terça-feira, 5 de novembro de 2019

TURILLI/LIONE RHAPSODY - Zero Gravity (Rebirth and Evolution)


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Phoenix Rising
2. D.N.A. (Demon and Angel)
3. Zero Gravity
4. Fast Radio Burst
5. Decoding the Multiverse
6. Origins (instrumental)
7. Multidimensional
8. Amata Immortale
9. I Am
10. Arcanum (Da Vinci’s Enigma)
11. Oceano (bonus - Cover de Josh Groban)           


Banda:


Fabio Lione - Vocais
Luca Turilli - Guitarras, Teclados
Dominique Leurquin - Guitarras
Patrice Guers - Baixo
Alex Holzwarth - Bateria


Ficha Técnica:

Fabio Lione - Produção
Luca Turilli - Produção
Stefan Heilemann - Arte da Capa
Simone Mularoni - Gravação, Mixagem, Masterização
Arne Wiegand - Violão, Mandolin, Piano
Joost van den Broek - Teclados em “Oceano”
Alessandro Conti - Corais em “Zero Gravity”
Emilie Ragni - Backing Vocals em “Phoenix Rising”, “D. N. A. (Demon and Angel)”, “Zero Gravity”, “Multidimensional”, “Amata Immortale” e “Arcanum (Da Vinci's Enigma)”, Corais em “Zero Gravity”
Simone Mularoni - Guitarra Base, Guitarra Solo em “Fast radio Burst” e “I Am”
Elize Ryd - Vocais em “D. N. A. (Demon and Angel)”
Mark Basile - Corais em “Zero Gravity”, Vocais em “I Am”
Sascha Paeth - Baixo em “Oceano”


Contatos:

Assessoria:
E-mail:

Indicação: fãs de Symphonic Metal, RHAPSODY OF FIRE e VISION DIVINE, e outros.


Introdução:

Alguns discos possuem estórias inusitadas por trás dos bastidores.

Em 2017, depois de 8 anos sem se encontrarem, Fabio Lione e Luca Turilli (ambos conhecidos por terem tomado parte na formação clássica do RHAPSODY OF FIRE) resolveram excursionar em comemoração pelos 20 anos do lançamento de “Legendary Tales”. E isso acabou levando ambos a formarem o TURILLI/LIONE RHAPSODY, pois viram que ainda tinham muito a dizer musicalmente, e por isso, agora chega o debut do grupo, “Zero Gravity (Rebirth and Evolution)”, que acaba de sair por aqui graças aos esforços entre a Shinigami Records e a Nuclear Blast Brasil.


Análise geral:

Óbvio que as comparações com o RHAPSODY OF FIRE serão automáticas. E não são de todo falsas, uma vez que Luca e Fabio imprimiram suas marcas na banda antes de saírem (bem como os outros membros também tocaram no grupo), só que o Symphonic Metal apresentado nesta nova empreitada é bem mais rica em termos de diversidade musical, e mesmo modernidade (basta ver que existem partes de teclado com arranjos mais modernos). Ou seja, mesmo com elementos que remetem ao passado, há algo de diferente, novo e deliciosamente instigador nas canções de “Zero Gravity (Rebirth and Evolution)”.

Além disso, o foco agora fica mais nas guitarras e vocais, algo óbvio, embora nenhum dos outros instrumentos fique escondido ou sem ser valorizado.


Arranjos/composições:

Óbvio que a riqueza sonora é algo já esperado quando os nomes de Fabio e Luca são mencionados. E isso transpira nos arranjos multifacetados de cada uma das músicas, com muitas mudanças de ambientações, indo do agressivo sinfônico ao introspectivo e profundo. E isso sem mencionar os toques de Ethnic Music, Prog Metal e outros.

Falar no nível de detalhamento em “Zero Gravity (Rebirth and Evolution)” é ter que mencionar o minimalismo, logo, melhor apenas dizer que nada soa artificial, mecânico ou excessivo. Até mesmo toques extremamente melodramáticos surgem nas canções.

Ah, sim: as letras fogem do padrão, pois ao invés de mais “Dungeons & Dragons”, os temas tratam de ciência, psicologia, espiritualidade e outros.


TURILLI/LIONE RHAPSODY ao vivo
Qualidade sonora:

O nível de exigência de Fabio e Luca fica claro na sonoridade.

Ambos produziram o disco, tendo Simone Mularoni na gravação, mixagem e masterização, transformando os anseios da banda em uma qualidade sonora que é perfeita: clara e limpa de uma forma que tudo pode ser ouvido, absorvido e entendido em problemas. Mas o lado pesado do grupo está bem evidenciado (especialmente pela timbragem moderna das guitarras e baixo).


