca a banda MALEFACTOR. O cenário em plena ebulição de bandas com vertentes de Thrash e Death Metal, e vê aparecer uma das pioneiras bandas de Doom Metal da cidade. A intenção sempre foi fazer um som incitado por grandes bandas de Death/Doom da época, como PARADISE LOST, ANATHEMA, MY DYING BRIDE, BENEDICTION, BOLT THROWER, entre outras. Aos poucos fomos incorporando influências do Metal clássico e Progressivo ao som. No ano seguinte, após algumas apresentações, resolvemos mudar o nome da banda para QUINTESSENCE. A ideia era trazer um nome que representasse melhor o som que estávamos fazendo.

Anos mais tarde, mais especificamente 12 anos depois, a banda retornou às atividades sob o nome de QUINTESSENTE. O retorno veio com uma reformulação musical, porém sem perder a essência da banda.


BD: Quais as maiores dificuldades que estão enfrentando no cenário?

Essa é uma pergunta que respondemos desde os anos 90, porém hoje há uma expansão e difusão muito maior no mercado da música, na qual o Metal está incluído, em comparação às décadas passadas. É bem complexa uma resposta imaginando apenas o cenário nacional. Falando do Metal, os incentivos do governo, a mídia especializada, a não profissionalização de produtores e até músicos, contribuem diretamente para o afastamento do público dos shows e eventos. Estamos apenas engatinhando na questão da gestão desse módulo de entretenimento. As dificuldades são inúmeras para aqueles que se propõem a fazer um trabalho com seriedade e dedicação. Requer sacrifício, entrega, engajamento e qualificação a todos os envolvidos.


BD: Como estão as condições em sua cidade em termos de Metal/Rock? Conseguem tocar com regularidade? A estrutura é boa?

Passamos anos afastados e quando retornamos percebemos que muita coisa continua a mesma ou até piorou. Você dedica seu tempo e dinheiro em prol de um trabalho, é a sua arte, sua forma de expressão e na hora de mostrar isso ao público se depara com condições inaceitáveis. Vejo como algumas pessoas, principalmente em redes sociais, incentivam bandas autorais a tocarem sem retorno financeiro ou até a investirem, ou seja, pagarem para tocar (!) em lugares sem a mínima estrutura adequada. Isso é um completo absurdo! Mais uma vez a história do profissionalismo vem à tona. Mas tenho visto um movimento bem bacana de bandas gerando e gerindo suas próprias comunidades com intuito de se fortalecerem no meio. Muitas das vezes se envolvem em ações sociais e buscam apenas a divulgação. Isso sim é válido! Não a exploração da imagem!


BD: Hoje em dia, muitos gostam de declarar o fim do Metal, já que grandes nomes estão partindo, e outros parando. Mas e vocês, que são uma banda, como encaram esse tipo de comentário?

Isso não existe! O Metal, assim como o Rock, se recria... Se reinventa. Nunca haverá fim, apenas evolução.


BD: Em termos de Brasil, o que ainda falta para o cenário dar certo? Qual sua opinião?

Aqueles que podem fazer a diferença entenderem que o Metal é arte e o público perceber que existem bandas brasileiras que não deixam absolutamente nada a desejar em relação às bandas do exterior. Temos muitos, inúmeros problemas em nosso país, mas sabemos fazer Metal como ninguém. Com características únicas.


BD: Deixem sua mensagem final para os leitores.

Convido a todos a conhecerem o nosso novo álbum, “Songs from Celestial Spheres”, disponível em todas as plataformas digitais. Estamos também em todas as redes sociais.

Links para contatos:


Links para audição:

Playlist de “Songs from Celestial Spheres”: https://www.youtube.com/playlist?list=PLID1OV0LySA6NJLvHgAOwgrprmkldk0Ic




Lyric video de “The Belief of the Mind Slaves”: https://www.youtube.com/watch?v=jkIPQxWelSc

BURNKILL (Thrash/Death Metal - Pouso/MG)


Banda: BURNKILL

Início de atividades: 23 de Junho de 2014

Discos lançados: “Guerra e Destruição” (2016)

Formação atual: Antony Damien (vocais), Lucas Maia (guitarras), Pedro Hoffmann (baixo) e Anderson Lima (bateria)

Cidade/Estado: Pouso Alegre/MG


BD: Como a banda começou? O que os incentivou a formarem uma banda?

Antony Damien: a banda surgiu em 23 de junho de 2014 na cidade de Pouso Alegre (MG), com o intuito de trazer algo diferente do metal de hoje em dia resgatando também as raízes do Thrash Metal, fazendo um som totalmente autoral e em português.

