terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

FACES OF DEATH - From Hell

Ano: 2018
Tipo: Full Length
Selo: Independente
Nacional


















Tracklist:

1. Priest from Hell
2. I Am the Face of Death
3. New World Order
4. Fucking Human Gods
5. Human Race
6. Brainwash
7. Face the Enemy
8. Anno Domini
9. King of Darkness


Banda:


Laurence Miranda - Vocais, guitarras
Felipe Rodrigues - Guitarras
Sylvio Miranda - Baixo
Sidney Ramos - Bateria


Ficha Técnica:


Contatos:

Assessoria: http://roadie-metal.com/press/faces-of-death/ (Roadie Metal Press)

Texto: “Metal Mark” Garcia

Introdução: As bandas da escola brasileira de Thrash Metal sempre tiveram por especialidade a capacidade de pegar as mais diversas influências de criar algo personalizado. Isso, embora muitas vezes não crie algo inovador, é capaz de ampliar as possibilidades do estilo. Um ótimo exemplo desse fator é o trabalho do quarteto FACES OF DEATH, de Pindamonhangaba (SP). Depois de muita luta e um hiato de 20 anos, eles voltaram em 2017 e lançaram o EP “Consummatum Est”. Agora, lançam seu primeiro álbum, “From Hell”, um murro nos ouvidos.

Análise geral: O trabalho musical do quarteto se baseia em uma fusão inteligente do Thrash Metal violento do SEPULTURA da fase compreendida entre “Schizophrenia”(1987) até “Arise” (1991) com aspectos do Groove/Thrash Metal do PANTERA. Basicamente, pode-se simplificar e dizer que é algo brutal e agressivo, mas com partes grooveadas em muitos momentos (como fica evidente em “Priest from Hell”), além de uns toques ornamentais de Death Metal em muitos pontos do disco. Óbvio que tal “insight” não é muito inovador, mas a abordagem do grupo dela é bem pessoal.

FACES OF DEATH
Arranjos/composições: É fato que o grupo não faz nada de inovador, não criou algo diferente em termos de estilo. Mas sua contribuição fica óbvia na capacidade de fazer sua música com personalidade, criando um conjunto de arranjos musicais consensuais que fazem os ouvidos sangrarem pela agressividade de sua música, mas que se encaixam uns nos outros perfeitamente, criando linhas melódicas interessantes. E quando mais se ouve este disco, mais se tem a certeza que eles têm um enorme potencial.

Qualidade sonora: Em termos de sonoridade, o grupo soa cru e sem firulas, algo como se rebuscando a sonoridade selvagem da virada dos anos 80 para a década de 90. Mas mesmo assim, a banda soa clara, com tons bem definidos. Óbvio que tem aquela “gordura” sonora de bandas de Groove Metal e Sludge Metal, mas sem que fique excessivamente sujo. Ficou bem legal, e se encaixa na proposta do quarteto (embora seja algo que possa ser melhorado futuramente).

Arte gráfica/capa: A capa é muito boa, e faz um paralelo interessante ao conteúdo musical de “From Hell”. Além disso, fica óbvio um jeito “anos 80” na arte, um toque de diversão e ironia (mesmo com a banda tendo um aspecto sério bem óbvio).

Destaques musicais: “From Hell” foi construído com 9 canções que são consensuais entre si. Embora exista homogeneidade no disco como um todo, se destacam:

“Priest from Hell”: após uma introdução sinistra à lá “Black Sabbath”, tem-se uma golfada agressiva e brutal de Thrash Metal, com muita dureza e groove surgindo em vários momentos. É empolgante e cheia de energia, com ótimas guitarras.

“I Am the Face of Death”: outra em que o nível de agressividade é alto, mas com boas mudanças de ritmo, variando entre a velocidade Thrasher e partes cadenciadas (que evidenciam o bom trabalho de baixo e bateria)

“New World Order”: esta alterna momentos mais rápidos à lá “Old School German Thrash Metal” com momentos puramente Thrash/Groove Metal. Mais uma vez a dupla de guitarras faz bonito (os solos são bem legais).