Arte gráfica/capa:

A arte da capa já ilustra que em ““Zero Gravity (Rebirth and Evolution)”, os temas de dragões, capa e espada foram abandonados. Como já mencionado, o enfoque é todo em temas como ciência e mesmo espiritualidade. E tudo ficou muito bem feito, bonito, mas com um enfoque mais simples no encarte.

Um lindo trabalho de Stefan Heilemann, diga-se de passagem.


Destaques musicais:

11 canções aguardam o ouvinte. Cada uma delas é uma gema preciosa, ainda mais com as presenças de convidados Elize Ryd (do AMARANTHE), Mark Basile (DGM), Sascha Paeth (produtor musical e membro do AVANTASIA) e Arne Wiegand (do SANTIANO).

“Phoenix Rising” abre o disco com uma mistura de momentos sinfônicos e partes cheias de mudanças de tempo com jeito de Prog Metal (os vocais estão perfeitos, com boa diversidade de timbres e uma interpretação linda, e sem mencionar os corais, os vocais femininos e backing vocals e alguns toques de Ethnic Music), seguida pela grudenta e moderna “D.N.A. (Demon and Angel)” (recheada por guitarras excelentes, refrão marcante e teclados grandiosos). Com um jeito Prog/Rock eclético à lá QUEEN vem “Zero Gravity” (baixo e bateria mostram bastante sua técnica e pegada pesada). A beleza e classe dos pianos dá um toque extra de classe sinfônica à “Decoding the Multiverse” (cheia de contrastes de momentos mais lentos com outros grandiosos). Em “I Am”, mais contrastes de luz e sombras (ou seja, mudanças de momentos mais introspectivos e outros mais pesados), rica em elementos sinfônicos e modernos (e outra aula dos vocais). Em “Arcanum (Da Vinci’s Enigma)”, temos uma canção cantada em italiano (como foi em “Amata Immortale”), pesada e sinfônica, permeada por guitarras ótimas e teclados que criam ótimas ambientações. E o cover da banda para “Oceano”, do cantor norte-americano Josh Groban é linda e encaixou no contexto musical do disco (e que a termo de curiosidade, se encontra em “Closer”, segundo disco do cantor, lançado em 2003).

Todas são ótimas, mas estas se destacam.


Conclusão:

Aos fãs que vierem buscando algo do passado do RHAPSODY OF FIRE, melhor desistirem. “Zero Gravity (Rebirth and Evolution)” é mesmo uma nova gênese para Luca e Fabio.

Mas aos que possuem bom gosto, ouça e aproveitem essa viagem metafísica em formato Symphonic Metal.


Nota: 10,0/10,0

Texto: “Metal Mark” Garcia


Phoenix Rising



Zero Gravity

THE RODS - Brotherhood of Metal


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Brotherhood of Metal
2. Everybody’s Rockin’
3. Smoke on the Horizon
4. Louder Than Loud
5. Tyrant King
6. Party All Night
7. Tonight We Ride
8. 1982
9. Hell on Earth
10. The Devil Made Me Do It
11. Evil in Me           


Banda:


David “Rock” Feinstein - Guitarras, Vocais
Garry Bordonaro - Baixo
Carl Canedy - Bateria, Vocais


Ficha Técnica:

The Rods - Produção
Chris Collier - Mixagem, Masterização
Eric Philippe - Arte da Capa
Lonnie Park - Teclados, Vocais


Contatos:

Instagram:
Assessoria:

Indicação: fãs de Metal tradicional, OMEN, MOTÖRHEAD, RIOT V, e de U. S. Metal em geral


Introdução:

Quando se fala do cenário Metal dos EUA, antes da explosão ainda na primeira metade dos anos 80, alguns grupos deram indícios que algo viria a acontecer. Bandas como BLUE ÖYSTER CULT, RIOT (hoje RIOT V) nos anos 70 já mostravam que algo estava surgindo: o U. S. Metal, um jeito de fazer Metal que seria influenciado pelo Hard Rock e Metal dos anos 70, mais influências de JUDAS PRIEST e mesmo da NWOBHM. E pode-se aferir que um dos fundadores do som característico do cenário norte-americano é, sem sombra de dúvidas, o THE RODS, trio de Cortland (Nova York). E com uma resiliência digna de sua geração, lá vem o grupo com mais uma pancada nos ouvidos, o excelente “Brotherhood of Metal”, que a Shinigami Records acaba de lançar no Brasil.


Análise geral:

Basicamente, em “Brotherhood of Metal”, o grupo não mostra nenhuma alteração profunda em seu estilo, ou seja, é a mesma forma de Metal tradicional do cenário dos Estados Unidos (que tem por característica primordial o apego a linhas melódicas grudentas, vindas do Hard Rock; e boa técnica musical), apenas atualizada para os tempos atuais. De novo, são ouvidas algumas partes de teclados, recurso que o grupo não usava desde “Heavier Than Thou” de 1986 (que são evidentes da introdução de “Brotherhood of Metal” e em “Everybody’s Rockin’”). O que está um pouquinho (só um pouquinho) mais evidente é o lado melodioso de sua música, o que não deixa a agressividade de lado.

