Ano: 2019
Tipo: Full Length
Selo: Sangue Frio Produções
Nacional
Tracklist:
1. Prayers for Nothing
2. Rotten Nazarene
3. Field of Victory
4. I Just Want to Die
5. The Real Face of Penury
6. Obscuring My Thoughts
7. The Chosen One
8. Metal Maldito (Escaravelho do Diabo tribute)
Banda:
Vox Morbidus - Vocais, Guitarras, Baixo, Teclados, Bateria
Ficha Técnica:
Vox Morbidus - Produção, Mixagem, Masterização
Moisés Alves de Moraes - Arte da Capa
Profanuz Daiamon - Vocais em “I Want to Die”
Contatos:
Site Oficial:
Facebook: https://www.facebook.com/oldlandshorde/
Instagram:
E-mail: voxmorbidus@hotmail.com
Texto: “Metal Mark” Garcia
Introdução:
O Black Metal é um estilo que possui uma característica interessante de ser observada: por mais que uma banda faça um trabalho voltado às origens do estilo, não soa datado. Ou seja, o Black Metal nunca perde seu “appeal”, seja nas formas mais novas ou mais antigas em que é feito.
E mais uma vez o OLDLANDS, uma “one man band” do Paraná, honra o passado com “Source of Eternal Darkness”, seu primeiro álbum, que chega para todos pela Sangue Frio Produções.
Análise geral:
Basta dizer que o trabalho que se ouve no disco é Old School Black Metal, ou seja, aquela forma bem artesanal e suja de se fazer o estilo, com momentos velozes e cortantes, outros mais lentos, e algumas partes puramente atmosféricas (ou seja, com instrumentos em tons limpos, mas soando de forma soturna). É quase um compêndio do que se encontra de melhor na SWOBM, mas com personalidade.
Um dos pontos fortes do CD é que ele tem uma forma de abordar o estilo que permite o uso de melodias sombrias, solos de guitarra vez por outra, além de boa diversidade técnica (sem exagerar nesse aspecto). Dessa forma, soa envolvente, sujo, mas bem feito. Um disco que fãs de ANCIENT antigo, OLD MAN’S CHILD da fase “Born of the Flickering”, entre outros.
E sim, é muito bom!
Arranjos/composições:
A alma do trabalho do OLDLANDS é a simplicidade. Nada é muito complicado, o que não significa que a capacidade de Vox Morbidus de criar riffs cortantes e ganchudos, bases rítmicas sólidas e coesas e arranjos de teclados sinistros seja primitiva. Longe disso, é justamente por ser tão simples que soa agradável aos ouvidos dos fãs.
Aliás, um aspecto bem forte do álbum é justamente a troca de ambientações, uma hora soando mais sinistro, outra mais agressivo e rápido, mas sempre com uma dinâmica ótima dos instrumentos entre si e com os vocais rasgados em timbres bem altos.
Qualidade sonora:
Embora seja suja e crua (justamente para reforçar a aura artesanal e mórbida de “Source of Eternal Darkness”), a qualidade sonora não é ruim ou decepcionante. Longe disso, essa sujeira e crueza fazem parte da música em si, e não poderia soar mais claro do que já é (embora todos os instrumentos estejam audíveis). É uma questão de estética artística, do “know-how” de todo um estilo.
Muito do charme do álbum vem da escolha dos timbres instrumentais bem próximos da velha escola. Algo que sempre surte um efeito de primeira em quem é fã de Black Metal.
Arte gráfica/capa:
Mais uma vez, a arte em si é simples, quase como um simples desenho em preto sobre um fundo branco, algo extremamente comum nos primeiros lançamentos do gênero nos anos 90. Até mesmo a diagramação do encarte não é rebuscada, e nem precisa ser.
Destaques musicais:
Não é difícil de um fã de Black Metal, ou mesmo de Metal extremo como um todo, gostar de “Source of Eternal Darkness”. Há um charme artesanal e sedutor no álbum inteiro, e embora todas as canções sejam ótimas, destacam-se:
Prayers for Nothing: sinistra e com uma crueza absurda, ela possui um início calmo e introspectivo, preparando o ouvinte para uma faixa com arranjos musicais simples, riffs diretos, mas com “appeal” que seduz, e isso sem falar que os vocais encaixaram perfeitamente no instrumental.
Rotten Nazarene: bruta e direta, é uma canção um pouco mais veloz e que vai lembrar a simplicidade maciça de discos como “Under the Sign of the Black Mark” e “Under a Funeral Moon”, mas sem ser uma imitação. E que refrão marcante!
I Just Want to Die: um momento mais atmosférico, com andamentos mais refreados e com ótimas conduções de ritmos na bateria (dois bumbos muito bem colocados), e justamente a contraposição de vocais que torna tudo ainda mais interessante.
The Real Face of Penury: uma pancadaria Old School de respeito, com bons solos de guitarra. Aliás, boas mudanças de ritmos simples não deixarão os fãs entediados.
The Chosen One: sabem aquela típica canção Black Metal onde transpiram as influências de Hardcore? Pois é, esta é uma delas, novamente usando de melodias gélidas e boa coleção de riffs cortantes até os ossos (sem mencionar um momento onde o baixo mostra suas garras).
Metal Maldito: sem abrir mão do contexto do disco, eis uma versão para uma canção do ESCARAVELHO DO DIABO, banda de MG, e que soa fria e crua, mas na mesma pegada do OLDLANDS.
Aliás, o disco vai dizer que só possui duas canções, mas são 8 ao todo (é necessário prestar atenção ao tempo).
Aliás, o disco vai dizer que só possui duas canções, mas são 8 ao todo (é necessário prestar atenção ao tempo).
Conclusão:
Eis que finalmente o OLDLANDS mostra sua face para todos, e “Source of Eternal Darkness” é o disco certo para aqueles que sentem saudades dos anos 90, ou os que gostam de algo mais “de raiz”.
No fundo, basta não ser preocupado com rótulos musicais e vai gostar do disco.
Nota: 90,0/100,0
Bandcamp