quarta-feira, 15 de novembro de 2017

TERROR EMPIRE - Obscurity Rising (Álbum)


2017
Importado

Nota: 9,7/10,0 


Tracklist:

1. Obscurity Rising
2. You’ll Never See Us Coming
3. Burn the Flags
4. Times of War
5. Meaning in Darkness
6. Holy Greed
7. Lust
8. Death Wish
9. Feast of the Wretched
10. Soldiers of Nothing
11. New Dictators


Banda:


Ricardo Martins - Vocais
Rui Alexandre - Guitarras
Nuno Raimundo - Guitarras
Rui Puga - Baixo
João Dourado - Bateria


Contatos:

Bandcamp:
Assessoria:


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


O que vem a ser o que chamamos de Thrash Metal moderno?

Embora as palavras variem de uma definição para a outra, podemos dizer que é o mesmo estilo que foi criado nos primeiros anos da década de 80, apenas com maior agressividade e timbragem sonora mais moderna (sem cair no Metalcore ou no New Metal). A sonoridade é rascante, bruta e cheia de energia, mas preservando a estruturação melodiosa. E um dos melhores representantes do estilo é o TERROR EMPIRE, de Coimbra (Portugal), que após o EP “Face the Terror” de 2012 e o álbum “The Empire Strikes Black” de 2015, retorna à carga destilando violência em forma de música com “Obscurity Rising”.

Se o Thrash Metal se caracteriza por sua agressividade escopada pela melodia, se preparem, pois o quinteto não está para brincadeiras. Ainda mais agressivo e brutal que antes, incorporando toques de Death Metal em alguns pontos, eles voltaram com ainda mais sede de sangue que antes. Mais bem trabalhado, mais técnico e doentio de uma forma bem feita, se preparem, pois eles mostram um arsenal musical de primeira, com riffs bem trabalhados e cheios de energia, base rítmica com muito peso e técnica, e vocais que usam uma boa diversidade de timbres. Está sólido como uma rocha, mas sempre muito bem feito, e com uma energia empolgante dos diabos, sem sombra de dúvidas!

A monstruosidade já começa na produção. O baterista João Dourado acompanhou a gravação, produziu e masterizou o disco, tudo feito no Golden Jack Studios, em Coimbra. E o nível de clareza é bem alto, pois se entende tudo que o quinteto está tocando, os timbres foram escolhidos para soarem agressivos e claros, mas se preparem, pois com essa sonoridade seca e de alto nível, é garantia que vem uma tempestade Thrasher de causar dores de pescoço.

A arte da capa é de André Coelho. Para quem não sabe, é o artista que criou a capa de “Black Force Domain”, do KRISIUN, fora outros trabalhos. E na simplicidade, criou algo que fica explicita o que se ouve no disco.

E se preparem, pois o TERROR EMPIRE veio disposto a mostrar que tem tudo para ser um dos nomes mais relevantes do Thrash Metal!

10 hinos à violência nos espera, todos excelentes. Mas a vertigem causada pela velocidade e brutalidade de “You’ll Never See Us Coming” e suas passagens cheias de elementos de elementos extremos (com destaque para o ataque de riffs e solos de guitarras), o assalto explosivo e bem trabalhado de “Burn the Flags” (que vocais de primeira em meio ao caos destrutivo da banda), a cadência opressiva de “Times of War” (como baixo e bateria mostram boa técnica e pegada de peso nessa canção), a complexidade de alguns momentos em “Holy Greed”, as partes ríspidas e extremas de “Lust”, o hino ao slamdancing em “Death Wish”, e a porradaria desenfreada de “New Dictators”, que tem solo de guitarra do convidado especial Gus Drax (do SUICIDAL ANGELS). Mas não deixem de ouvir as outras canções, pois todas são puro esmaga-tímpanos!

Não tem jeito: Portugal está se tornando cada vez mais um verdadeiro criadouro de bandas de alto nível. E o TERROR EMPIRE já pertence ao primeiro time, só precisam ouvir e entenderão o que eu digo.

