Ano: 1997 (lançamento original) / 2019 (relançamento)
Tipo: Full Length
Nacional
1. The Future Belongs to the Brave
2. The Ophidian Wheel
3. Phallic Litanies
4. Razor Blades of Guilt
5. Tartarus
6. On the Topmost Step of the Earth
7. Microcosmos (instrumental)
8. Geometry in Static
9. Shamanic Rite
10. Heaven Below
11. Enchantment (instrumental)
12. The Ophidian Wheel (Unreleased Mix)
13. Phallic Litanies (Unreleased Mix)
14. On the Topmost Step of the Earth (Unreleased Mix)
Banda:
Spiros - Baixo, vocais agressivos
Chris - Guitarras, teclados
Sotiris - Guitarras, vocais limpos, teclados
SepticFlesh - Produção
Lambros Sfiris - Produção, engenharia
Spiros Antoniou - Arte da capa
Natalie Rassoulis - Vocais (soprano)
Kostas - Bateria
Contatos:
Site Oficial: http://www.septicflesh.com/
Facebook: https://www.facebook.com/septicfleshband
Instagram: https://www.instagram.com/septicflesh_band/
Assessoria:
E-mail:
Texto: “Metal Mark” Garcia
Introdução/Momento Histórico: O ano de 1997 foi um período em que vários dos discos hoje considerados clássicos do Metal extremo vieram a este mundo. Nele, surgiram obras como “Anthems to the Welkin at Dusk”do EMPEROR, “Death Metal” do DISMEMBER, “Enthrone Darkness Triumphant”do DIMMU BORGIR, “Enter the Moolinght Gate” do LORD BELIAL, “A Dead Poem” do ROTTING CHRIST, “The Olden Domain” do BORKNAGAR, CHILDREN OF BODOM lançava “Something Wild”, IMMORTAL vinha detonando tímpanos com “Blizzard Beasts”, o DEICIDE classicava com “Serpents of the Light”, seguido pelo HYPOCRISY com “The Final Chapter”, entre tantos que merecem menção honrosa, mas a lista seria longa demais.
Capa original |
Análise geral: Após dois discos com uma sonoridade mais experimental (o que se ouvia em “Mystic Places of Dawn" de 1994, e em “Έσοπτρον”de 1995), aqui o grupo resolveu criar algo mais direto em termos de Death Metal. Mas em “Ophidian Wheel” existe a presença de elementos de Gothic Rock, melodias bem feitas e orquestrações, além de vocais soprano dando aquele toque sinfônico ao som bem trabalhado e brutal da banda. Existem momentos mais agressivos e com toda a carga musical do Death Metal, há outros em que toda a estética refinada e mais consensual adotada para este álbum se tornam um mirante para o que eles iriam fazer no futuro. Ou seja, este disco é de onde o que se conhecerá nas obras futuras do grupo começa a se tornar real.
Arranjos/composições: Se antes a banda tinha problemas em deixar sua música mais coesa, eles desapareceram. Todo o trabalho feito por eles para ajustar composições e arranjos fica evidenciado em cada canção, nos ajustes que mantém a coerência do disco como um todo. Poderia se dizer que “Ophidian Wheel” é um dos primeiros discos de Death Metal sinfônico, já que essa fusão, para aqueles anos, era algo bem diferente. O uso de melodias mais soturnas, os contrastes de vocais masculinos guturais e limpos, e femininos em soprano, belíssimas orquestrações de teclados e um trabalho rítmico sólido e diversificado fazem de “Ophidian Wheel” um excelente trabalho. Poderia se dizer (com as devidas noções de que esta comparação não é uma verdade absoluta ou fechada) que ele seria o THERION seria se tivesse continuado no Death Metal.
Qualidade sonora: Tendo em vista que este disco foi gravado e mixado no Praxis Studio entre Outubro e Novembro de 1996, e que foi lançado em 1997, a sonoridade dele, embora bem melhor que seus antecessores, soa um pouco mais crua que o necessário, algo que era muito comum para aquela época. Mas mesmo assim, ela está bem acima de média, buscando equilibrar peso, agressividade e clareza em proporções iguais. Ainda era uma época onde tudo estava sendo construído, logo, é uma qualidade ótima, e até hoje soa bem aos ouvidos.
Arte gráfica/capa: Eis o filé dessa versão. Ela é baseada na arte do relançamento de 2013, mas a edição nacional tem alguns itens muito legais: o primeiro é um slipcase muito bem feito e que protege o jewelcase interior. Além disso, tem-se como itens exclusivos da pré-venda calendário, adesivo e um pôster tamanho A4. Tudo adicional e que ainda pode ser adquirido pela internet.
Destaques musicais: Diferente e extremamente sedutor, esta versão de “Ophidian Whell” tem 3 músicas bônus em relação à edição original. E apesar da qualidade das canções ser nivelada por cima, destacam-se:
“The Future Belongs to the Brave”: uma faixa de abertura que tem 70% dela voltada ao Death Metal puro e simples, mas com algumas mudanças de ritmo ótimas, além de passagens cheias de teclados e com vocais femininos que dão toques de beleza à canção.
“The Ophidian Wheel”: a aura sinfônico-melódica de primeira se mescla a elementos de Gothic Rock aqui e ali (por isso a estruturação das linhas de guitarra soa simples em muitos momentos). E justamente as partes das guitarras se destacam, dando um toque de sutileza muito bem vindo ao que já é ótimo.
“Phallic Litanies”: passagens onde vocais limpos e sopranos contrastam dando um toque quase que Pop/New Age ao som bruto e agressivo do grupo. Em poucas palavras, seria o encontro perfeito entre a brutalidade do CANNIBAL CORPSE com o refinamento do MOONSPELL de “Irreligious”.
“Razor Blades of Guilt”: algumas melodias mais melancólicas surgem nos arranjos de guitarras, remetendo ao Doom/Death Metal. As partes mais arrastadas dão destaque a baixo (que está excelente) e bateria.
“Geometry in Static”: esta é uma canção onde partes velozes com blast beats se entremeiam com momentos que beiram o Death/Black Metal moderno (e isso alguns anos antes do estilo ser canonizado) e outros mais suaves (onde os vocais femininos ganham maior expressividade). Novamente, uma faixa que privilegia bastante os vocais.
“Shamanic Rite”: mais interiorizada e climática, alguns vocais remetem ao Oriental Metal, embora toda estruturação melódica seja de Symphonic Death Metal, com belíssimas partes de bateria e guitarras.
“Heaven Below”: a profundidade melancólica do Gothic Rock novamente fica evidente por conta das melodias. Belíssima partes de guitarras mais uma vez.
As canções bônus são mixagens alternativas para “The Ophidian Wheel”, “Phallic Litanies”e “On the Topmost Step of the Earth”, cada uma delas com suas próprias belezas, e ainda bem que o relançamento de 2013 trouxe-as à luz.
Conclusão: Desta forma, se atesta que “Ophidian Wheel” realmente merecia esta edição, pois é a guinada do SEPTICFLESH para seu estilo atual, e que o grupo merece uma maior atenção dos headbangers brasileiros que gostam das vertentes extremas. E verdade seja dita: esses gregos ainda tem muita lenha para queimar.
Nota: 98%
“Ophidian Wheel”: http://bit.ly/2SHjZHY
Spotify