“Face the Enemy”: o início é cadenciado e azedo, antes de ganhar mais peso e um pouco mais de velocidade. Aqui, os vocais se apresentam muito bem em meio ao caos sonoro criado pela alternância de ritmo.

“Anno Domini”: curta e grossa, a maior parte do tempo é uma canção rápida, mas existem partes bem próximas ao Hardcore Beatdown moderno, mais uma vez mostrando ótimo trabalho da seção rítmica.

Conclusão: O FACES OF DEATH é uma banda que ainda possui enorme potencial a ser usado, e tem muito talento. Por agora, “From Hell” se mostra um bom primeiro álbum, e que indica um futuro promissor.

Nota: 84%








Spotify

RAVEN - Screaming Murder Death from Above: Live in Aalborg


Ano: 2019
Tipo: Disco ao vivo
Selo: Shinigami Records
Nacional



















Tracklist:

1. Destroy All Monsters
2. Hell Patrol
3. All for One
4. Hung Drawn and Quartered
5. Rock Until You Drop
6. A.A.N.S.M.M.G.N.
7. Tank Treads (the Blood Runs Red)
8. Faster Than the Speed of Light
9. On and On
10. Break the Chain
11. Crash Bang Wallop


Banda:


John Gallagher - Vocais, baixo
Mark Gallagher - Guitarras
Mike Heller - Bateria


Ficha Técnica:


Contatos:

Site Oficial: http://www.ravenlunatics.com/
Facebook: https://www.facebook.com/ravenbandofficial/
Instagram:
Assessoria:
E-mail:

Texto: “Metal Mark” Garcia



John & Mark
Análise geral: Muitos se perguntam os motivos de muitas bandas clássicas não terem o merecido reconhecimento. São muitos, e talvez a história do trio inglês RAVEN seja um bom exemplo.

Nos seus tempos iniciais, praticando um Heavy Metal vigoroso à lá JUDAS PRIEST com muita influência de Hard Rock setentista e uma energia absurda, a banda lançou 3 discos clássicos em sequência, que são “Rock Until You Drop”, “Wiped Out” e “All for One”, quando foram contratados por um selo grande (a Atlantic Records) e lançaram “Stay Hard” (de 1985) e “The Pack is Back” (de 1986), claramente influenciados pelo cenário Glam Metal que era sucesso comercial nos EUA, mas que não conseguiu atingir novos fãs e espantou a maioria dos antigos. Ainda em 1986, lançam o EP “Mad”, que era uma tentativa de retorno ao seu estilo clássico, assim como “Life’s a Bitch” de 1987. Mas o mal já havia sido feito, e entre os anos de 1984 e 1987, regredir em termos de popularidade (ou seja, perder fãs) era quase que encerrar sua carreira, pois a competitividade era enorme, e, além disso, aquela sonoridade advinda da NWOBHM estava perdendo espaço rapidamente para a invasão do Thrash Metal (que começou a se agigantar comercialmente em 1986). De lá para cá, o trio manteve uma popularidade notória e “cult”, mas jamais chegaram onde poderiam se não tivessem aberto mão de sua sonoridade nos discos de 1985 e 1986. Mas isso nunca os abalou, e de lá para cá, fizeram trabalhos incríveis que seus fãs souberam apreciar.

E na esteira da valorização do Old School Metal, o trio de Newcastle (hoje radicado em Nova York), eles lançam o ótimo “Screaming Murder Death from Above: Live in Aalborg”, seu terceiro disco ao vivo, que recebeu lançamento nacional pela Shinigami Records.