GRIMLET - Theia: Aesthetics of a Lie (Álbum)


2017
Importado

Nota: 8,5/10,0

Tracklist:

1. El Gran Dark Maestrum
2. Scorching Vision
3. Aesthetics of a Lie
4. 2:1:0
5. Still Beneath the Horns
6. Knee-Deep in the Dead (Covariance Version)


Banda:


David Carvalho - Vocais
António Branco - Guitarras
Flávio Almeida - Guitarras
Cláudio Aveiro - Baixo
Filipe Gomes - Bateria


Contatos:

Site Oficial: http://grimlet.com/
Twitter:
Instagram:
Assessoria:


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Portugal é um país com uma cultura forte, e vemos os fortes traços disso basicamente na literatura (não há como não conhecer o nome do poeta Fernando Pessoa). Não é sem motivos que boa parte das bandas de Metal do país se recusa a cair no ponto comum, a serem meras cópias do que já foi feito até a erosão. Não, por lá, se cultiva a criatividade, se dá passos à frente. E isso é perceptível no trabalho do GRIMLET, quinteto de Figueira da Foz, que chega com seu terceiro álbum, “Theia: Aesthetics of a Lie”.

A banda faz um gênero bem agressivo e ríspido de Progressive Death Metal, ou seja, a boa e velha agressividade do gênero está bem trabalhada, com um trabalho de primeira das guitarras (de onde algumas melodias fluem, especialmente nos solos), uma base rítmica coesa e pesada (mas com ótimas passagens quebradas, mostrando a técnica de baixo e bateria), e vocais que fazem um estilo de gutural não muito usual (os timbres são graves, mas se consegue entender bem o que está sendo cantado). É bem diferente do usual, e sempre cheio de energia e peso.

Em termos de sonoridade , pode-se dizer que “Theia: Aesthetics of a Lie” tem um diferencial de outros discos do estilo: a sonoridade é mais seca, deixando os instrumentos mais claros e audíveis separadamente. Ou seja, aquela crueza tão comum nos discos de Death Metal não surge da qualidade de gravação, mas dos timbres instrumentais, o que deixa tudo soando muito bem aos ouvidos. Nisso, o trabalho de João Dourado na mixagem deu um “boost” e tanto.

Em termos de arte gráfica, a capa de David Carvalho, trabalhada com sombras de preto, branco e cinzento. Desta maneira, a apresentação visual soturna e com aquela atmosfera densa e fúnebre. Algo essencial para uma banda de Death Metal.

Preferindo músicas mais longas, o quinteto mostra que tem uma proposta sonora bem pessoal, pois com durações desta forma, eles conseguem exibir boas mudanças rítmicas e uma técnica nada convencional. “Scorching Vision” tem um enfoque mais extremo, onde o lado mais bruto e explosivo da banda é mais evidente (com solos de guitarras à lá NOCTURNUSe riffs ganchudos), ao passo que o lado mais progressivo da identidade do quinteto aparece mais em “Aesthetics of a Lie” (onde baixo e bateria mostram ótima técnica e peso nas mudanças de tempos). Em “2:1:0” e “Still Beneath the Horns” (esta com belas passagens mais cadenciadas e empolgantes), o equilíbrio entre técnica, melodia e agressividade fica muito exposto, com muitas variações de andamento, boas melodias e harmonias, e  os vocais estão muito bem em ambas. E a curta “Knee-Deep in the Dead (Covariance Version)” é bem mais chegada ao porradeiro explícito e direto, um murro de velocidade e brutalidade no estômago, onde a banda está justinha.

O GRIMLET merece chegar a um público maior, pois tem muito potencial musical.

Ponho fé.

