Tipo: Full Length
Selo: Independente
Nacional
Texto: “Metal Mark” Garcia
Introdução: Entre a segunda metade dos anos 80 e os primeiros anos da década de 90, as misturas de Metal e Rock com Rap, Hip Hop e outros gêneros mais subversivos da conhecida música negra norte-americana foram surgindo e se consolidando. Hoje em dia, trilhar por tais caminhos pode acarretar em viver debaixo da sombra de nomes como BODY COUNT, RED HOT CHILLY PEPPERS antigo ou FAITH NO MORE. E rebuscando um pouco aspectos dos dois últimos nomes, mas usando de muita personalidade para buscar seu lugar ao sol, temos o quarteto paulista TRINKA RUA, que estreia com o álbum que leva o nome da banda.
Análise geral: Para início de conversa, o trabalho do grupo é diversificado, buscando influências não apenas no Funk Metal e no Rapcore, inclusive usando partes densamente influenciadas pelo Reggae e pelo Ska (como se ouve em “Casino”) e mesmo baião (vejam o início e andamentos de “Terra de Ninguém”). No fundo, nos momentos mais acessíveis, chegam a mostrar algo de nomes como CHARLIE BROWN JR., RAIMUNDOS e DETONAUTAS, ou seja, remetendo à geração do Rock brasileiro que fez sucesso entre a segunda metade da década de 90 e início dos anos 2000, mas alguns toques mais experimentais e ecléticos remetem ao NAÇÃO ZUMBI. Tem energia de sobra, suas doses de acessibilidade são muito boas, gerando assim uma música que pode alcançar públicos mais amplos que o de Metal e Rock.
Arranjos/composições: É de se esperar algo mais funkeado em vários momentos, mas isso fica justamente na parte dos arranjos. Mas justamente por conta da acessibilidade musical que permeia “Trinka Rua” que eles evitam algo muito rebuscado em termos técnicos, sendo mais focado na homogeneidade que em exibições de virtuosismo pessoal. E a música deles funciona como uma máquina bem azeitada, pois tudo se encaixa sem que existam percalços. E é incrível como o grupo mostra energia e melodias simples de serem assimiladas pelos ouvintes.
Qualidade sonora: Houve um capricho enorme em termos de produção, para que se equilibrasse bem a agressividade sonora, limpeza e ecleticismo do grupo, o que não é algo lá muito simples de ser feito. Mas o vocalista/guitarrista Rafael Suzuki fez um trabalho digno de menções honrosas, mesmo sendo um trabalho totalmente independente. Até os timbres mostram que houve uma preocupação estética em se fazer entender.
Arte gráfica/capa: Simples e direta é a capa do disco. Usando uma foto de Norah Jacobs, fica clara a caracterização da música da banda como algo urbano, de beco. Ou seja, se encaixa com o contexto lírico do grupo.
Destaques musicais: Apesar de ser uma banda ainda jovem, é evidente que eles mostram em “Trinka Rua”um talento enorme que pode ser bem aproveitado.
“Fodase”: Com um jeito mezzo Rapcore e mezzoacessível, com boas melodias e um clima denso que lembra o Hardcore de Nova York. Os vocais se destacam bastante com seu jeito funkeado.
“Pocket”: Aqui se tem uma aura vinda do Pop Rock e do Ska, embora a energia seja altamente hardcorizada. Sem rotular demais, seria o encontro perfeito de PARALAMAS DO SUCESSO com o THE CLASH, com boa dose de acessibilidade e riffs grudentos.
“Won’t Be the Same”: Um Punk ‘n’ Roll nervosa e cheio de alinhavos de Ska e mesmo Blues. A base rítmica mostra peso e energia, sem destroçar a acessibilidade musical.
“Casino”: A fusão de Funk, Reggae, Ska e Rapcore funciona bem, sendo uma das faixas mais acessíveis do disco. A presença de instrumentos de sopro (emulados ou não) encaixou muito bem.
“Terra de Ninguém”: Influências de Baião, Rap e Hardcore melódico se mesclam de forma equilibrada para criar algo denso e grooveado, que realmente conquista o ouvinte, com bons vocais e ótimos backing vocals.
“Ouro de Tolo”: Pode-se dizer que aqui, Pop, Rock e Ska se fundem criando uma canção mais acessível ao grande público, com uma boa estruturação melódica, além de mostrar boas partes de baixo e bateria.
“Nosso Amanhã”: Um Rap/rock acessível e bem melodioso que tende a ganhar muitos fãs, especialmente entre os praticantes de skate, por conta de suas partes mais pesadas e abrasivas.
Conclusão: Pode-se dizer que “Trinka Rua” é um disco que vem para alcançar públicos mais amplos e menos exigentes que os de Rock e Metal (embora não deixe de ter seus fãs neles), e o TRINKA RUA se mostra uma boa revelação desse ano.
E o disco pode ser ouvido nas seguintes plataformas:
Google: http://bit.ly/2FFvPvd
Nota: 80%
Tracklist:
1. Intro
2. Fodase
3. Caution
4. Pocket
5. Won’t Be the Same
6. Liberdade
7. Casino
8. Terra de Ninguém
9. Ouro de Tolo
10. Reminder of Who You Are
11. Nosso Amanhã
12. Babylon
Banda:
Rafael Suzuki - Vocais, Guitarras
Luis Saucedo - Guitarras
Johnny Gomes - Baixo
Tiago Neves - Bateria
Ficha Técnica:
Rafael Suzuki - Produção, mixagem, masterização
Norah Jacobs - Arte da capa (foto)
Contatos:
Site Oficial:
Facebook: https://www.facebook.com/TrinkaRua/
Instagram: https://www.instagram.com/trinkarua/
Assessoria: http://www.metalmedia.com.br/trinkarua
E-mail: trinkarua@gmail.com