Ano: 2019
Tipo: Extended Play (EP)
Selo: Ever Cold Music
Nacional
Tracklist:
1. Sand Castles
2. Defendant
3. The Farewell's Sacrament
4. Behind the Wheel
Banda:
Fernando Troian - Vocais
Maicon Ristow - Guitarras
Andre Lazzarotto - Guitarras
Wendel Siota - Baixo
Marcelo Vasco - Bateria, Vocais Limpos
Ficha Técnica:
I Gather Your Grief - Produção
Marcelo Vasco - Artwork
Contatos:
Site Oficial: http://www.igatheryourgrief.com/
Instagram: https://www.instagram.com/igatheryourgrief/
Assessoria:
E-mail: igatheryourgrief@gmail.com
Texto: “Metal Mark” Garcia
Introdução:
Projetos musicais paralelos são, quase sempre, uma alternativa para músicos se expressarem em formas que suas bandas principais não permitem, pois nem sempre essas ideias são compatíveis com aquilo que as bandas principais fazem.
E não é de se admirar que o I GATHER YOUR GRIEF, quinteto de Doom/Death Metal do RS formado por integrantes do SWORDS AT HYMNS, PATRIA e DARK CELEBRATION, soe tão maduro em “Dystopian Delusions”, seu primeiro EP físico.
Análise geral:
O trabalho do grupo vai remeter a nomes como MY DYING BRIDE, PARADISE LOST, ANATHEMA e outras bandas do início do Doom Death Metal, mais um pouco da elegância trazida no final dos anos 90 pelo TRISTANIA. Ou seja, é lento, denso e fúnebre, com bom nível técnico e muito foco nas ambientações melancólicas criadas pelos teclados.
Mas não é necessário dizer que o quinteto realmente sabe fazer música bem à sua moda, mostrando personalidade nas quatro canções.
Mas não é necessário dizer que o quinteto realmente sabe fazer música bem à sua moda, mostrando personalidade nas quatro canções.
Arranjos/composições:
Se em termos de musicalidade o grupo sabe o que faz, combinando elementos brutos (como o vocal gutural) com atmosferas melancólica, se percebe que o quinteto não se perde em alguma “egotrip” de técnica exacerbada. O enfoque é ser sinistro e melodiosamente macabro, mas mantendo-se agressivo nas medidas certas.
Há momentos em que as guitarras se sobressaem e mostram arranjos realmente fúnebres, e tudo entremeado por teclados elegantes e soturnos. Além disso, a base rítmica é solida e pesada, e assim, cria-se a colcha instrumental devida para os vocais guturais evoluírem com maestria (embora existam partes limpas, como se pode ouvir em “Sand Castles”).
Qualidade sonora:
Um dos maiores acertos de “Dystopian Delusions” é justamente o não uso de algo elegante e limpo demais, o que só faria a banda soar como tantas outras. Mas mesmo assim, se percebe que a rispidez sonora vinda dos timbres instrumentais. Aliás, soube-se equilibrar ambos os lados: da limpeza (necessária para a compreensão e fluxo das melodias) e o da agressividade (de onde vem a energia abrasiva do que se ouve).
Arte gráfica/capa:
“Dystopian Delusions” vem em um “cardboard sleeve”, ou seja, uma capinha tipo envelope à lá discos de vinil dos anos 80. A arte é bonita, enfocando a melancolia da solidão em noites de inverno. Coisa fina, bem no estilo de Marcelo Vasco (baterista do grupo e conhecido artista gráfico).
Destaques musicais:
Este EP tem apenas 4 faixas muito bem equilibradas, mostrando um resgate renovado dos aspectos brutais do Doom Death Metal clássico dos anos 90, apenas mais robusto e elegante.
Sand Castles: as melodias são simples, o andamento é um pouco mais dinâmico que as outras (ou seja, não tão arrastado assim), além de mostrar ótimas intervenções de vocais limpos e dois bumbos.
Defendant: esta já tem todos os elementos clássicos do Doom Death Metal (andamento arrastado, rispidez sonora azeda misturada com uma atmosfera deprê), permitindo assim que as guitarras se destaquem bastante.
The Farewell's Sacrament: mesmo mantendo toda a aura soturna do estilo, esta canção mostra maior diversidade de ambientações, e mesmo de técnica instrumental. Os vocais ficaram ótimos justamente por conta desses contrastes.
Behind the Wheel: E uma velha canção de um dos nomes mais fortes do Gothic Rock e mesmo do Doom Death Metal, o grupo inglês DEPECHE MODE. Só que o lado mais soturno da canção é exacerbado por teclados e guitarras pesadas. E ficou ótimo: personalizado, mas sem perder a essência original. E o enfoque mais limpo e “goth” dos vocais ficou perfeito.
Conclusão:
Desta forma, se percebe que o Brasil ganhou muito com o I GATHER YOUR GRIEF, e nos resta torcer para que o quinteto não fique apenas nesse EP.
Nota: 85,0/100,0
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