Traduzindo: de um lado, a banda não exagera na técnica (embora mostrem ótimo domínio de seus instrumentos em alguns momentos), e de outro, mostra conjuntos de melodias de fácil assimilação pelo ouvinte, além de refrães marcantes. Os teclados não chegam a alterar o que a banda mostra desde seu início, apenas se encaixam de forma perfeita nos momentos mais necessários.


Arranjos/composições:

Falar de arranjos com um grupo com quase 40 anos de vida nas costas é quase desnecessário.

Tudo funciona perfeitamente, como uma máquina bem lubrificada, com os arranjos se encaixando bem uns nos outros, riffs de guitarras grudando nos ouvidos, solos eficazes, baixo mostrando peso (e mesmo algumas partes mais técnicas, como se pode ouvir em “Tonight We Ride”), e a bateria mostra peso e energia (e também boa técnica, com viradas bem sacadas e conduções nos dois bumbos em momentos providenciais), e vocais crus e diretos.

Precisa mais que isso?


Qualidade sonora:

Fugindo um pouco do usual para bandas da velha guarda, o trio soube modernizar a sonoridade.

Óbvio que a banda ainda toca de forma bem orgânica e simples (como um ensaio em estúdio, onde plugaram os instrumentos e tocaram à vera), com uma timbragem completamente tradicional dos anos 80 (ou seja, sem muitos exageros). Mas o nível de limpeza é enorme, se equiparando às melhores produções dos dias de hoje.

Ou seja, mistura a sonoridade clássica do grupo, apenas com um “insight” moderno, que deu vida às canções.


Arte gráfica/capa:

A arte da capa, para quem ainda não conhece bem o THE RODS, é uma referência ao clássico “Wild Dogs”, de 1982 (que por um milagre, chegou a ser lançado no Brasil, sendo item de colecionador em LP). E é bom dizer que a Shinigami Records disponibilizou o disco nas versões Jewelcase e Digipack.


Destaques musicais:

Para quem sempre achou que o THE RODS tem o status de banda “cult” pelo fato de David ser primo do saudoso Ronnie James Dio (e chegaram a tocar juntos no ELF), estas 11 canções vão mostrar como é enorme este equívoco. Além disso, é uma mostra como muitas bandas ditas “old school” apenas copiam quem entende do riscado.

Uma longa introdução melodiosa e lenta precede a pancadaria peso-pesado de “Brotherhood of Metal”, uma canção climática e com ótimo trabalho de Carl e Garry na base rítmica (e que refrão marcante, onde teclados temperam as melodias). Aquele típico Hard ‘n’ Heavy “Made in USA” surge em “Everybody’s Rockin’” (cheia de riffs e solos de primeira, além de outro refrão que gruda nos ouvidos) e “Smoke on the Horizon” (peso colossal, e alguns contornos de Classic Rock são claros graças aos teclados). Um bom exemplo como a energia grudenta do Hard Rock está no DNA do U. S. Metal pode ser ouvido claramente em “Louder Than Loud”. Já pegando mais pesado simples e eficiente “Tyrant King” conquista o ouvinte rapidamente. Apresentando o groove tão comum das bandas norte americanas da segunda metade dos anos 70, “Party All Night” é outra canção com refrão excelente (reparem como o baixo de Garry mostra ótima técnica). Se estiver pronto para bater cabeça com tempos não tão velozes assim, “Tonight We Ride” foi feita para você, pois é um grude de peso e melodia. Em “1982”, outro Hard ‘n’ Heavy escandaloso e pesado de doer os dentes, onde o grupo fala de si nas letras, em uma autobiografia de primeira (e com detalhes que muitos não sabem). Mais pesada e com uma energia de “dirty Rock ‘n’ Roll”, a forte “Hell on Earth” vem para ganhar o ouvinte com suas melodias excelentes e vocais (e a bateria de Carl está ótima), assim como “The Devil Made Me Do It” (onde a velocidade diminui e se tem uma clara influência de AC/DC). Rebuscando um pouco mais o passado do grupo em termos de andamentos e peso, “Evil in Me” é aquela canção que todo jovem deveria ouvir, pois é uma ode à rebeldia, sem falar que o refrão marca como ferro em brasa, e que linhas melódicas pesadas!

É, o THE RODS mostram o motivo de serem uma banda tão respeitada no underground...


Conclusão:

Ao ouvir “Brotherhood of Metal”, fica a impressão que o THE RODS merece mais reconhecimento, já que depois de tantos anos, ainda criam um disco tão viciante!

Parabéns, e thank you, David, Garry and Carl for such fine piece of Metal!


Nota: 10,0/10,0

Texto: “Metal Mark” Garcia


Louder Than Loud