quarta-feira, 6 de novembro de 2019

SONATA ARCTICA - Talviyö


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Message from the Sun
2. Whirlwind
3. Cold
4. Storm the Armada
5. The Last of the Lambs
6. Who Failed the Most
7. Ismo’s Got Good Reactors (instrumental)
8. Demon’s Cage
9. A Little Less Understanding
10. The Raven Still Flies with You
11. The Garden


Banda:


Tony Kakko - Vocais, Teclados, Programação, Orquestrações, Ukulele, Percussão
Elias Viljanen - Guitarras
Henrik Klingenberg - Teclados, Backing Vocals
Pasi Kauppinen - Baixo, Backing Vocals
Tommy Portimo - Bateria


Ficha Técnica:

Sonata Arctica - Produção
Mikko Tegelman - Produção, Gravação, Mixagem
Svante Forsbäck - Masterização
Pasi Kauppinen - Gravação, Mixagem
Onni Wiljami - Arte da Capa
Janne Pitkänen - Layout
Mari-Anneli Sarkkinen - Backing Vocals
Teemu Koskela - Backing Vocals
Marja Hakala - Backing Vocals
Mia K. - Backing Vocals
Outi V. - Backing Vocals
Hilla - Vocais adicionais
R. K. - Vocais adicionais
Jussi Tegelman - Efeitos de vento em “Whirlwind”


Contatos:

Assessoria:
E-mail:

Indicação: fãs de Power Metal, STRATOVARIUS, BATTLE BEAST, EDGUY, ANGRA, RHAPSODY OF FIRE


Introdução:

Existem aquelas bandas que sempre são perseguidas, mas que se mantém firmes em sua proposta e, mesmo quando erram, arcam com as consequências.

Seja por justiça ou recalque, o fato é que o quinteto finlandês SONATA ARCTICA sempre foi bastante espinafrado no Brasil. Mas mesmo assim, sempre tiveram renome e moral, além de uma imensa legião de fãs. E agora, mostrando o quanto têm moral por aqui, a Shinigami Records e a parceira Nuclear Blast Brasil bateram o pé e lançaram “Talviyö” (mais recente disco do grupo) no Brasil.


Análise geral:

A verdade é que “Talviyö” (que significa “noite de inverno” em finlandês) continua o estilo que a banda tem delineado há alguns anos, especialmente em “The Ninth Hour”: o bom e velho Power Metal de sempre, agora mais amadurecido, menos veloz e ainda mais melódico e acessível que antes.

Mas se a banda perdeu em termos de velocidade, ganhou em elegância. Pode-se dizer que alguns toques de AOR entraram na sonoridade do grupo, o que os permite alcançar um público mais amplo.

Basicamente, é um disco feito na medida certa, e muito bem equilibrado.


Arranjos/composições:

A qualidade musical do grupo continua inquestionável, só que a maior amplitude de influências permite ao quinteto. De certa forma, uma das primeiras coisas que salta os olhos é que “Talviyö” é um disco solto, espontâneo e vindo da mais pura inspiração.

Óbvio que o minimalismo ainda se faz presente em alguns momentos, em outros, o velho “insight” Power Metal dá as caras, mas sem perder o jeito mais acessível (uma ouvida em “Message from the Sun” deixa isso bem claro).

Além disso, tudo está muito bem conectado, pois vocais, guitarras, baixo, teclados e bateria estão justos em seus arranjos, se mesclando de forma harmoniosa.


SONATA ARCTICA
Qualidade sonora:

A banda já queria trabalhar com Mikko Tegelman desde “The Nineth Hour” (o que não pode acontecer por conflitos de agendas), e agora, fica justificado o motivo: a clareza sonora, a disponibilização dos instrumentos (sinal de uma mixagem muito bem feita), a timbragem dos instrumentos, tudo ficou perfeito. Tanto o lado pesado quanto a estética melodiosa encorpada estão claros aos ouvidos.

Ou seja, tudo funcionou perfeitamente no estúdio.


Arte gráfica/capa:

Onni Wiljami criou uma belíssima arte gráfica para a capa, com um painel que ilustra uma noite nevada (trabalhado em um formato Digipack de 3 páginas), uma planície bem conhecida para os finlandeses que convivem com as temperaturas extremamente baixas próximas ao círculo polar ártico.


Destaques musicais:

“Talviyö” não é um disco pretencioso, nem soa como tal. A espontaneidade que transpira de suas composições é sinal de amadurecimento dos integrantes do quinteto, bem como a força da formação (que está junta desde 2013). E embora não seja um disco conceitual, existem ligações entre as letras.

As belas e grudentas melodias de “Message from the Sun” abrem o disco, com uma canção rica em detalhes, mas bem acessível (e que belo trabalho de vocais e backing vocals, sem mencionar o refrão que não sai mais da mente do ouvinte), seguida da madura e pesada “Whirlwind” (que lindos teclados, ricos em termos de arranjos subjetivos, sem mencionar outro refrão excelente). A climática e apoteótica “Storm the Armada” mostra tempos mais comportados e é mais simples em termos técnicos, mas mostra um trabalho ótimo de baixo e bateria (bem como de vocais femininos). Também mais acessível (apesar da ambientação Progressiva) é “Who Failed the Most”, outra com arranjos bem acessíveis (e simples demais de se cantar junto). Revistando os elementos do passado, tem-se a instrumental “Ismo’s Got Good Reactors”, onde partes próximas ao que os fãs de “Silence” (primeiro disco de sucesso do grupo) gostam, especialmente no que tange a riffs e solos de guitarras. Uma paulada Power/Prog com toques AOR é ouvida em “A Little Less Understanding”, uma música memorável e também bem simples de ser assimilada (e que vocais!). E a sutileza aveludada de “The Raven Still Flies with You” é permeada de melodias aconchegantes que se agarram aos ouvintes, sempre com ótimas partes de teclados.

Estas, em um primeiro momento, servem para introduzir o ouvinte a “Talviyö”, mas o disco inteiro é ótimo.


Conclusão:

Pode-se aferir que quem gosta dos finlandeses, vai adorar “Talviyö”. Os que sempre os depreciaram vão continuar a fazê-lo. Mas para aqueles que são capazes de um olhar mais profundo, perceberão que o SONATA ARCTICA lançou mais um grande disco, e fugindo do ponto comum do Power Metal clássico, mostram que ainda vão durar muito tempo.

E que a polêmica continue...


Nota: 9,3/10,0

Texto: “Metal Mark” Garcia


Cold



Who Failed the Most