O tema central de nossas letras são as guerras impostas pelos homens em nome das Religiões, política, conflitos e etc. Não citamos diretamente religião X, Y ou partidos, mas encontramos uma forma de expor nossa revolta por todas as doutrinas impostas pela sociedade, que se faz máquinas de matar utilizando as “armas santas” ou pessoas inocentes como presságios das guerras.


BD: Quais as maiores dificuldades que estão enfrentando no cenário?

Lucas Maia: Umas das dificuldades que vejo vêm da parte do público, muitos bangers ainda não estão dispostos a ajudar as bandas, um exemplo é o merchand, a galera muitas vezes não apoia comprando os produtos das bandas que são vendidos nos shows ou pela internet. São coisas que as bandas investem muito e o retorno disto às vezes não chega como esperado, mas isso é questão de planejamento e de tornar atrativo o mesmo.

Outra parte vem de alguns organizadores, que não valorizam as bandas, colocam más condições, nem água oferecem aos músicos, estes que irão trazer entretenimento e retorno financeiro à casa de show ou na pior das hipóteses, eles não terão prejuízo nos eventos. Recentemente em uma negociação de show que tivemos, aconteceu algo lamentável, que foi o contato de um organizador que a primeiro momento nos prometeu cachê e tudo mais, depois disse que não teria dinheiro para nos pagar, pois todo dinheiro seria destinado para a “banda grande” da noite e que se nós quiséssemos tocar seria de graça. É esse tipo de respeito que alguns organizadores ainda têm nos dias de hoje. Banda grande ou não, todos devem ser tratados com respeito e no mínimo valorizados. Sabemos que ainda temos muita estrada pela frente, mas o que pedimos é apenas respeito. Ainda bem que nós temos contatos com organizadores que realmente valorizam e realizam um trabalho incrível.


BD: Como estão as condições em sua cidade em termos de Metal/Rock? Conseguem tocar com regularidade? A estrutura é boa?

Pedro Hoffmann: Sendo sincero: a cena até que é boa em Pouso Alegre e região (sul de Minas Gerais), pois poderia ser mais escasso os eventos, mas até tem com uma certa frequência aparecido shows para a BURNKILL. Acompanhamos o cenário em outros estados e parece que as coisas estão bem ruins, cancelamentos de shows por falta de público e etc. Não é sempre que todo evento que tem bons equipamentos, uma estrutura de primeira, sabemos das dificuldades, mas isso não tem nos atrapalhado. O transporte também é um dos problemas que enfrentamos pois geralmente o deslocamento é grande dependendo da localidade e são gastos altos que muitas vezes o cachê ou ajuda de custo não cobre.

BD: Hoje em dia, muitos gostam de declarar o fim do Metal, já que grandes nomes estão partindo, e outros parando. Mas e vocês, que são uma banda, como encaram esse tipo de comentário?

Anderson Lima: Teoricamente o Metal só acaba pra quem desiste. Sabemos que não é fácil essa vida, só o amor pela cena não está sendo o suficiente, mas assim como em outro trabalho qualquer ou seguimento, sem trabalho duro e suor ninguém vai a lugar algum. Quer ter sucesso e ser bem-sucedido em sua carreira? Então arregace as mangas, pare de se lamentar e haja. Não deixe que seus sonhos fiquem só no papel. A vida é muito curta pra ficar só se lamentando. Bandas consagradas também passam por problemas, o mundo está cheio de problemas e existem 2 tipos de pessoas: os que só focam nos problemas e os que sempre buscam a solução.

Os medalhões estão encerrando suas carreiras e muitas bandas ficam pelo caminho sem ao menos chegar ao mainstream, mas o Metal é maior que tudo isso. A banda se encerra, mas a obra continua e jamais morrerá. 

Tudo tem seu tempo, temos maturidade suficiente para sabermos que temos muito a evoluir, muita estrada pela frente e que todas as críticas (boas ou não) só nos servem de motivação para continuar nossa história.   


BD: Em termos de Brasil, o que ainda falta para o cenário dar certo? Qual sua opinião?

Antony Damien: Simplesmente mais apoio e mais espaço para bandas do underground que estão começando. Contando também como espaço nas casas de shows, mídia especializada, compra de merchandising das bandas etc. Sabemos que o poder aquisitivo do brasileiro anda de mal à pior, mas acho que 10, 20 ou 30 reais não pesa pra ninguém para prestigiar e apoiar a cena.

O Metal nacional hoje anda muito desunido! Acho que deveria rolar mais parcerias entre as bandas e casa de shows. Infelizmente ainda temos o público que não se interessa por conhecer bandas novas e outros estilos.

O que nos deixa esperançosos é que a cena aos poucos (mesmo com todas as pedras no caminho) vem crescendo a cada dia mais e as bandas vem trazendo som de qualidade para o público. Para um cenário forte e que nenhum lado saia prejudicado deve rolar mais união no underground nacional!