Mark Gallagher

“Aovivabilidade”: Como dito acima, uma das maiores características do trio sempre foi sua enorme energia ao vivo, algo que os irmãos John Gallagher e Mark Gallagher (fundadores do grupo) nunca abriram mão. Além disso, é um disco ao vivo tão espontâneo que apenas duas edições foram feitas: uma devido às oscilações de microfones, e uma devido a uma das cordas do baixo ter arrebentado enquanto tocavam “Hell Patrol” (isso para o leitor ter uma ideia de como o grupo é agitado ao vivo), ou seja, é um disco aos moldes dos “old times”. Além disso, o novo baterista do grupo, Mike Heller (do FEAR FACTORY, tem uma pegada bem pesada que se encaixou muito bem no trabalho do trio (o anterior, Joe Hasselvander, teve que encerrar a carreira por conta de um ataque cardíaco). Além disso, o clima ao vivo é sensível por conta da participação do público presente.

John Gallagher

Qualidade sonora: Captado na apresentação do grupo no Aalborg, Dinamarca, em 2017, o show foi gravado sem a banda ter conhecimento prévio, ou seja: o trio mostra-se totalmente espontâneo. Óbvio que os arquivos que receberam em um flashdrive receberam o devido trabalho de estúdio para acertos (como ditos acima), mas sem que o “feeling” de um show. Mas é incrível que a qualidade de som, mesmo com sua aura orgânica e quase “bootleg” seja tão boa a ponto de se conseguir ouvir tudo sem grandes problemas. É uma pancada cheia de energia, e empolgante até os ossos!

Arte gráfica/capa: a capa ficou muito boa, trabalhada de forma simples e com fotos ao vivo. O grupo nunca foi chegado a ser muito chamativo em termos de arte, buscando sempre focar em sua música (o que é mais que suficiente).

Mike Heller

Setlist: Um grupo que já está com 45 anos de existência tem uma longa fila de discos de estúdio, ou seja, material de sobra para ser tocado. E nas 11 faixas de “Screaming Murder Death from Above: Live in Aalborg” tem-se apenas uma canção mais recentes, “Destroy All Monsters”(de “ExtermiNation”, de 2015), sendo o restante vindo do passado, se sua fase clássica entre 1981 e 1985 (inclusive com o único hit de sua fase Glam, “On and On”), o que é esperado. O ponto que mais pode causar reclamações: apenas 11 faixas, pois a vontade de ouvir mais e mais da banda não passa depois da primeira audição!

Destaques musicais: Discos ao vivo formam uma unidade em termos de faixas, logo, não é possível analisar separadamente as composições. Mas quem conhece o trabalho de muitos anos, sabe que ir a um show da é levar para casa a sensação de ter visto algo fantástico, graças a momentos marcantes como “Hell Patrol” (que energia!), “All for One” (um clássico pesado e cheio de ótimas passagens da bacteria), “Hung Drawn and Quartered” (onde se percebe o quanto o trio foi fundamental para a construção do Speed/Thrash Metal dos anos 80), “Rock Until You Drop” (que ganhou uma esticada pela participação do público, e é um dos hinos do trio), “Faster Than the Speed of Light”, “On and On” (que está bem mais pesada que sua versão de estúdio) e “Crash Bang Wallop”. Mas tenham certeza: esse disco coloca qualquer fã de Metal que se preze de joelhos!

RAVEN

Conclusão: Apesar de não estar no mesmo pé do clássico “Live at the Inferno” (de 1984), é um ótimo disco, e verdade seja dita: com “Screaming Murder Death from Above: Live in Aalborg”, o RAVEN mostra que ainda tem muita lenha para queimar, muitas lições a dar em bandas que se dizem da velha escola, mas que não têm a mesma pegada, energia, e essência. 

Nota: 95%


“Hung Drawn and Quartered”: https://www.youtube.com/watch?v=N7JHvgXpnSw

BURN INCORPORATED - Supernova

Ano: 2018 
Tipo: Extended Play (EP) 
Selo: Independente 
Nacional



















Tracklist: 

1. Hate
2. Lonely
3. Until My End
4. Supernova


Banda: 


Hariel Davela - Vocais
Gabriel Alonso - Guitarras
Raphael Alonso - Baixo
Vincenzo Nuciteli - Bateria


Ficha Técnica:


Contatos:

Site Oficial:
Facebook: https://www.facebook.com/BurnInc
Instagram: https://www.instagram.com/burnincorporated
Assessoria: http://roadie-metal.com/press/burn-incorporated/ (Roadie Metal Press)
E-mail: burnbanda@gmail.com


Texto: “Metal Mark” Garcia



Introdução: De alguns anos para cá, bandas com cada vez menos idade têm gravado cedo seus primeiros registros. Muitos, inclusive, chegam ao primeiro disco antes de um ano de formação, o que (em muitos casos) pode pegar a banda ainda sem a necessária maturidade. O quarteto BURN INCORPORATED (para os mais íntimos, BURN, INC.), de Monte Alto (SP), que nos mostra o que pode em seu EP “Supernova”.

Análise geral: Basicamente, o grupo transita entre o Classic Rock e o Metal tradicional (com um enfoque mais moderno) e adicionando à sua música toques de Prog Metal, algo que já tem alguns representantes por aí. Mas mesmo assim, a banda mostra que tem personalidade e vem para somar, para contribuir com sua música bem feita, melódica e que fala diretamente ao coração dos ouvintes.

Arranjos/composições: Se por um lado o quarteto não chega a ser minimalista em termos de detalhes, preferindo soar com peso e envolvente a se perder em mostras de auto-indulgência musical, por outro mostra uma técnica instrumental muito boa. Ótimos arranjos de guitarras, com baixo e bateria mostrando boa técnica na condução dos ritmos, bons vocais (que precisam trabalhar um pouco mais os timbres agressivos, já que nos momentos limpos são ótimos, como fica evidente em “Until My End”). Os arranjos são ótimos assim como as linhas melódicas, e o quarteto tem enorme potencial, só precisam acertar as arestas (coisas que shows e ensaios farão).

Qualidade sonora: A qualidade sonora de “Supernova”é muito boa, clara e pesada nas medidas corretas (como os momentos mais suaves e melodiosos transparecem). Óbvio que a crueza das partes pesadas poderia ser menor, pois a agressividade já flui das canções. Aliás, uma timbragem um pouquinho mais burilada poderia ajudar bastante no próximo trabalho. Não é que esteja ruim (como dito acima, o trabalho em termos de produção está muito bom), mas pode ser melhor, a música deles pede isso.

Arte gráfica/capa: O aspecto visual ficou excelente, caprichado e muito bonito, com uma arte que dá a clara impressão de algo “quente” a quem a olha em seus detalhes. Muito bonito, verdade seja dita.

Destaques musicais: “Supernova” é composto de quatro músicas, cada uma delas com seus méritos próprios:

“Hate”: Como o nome da canção deixa claro, o quarteto apresenta uma “vibe” mais agressiva e seca, embora adornada com arranjos bem feitos das guitarras. O andamento em si não é veloz ou lento, e permite que o ouvinte compreenda a canção (que pode ser assimilada facilmente, sem grandes esforços).

“Lonely”: Ainda com o jeito Heavy Metal/Classic Rock que lhes é característico, o lado mais melodioso e mesmo acessível de sua música fica evidenciado. É uma canção sólida, bem feita e que se agarra aos ouvidos (especialmente por conta do refrão). E o trabalho de baixo e bateria se destaca bastante pelas conduções.

“Until My End”: Essa é o que podemos dizer feita de “contrastes de luz e sombra”, ou seja, existem partes limpas e introspectivas (com ótimas melodias e os vocais limpos são ótimos), e outras que são mais pesadas, mesmo sem quebrar a noção de amenidade.

“Supernova”: Uma canção instrumental, bem feita e com ótimas melodias, com uma boa exibição de cada instrumento musical, tudo nas medidas para não que ela não se torne uma “egotrip” chata aos ouvintes. Longe disso, talvez seja o melhor momento do EP (sem desconsiderar os vocais).

Conclusão: Se de um lado o BURN INCORPORATED ainda precisa de mais amadurecimento, é indiscutível seu talento e espontaneidade. Acertando tudo isso, ninguém os segura, pois é isso que “Supernova” mostra aos ouvintes.


Nota: 80%








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