DESTROYERS OF ALL - Bleak Fragments (Álbum)


2016
Importado

Nota: 10,0/10,0

Tracklist:

1. From Ashes Reborn
2. Hollow Words
3. Hate Through Violence
4. Bleak Fragments
5. Death Healer
6. Unexistence
7. The Pain That Feeds
8. Speed of Mind
9. Tormento
10. Day of Reckoning


Banda:


João Mateus - Vocais
Alexandre Correia - Guitarras
Guilherme Busato - Guitarras
Bruno Silva - Baixo
Filipe Gomes - Bateria


Contatos:

Instagram:
Assessoria:


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Já não é novidade para quem quer que seja que a cena portuguesa de Metal vai além do MOONSPELL. Nomes como TERROR EMPIRE, SCAR FOR A LIFE e outros já mostraram que Portugal tem todo potencial para ser um criadouro de bandas do primeiro time. E como é bom podermos falar, apesar do atraso, do primeiro álbum do DESTROYERS OF ALL, quinteto de Coimbra que vem arrasando em “Bleak Fragments”. Se o EP “Into the Fire” já prometia, preparem seus pescoços, pois o caldo engrossou e a PORRA FICOU SÉRIA!!!!

Misturando Thrash Metal com Groove e elementos progressivos, mais toques diferenciados de Death Metal, melodias de Metal tradicional, linhas melodiosas complexas, e mais algumas coisas de estilos regionais (como as passagens de Fado em alguns pontos de “Tormento”). Bastante técnico, com muitos ritmos quebrados, ótimas melodias, uma dupla de guitarras que esbanja riffs e solos de primeira, uma técnica fantástica de baixo e bateria, e vocais que sabem usar uma ótima diversidade de timbres. Sim, é diferente, é novo, é o DESTROYERS OF ALL! E que energia abusiva, não deixa a cabeça parar de balançar!

O baterista do TERROR EMPIRE, João Dourado, é quem fez a mixagem e a masterização de “Bleak Fragments”. E digamos de passagem que ele criou uma sonoridade limpa e seca, mas moderna e agressiva, que se encaixa perfeitamente no quebra-cabeça que é a música do quinteto. Tudo claro, audível, mas com timbres bem escolhidos que transformam a audição do disco em um apocalipse de prazer.

A arte de Silencer8para a capa é muito bonita, bem feita, embora usando uma palheta de cores mais simples. Mas se enquadra perfeitamente na música do quinteto, e vai ambientando o ouvinte.

Para ouvir “Bleak Fragments”, é necessário que o fã esteja preparado para um disco que vai desafiá-lo em cada momento. A digestão não é simples, pois o DESTROYERS OF ALL não é uma banda simples. Mas lhes garanto: ouviu, gostou, é amor por toda uma vida.

É bem difícil destacar esta ou aquela canção, porque eles capricharam muito nos arranjos e na dinâmica de cada canção. Mas o Thrash ganchudo e bem trabalhado de “Hollow Words” e suas passagens mais técnicas (especialmente de baixo e bateria), o peso abrasivo e cheio de feeling de “Hate Through Violence” (muitos momentos jazzísticos aqui e ali, e ampla influência da escola sueca do Thrash Metal moderno, e que vocais), o trampo “thrashissívo” de “Bleak Fragments” e suas ótimas guitarras (esses caras tocam demais), a porrada grooveada de “Death Healer” (cheia de variações e ótimos backing vocals)... Ah, a quem vou enganar?

“Unexistence”, “The Pain That Feeds”, “Speed of Mind”, “Tormento” e seu Fado logo no início, e “Day of Reckoning” não ficam devendo nada as outras, mas estão no mesmo nível delas. É IMPOSSÍVEL destacar uma ou outra faixa em “Bleak Fragments”, pois a banda é inspirada, faz algo inovador e cheio de vida. É algo raríssimo nos dias de hoje, mas eles têm personalidade e sonoridade bem próprias.

Ouçam, comprem, viajem até Portugal e descolem suas cópias de “Bleak Fragments”. Com o apoio certo, o DESTROYERS OF ALL é um dos próximos grandes nomes de Portugal, se não for do mundo!

Duvida? Ouça com sinceridade, e comprovarão o que eu digo!