BD: Deixem sua mensagem final para os leitores.

Todos: Primeiramente gostaríamos de agradecer o espaço dado pelo Metal Samsara do incrível Marcos Garcia, que admiramos muito pelo que já fez e ainda faz pelo cenário. São pessoas como você que engrandecem o Underground Nacional.

Gostaríamos de agradecer ao público que nos segue, nosso Assessor (Gleison Júnior – Roadie Metal Assessoria), aos nossos parceiros e a todos que como nós jamais deixará de acreditar na cena brasileira.

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Clipe (Guerra e Destruição): https://www.youtube.com/watch?v=LvYxrbkb0Uc

HERYN DAE (Pagan/Heavy Metal - São Francisco do Sul/SC)


Banda: HERYN DAE

Início de atividades:Novembro de 2014

Discos lançados: “Heryn Dae” (2016)

Formação atual: Victor Moura (vocais), Juliano Bianchi (guitarras), Cristiano Pereira (bateria), Ricardo Bach (baixo), Mateus Leal (guitarras)

Cidade/Estado:São Francisco do Sul/SC


BD: Como a banda começou? O que os incentivou a formarem uma banda?

Victor Moura: Juliano, Cristiano e eu começamos a banda a partir de uma idéia de um outro amigo meu (Jhonny), que tocava comigo em outra banda, e esta acabou parando. Como Cristiano e Juliano eram nossos amigos já de outrora propomos criar algo junto, mas no início era para tocar covers. Jhonny desanimou do projeto e resolvemos então partir para o rumo das composições. Isso foi a motivação para continuarmos até encontrarmos um baixista e a banda se formar de fato.

BD: Quais as maiores dificuldades que estão enfrentando no cenário?

Victor: Talvez várias pequenas coisas que no montante final acabam virando coisas grandes e relevantes. O ponto “união” é um problema de todos nós


BD: Como estão as condições em sua cidade em termos de Metal/Rock? Conseguem tocar com regularidade? A estrutura é boa?

Victor:Infelizmente não. Amo minha cidade, mas a estrutura é péssima e o Metal parece que não tem vez aqui. Existe uma falsa idéia de união de bandas aqui na cidade, mas o que vemos é sempre o Pop Rock, Rock ‘n’ Roll, Rock nacional, Metal, sempre para escanteio. Como no momento a HERYN DAE é a única banda do gênero na cidade, temos que correr por fora. Até conseguimos tocar com uma regularidade, mas não em nossa cidade. Quem sempre nos apoiou foram os motociclistas que abrem as portas para o Metal mesmo sendo o Rock ‘n’ Roll o gênero predominante entre eles. Mas somos insistentes... Rsrs...


BD: Hoje em dia, muitos gostam de declarar o fim do Metal, já que grandes nomes estão partindo, e outros parando. Mas e vocês, que são uma banda, como encaram esse tipo de comentário?

Victor: Fim do metal, acho que não. Metal é imortal, mas concordamos que o metal está se transformando. Não existirá bandas como IRON MAIDEN e METALLICA, mas não porque não existe bandas tão boas quanto, mas porque o mundo mudou. As pessoas de hoje não têm mais a paciência e outrora, o heavy metal cadenciado clássico de riffs marcantes e músicas longas está perdendo espaço para Thrash e Death frenéticos de pura pancadaria e músicas em média mais curtas. Porque o mundo está mais frenético e existem muitas bandas para serem conhecidas e você precisa otimizar seu tempo. A nova geração é imediatista e o metal de uma forma está sendo assim também.


BD: Em termos de Brasil, o que ainda falta para o cenário dar certo? Qual sua opinião?

Victor: Teríamos nosso Wacken particular e nosso Big 4, se existisse união e parceria mútua. Bandas de porte nós temos. Mas o primeiro comentário para elogiar uma banda do Brasil não pode ser “parece banda gringa”. E esta banda que der certo, traga outra banda junto, esta outra banda traga outra, e assim aos poucos vira uma corrente. Mas vamos lá, já estivemos pior.


BD: Deixem sua mensagem final para os leitores.

Victor: Primeiramente agradecendo a oportunidade desta entrevista. Pessoal, HERYN DAE preparando material para o segundo álbum, não temos uma data certa para lançamento. Não estamos focados em apresentações no momento para fazer um material caprichado para as próximas canções deste novo CD.

Bangers, não deixem a cena morrer, hoje o Brasil e o mundo tem infinitas bandas, um banquete espetacular de musicas para nós do metal escutar por três encarnações seguidas. Não é o HERYN DAE, somos apenas um grão de areia no deserto que está composto de Heavy, Thrash, Death, Power e tudo quanto é Metal. Vamos apoiar. E bandas, vamos nos apoiar.

Um grande abraço a todos.


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