sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

HOT FOXXY - Burning Bridges (Álbum)


2017
Selo: Independente
Nacional

Nota: 10,0/10,0


Tracklist:

1. Redhead Rocker
2. Clear Moon
3. Burning Bridges
4. Wrong Love
5. Getting Over You
6. I Don’t Mind if It Won’t Last Forever (I Want You Tonight)
7. Tattooed Girl In Black
8. Born to Be a Rockstar
9. Getting Over You (acoustic version feat Gabi Nickel)
10. Redhead Rocker (piano version)


Banda:


Marco Lacerda - Vocal
Humberti Sprenger - Guitarra Solo
Eder Erig - Guitarra Base
Betão Sassarrão - Baixo
Daniel Schultz - Bateria


Contatos:

Site Oficial: www.hotfoxxy.com
Twitter:
Bandcamp:
Assessoria: www.beelyper.com(Agência Beelyper)


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Se existe um fator que sempre auxilia bandas é a evolução, o amadurecimento. Não há músico, banda, projeto em que a ação dessa força motriz não se faça presente. Os anos de experiência, a estrada e os ensaios, tudo isso importa. E o HOT FOXXY, quinteto de Curitiba, mostra isso em “Burning Bridges”, seu mais recente trabalho.

Muita influência do bom e velho AOR/Glam Metal dos anos 80, percebe-se que o grupo tem um trabalho livre de qualquer pretensão que não seja fazer música de alta qualidade, acessível, melodiosa e (obviamente) divertida. Óbvio que se percebe que o grupo soube dar uma arranjada muito boa em suas composições, que soam maduras, bem feitas e cheias de energia, com refrãos muito grudentos e todos os elementos que o estilo tem. Mas ao mesmo tempo, se percebe que o grupo ostenta uma personalidade, buscando serem eles mesmos, e não uma cópia de outros nomes. Nisso, o quinteto acertou em cheio.

A produção é assinada por Alysson Irala, guitarrista e compositor curitibano de bandas como SAD THEORY, MOTORBASTARDS, SHADOW MAZE,entre outras. E dessa forma, a sonoridade de “Burning Bridges” é muito boa, evidenciando a veia melódica do quinteto, sendo limpa e deixando os timbres da banda soando muito bem aos ouvidos. Mas óbvio que há peso, mas aquele necessário apenas. Obviamente que poderia ser melhor (a banda merece, digamos de passagem), mas está muito bom. E, além disso, a capa ficou muito legal, dando a ideia de que o grupo não tem medo de ousar.

Ótimos arranjos, músicas maduras, e a ousadia de quem quer sair do ponto comum, mas sem desvirtuar-se do estilo que escolheu, o HOT FOXXY é uma banda excelente para comerciais de cigarros, como os dos anos 80 onde grandes hinos do Hard/AOR passavam na TV toda hora. E se preparem para ficarem grudados no lugar, pois “Burning Bridges” é assim: um disco que nos faz prender a respiração. E ainda temos a participação especial de Gabi Nickel nos vocais na versão acústica “Getting Over You”, e de Humberto Sprenger nos pianos na belíssima versão instrumental de “Redhead Rocker” (que fecha o disco).

Basta ouvir as melodias sedutoras da excelente “Redhead Rocker” (que trabalho excelente de guitarras e vocais, e que refrão grudento dos infernos, pois é ouvir e sair cantando), o trabalho bem arranjando em termos de harmonias de “Clear Moon” (outra bem acessível, mostrando a força da base rítmica do quinteto), o Hard ‘n’ Heavy forte de “Burning Bridges” (onde se percebem influências de Metal tradicional à lá NWOBHM nos arranjos), a balada introspectiva de refrão pesado “Wrong Love”, a linda e envolvente “Getting Over You”(que belo trabalho de vocais mais uma vez), o Hardão mais pesado de “I Don’t Mind If It Won’t Last Forever (I Want You Tonight)” (com as típicas melodias de canção de comerciais da Hollywood dos anos 80 mais uma vez), a energia mais crua e de refrão chicletoso em “Tattooed Girl In Black”, e o arrasa-quarteirão farofento à lá anos 80 de “Born to Be a Rockstar” e vai ficar grudado neles. Mas nem de longe se pode deixar a versão acústica de “Getting Over You” (que lindas passagens de vozes, com o canto masculino e o feminino se alternando e dando aquela atmosfera terna), e a versão instrumental toda em piano de “Redhead Rocker”. É, o disco todo é bom demais, e vale a aquisição!

