Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional
Tracklist:
1. Unholy Transcript
2. Non Physical Existent
3. Multi Dimensional
4. Oversoul
5. Materialization
6. Astral Projection
7. Discarnate Entity
8. Subvisions
9. Manifestations
10. Timeless
11. Ultra Demons
12. Layers of Reality
13. Electro Magnetic
Banda:
Patrick Mameli - Vocais, guitarras, baixo
Santiago Dobles - Guitarra solo
Tilen Hudrap - Baixo
Septimiu Hărşan - Bateria
Ficha Técnica:
Christian “Moschus” Moos - Mixagem
Dan Swanö - Masterização
Michał “Xaay” Loranc - Capa
Contatos:
Site Oficial: http://www.pestilence.nl/
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Instagram:
Bandcamp: https://pestilenceofficial.bandcamp.com/
Assessoria:
E-mail:
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Há estilos do Metal que ficam em evidência em certos momentos, e por isso, acabam marcando a vida de quem passou por eles. Só quem viveu a abrangência da NWOBHM, do US Metal e do Metal germânico na primeira metade dos anos 80, o Thrash Metal na segunda, a invasão do Death Metal nos anos 90, a chegada da SWOBM a partir de 1994 e outros pode explicar o sentimento de cada um desses movimentos. E como em cada movimento musical, existem aquelas bandas que sempre acabam ficando em nossa memória, mesmo que sejam as de status “cult”, ou seja, as que são importantes, mas que nunca se tornaram gigantes. E quando se fala em Death Metal holandês, dificilmente o nome do pioneiro PESTILENCE é deixado de lado. E após um segundo hiato, eles retomam a carga e lançam mais um míssil destruidor de ouvidos, chamado “Hadeon”.
Quem conhece o quarteto, sabe bem do que eles são capazes: Death Metal puro sangue, brutal e opressivo, e são capazes de deixar qualquer fã do estilo arrepiado. Mas mesmo usando da brutalidade tradicional, o “approach” usado em “Hadeon” é pode ser descrito da seguinte forma: o grupo continua com sua identidade Death Metal, mas com uma estética técnica muito bem feita e interessante. Basicamente, podemos dizer que “Hadeon” seria uma sequência natural de “Testimony of the Ancients”, de 1991, com aquela preocupação em ser diferente do que os outros faziam na época, impondo um pouco mais de técnica ao som agressivo costumeiro.
Ou seja, “Hadeon”veio para quebrar ossos!
A sonoridade do disco é altamente explosiva e impactante, como um álbum de Death Metal precisa ser. Obviamente que a banda não renega a estética sonora mais burilada e que permite que seu som impactante seja compreendido. A crueza estilística do gênero repousa totalmente nas canções, nos timbres instrumentais que foram escolhidos. E a capa é uma repaginada nos elementos clássicos vistos nos anos 90, nas capas de “Testimony of the Ancients” e “Spheres”, só que transpostas para os tempos atuais. E isso mostra que o PESTILENCE está voraz, faminto por retomar seu lugar devido!
E verdade seja dita: eles merecem muito respeito, pois o Death Metal como um todo seria mais pobre sem o PESTILENCE. São uma das primeiras bandas a investir no que viria a ser chamado Techno Death Metal, e mostrar que existiam possibilidades infinitas no estilo. E em “Hadeon”, eles destilam uma forma de música que é superior ao que fizeram na volta do primeiro hiato. Além de uma musicalidade bem trabalhada e brutal, se percebe que os arranjos criados só adicionam mais tempero a pancadaria desenfreada que eles desencadeiam.
E é bom prepararem os ouvidos, pois a carnificina é evidente!
Melhores momentos de um disco excelente: a massacrante e moedora de ossos “Non Physical Existent”, uma canção rápida, recheada de riffs trabalhados com aquele toque pessoal do grupo; a brutalidade extrema de “Multi Dimensional” (mas percebam que baixo e bateria dão uma exibição de gala, criando uma base rítmica muito bem trabalhada, embora muito pesada); a azeda e cadenciada “Oversoul” e seus riffs sinuosos e solos rascantes; “Materialization”e seu jeito um pouco mais tradicional (mas com as guitarras vomitando riffs de primeira); a podreira veloz e empolgante de “Discarnate Entity” e seus tempos bem trabalhados; a força bruta de baixo e bateria nos tempos variados de “Manifestations”; a expressividade sufocante e opressiva de “Timeless”e seus vocais guturais alinhavados com uma base instrumental instigante; e o assassinato musical cometido pela fabulosa “Layers of Reality”.
Se você é fã de Metal extremo, “Hadeon” foi feito para você, logo, presencie o renascimento do PESTILENCE, e aproveitem, pois além desse, a Hammerheart Records Brasiljá relançou as versões duplas de “Malleus Maleficarum” (1988), “Consuming Impulse” (1989) e “Testimony of the Ancients” (1991). E a “Consuming Latin America” vem aí, com 6 shows no Brasil em Abril!
Até lá, “Hadeon”é uma excelente pedida, e será lançado em março no Brasil, simultaneamente ao Velho Continente.
Nota: 100%