Vieram para ficar e conquistar, e o HOT FOXXY tem tudo para ir muito longe. E “Burning Bridges” é o passaporte certo para isso.

PATO JUNKIE - The Rag Doll (Álbum)


2017
Selo: Independente
Nacional

Nota: 9,2/10,0

Tracklist:

1. The Rag Doll
2. I Don’t Believe in Your Lies
3. Bad Memories
4. Chaos of Day
5. In the Name of Desire
6. Atos Terroristas
7. Pião pra Pião


Banda:


Alexandre Gomes - Vocais
Alan Franklin - Guitarras
Johnny Pains - Guitarras
Lucas Oliveira - Baixo
Wellington Nunes - Bateria


Contatos:

Bandcamp:


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


As tendências modernas do Metal são recebidas de formas polêmicas no Brasil. Muito disso nasce do sentimento que as mudanças são ruins, algo que no fundo, possui profundas raízes no pensamento conservador no qual estamos imersos desde a época do Brasil Colônia, dos tempos da casa grande e senzala. Não digo para gostar ou não, apenas para respeitar as diferenças que a evolução nos dá todos os dias. Mesmo porque nada permanece, tudo muda. E tendo em mente que a mudança não é algo ruim, podemos apreciar de verdade do trabalho do quinteto PATO JUNKIE, da cidade de Patos de Minas (MG), que chega com seu segundo álbum, a pedrada “The Rag Doll”.

A melhor forma de encarar o grupo é apenas como uma banda de Metal/Rock moderno, já que não é lá simples lhes conferir uma classificação. Elementos de Metalcore, New Metal, Metal Alternativo e mesmo pitadas de Crossover são percebidas em suas músicas, por isso, o trabalho deles é bem diferente e pessoal. A energia flui em torrentes, junto com uma fusão de melodias bem feitas com uma timbragem agressiva e atual de seus instrumentos. Dessa maneira, o PATO JUNKIE mostra que tem raça, e faz de “The Rag Doll” um disco ótimo, grudento e alta qualidade.

A própria banda assumiu a tarefa de produzir o disco, tendo a mixagem e masterização sido feitas pelo guitarrista Alan Franklin. O resultado é uma sonoridade seca e pesada, com uma clareza enorme. Nada em “The Rag Doll”fica escondido, e mesmo a timbragem dos instrumentos ficou de primeira, com todos muito bem definidos, mas sem ter aquele exagero de graves tão costumeiros de tendências modernas. Está abrasivo, mas não exagerado.

A arte da capa, criada pelo artista Diogo Alcântara em parceria com a Mortuus T-Shirt, ficou muito boa, bem trabalhada e mostrando o conceito do título.

Bem diferente de tudo que já ouvimos por aí, o PATO JUNKIE é uma banda viciada em fazer música de alto nível, e reunindo influências diversificadas. Além disso, a capacidade de arranjar suas canções e mudar de ritmos é incrível. Percebe-se que o grupo é maduro, e tem muito para dar ao cenário.

E ouvindo canções como a trampada e agressiva “The Rag Doll” (muito groove e ótima técnica de baixo e bateria guiando os ritmos), a pegada semi-Thrash moderno de “I Don’t Believe in Your Lies” com suas guitarras faiscando riffs intensos e o baixo debulhando, o jeito introspectivo e moderno de “Chaos of Day” (onde os vocais mostram sua versatilidade, com timbres bem melodiosos), o approach ganchudo e cheio de elementos de New Metal de “In the Name of Desire”, e na mistura de levadas Thrash com elementos regionais em “Atos Terroristas”. E para fazer uma ligação entre passado e presente, temos a regravação da curta e grossa “Pião pra Pião”, vinda do primeiro álbum da banda, “Doido e Violento”(de 2015), um autêntico chute HC/Crossover, com muita energia.

O PATO JUNKIE é uma ótima banda, tem personalidade e mostra que é possível fugir do ponto comum e ser criativo. Aliás, “The Rag Doll”é um puta discão!