terça-feira, 20 de agosto de 2019

DESTRUCTION - Born to Perish


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Born to Perish
2. Inspired by Death
3. Betrayal
4. Rotten
5. Filthy Wealth
6. Butchered for Life
7. Tyrants of the Netherworld
8. We Breed Evil
9. Fatal Flight 17
10. Ratcatcher
11. Hellbound (faixa bônus)


Banda:


Schmier - Vocais, Baixo
Mike - Guitarras
Damir Eskić - Guitarras
Randy Black - Bateria


Ficha Técnica:

V. O. Pulver - Produção, Mixagem, Masterização
Gyula Havancsák - Artwork (capa)


Contatos:

Assessoria:
E-mail:


Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução:

Estar ativo nos dias de hoje é sinal de força de vontade, uma vez que o cenário mundial tem se mostrado cada vez mais árido de criatividade e combalido pelos downloads, fazendo com que as bandas tenham que tocar cada vez mais e ter cada vez menos tempo na produção de material para seus discos. Alguns parecem não estar nem aí, e mandam discos novos de tempos em tempos.

Mas uma curiosidade assaltou os fãs do grupo alemão DESTRUCTION neste ano: depois de anos como trio (basicamente, desde o retorno em 2000), a eles mais uma vez tornaram-se um quarteto com a entrada de um segundo guitarrista Damir Eskić, logo, como eles soariam?

A resposta é dada por “Born to Perish”, décimo-primeiro disco do agora quarteto desde seu retorno à ativa. E que acaba de sair no Brasil pela parceria entre a Shinigami Records e a Nuclear Blast Brasil.


Análise geral:

Não seria uma heresia dizer que o quarteto é um AC/DC Thrash Metal, pois a fórmula é a mesma que estão usando desde seu retorno com “All Hell’s Break Loose”(2000): um Thrash Metal agressivo, cheio de influências de Hardcore e Metal germânico (especialmente nas partes mais refreadas), boas melodias, refrães marcantes e uma estruturação técnica que soa simples aos ouvidos dos fãs, embora o nível de detalhamentos seja grande.

Se por um lado optaram por não ousarem buscar inovações como no passado, pode se dizer que o grupo mostra energia e personalidade para lidar com os novos tempos.


Arranjos/composições:

Não dá para não bater palmas nesse aspecto.

Usando de experiência, o nível de detalhamentos é alto, com mudanças rítmicas bem vindas, encaixe perfeito dos vocais sob a colcha instrumental do grupo, riffs raçudos e que grudam na memória do ouvinte, solos bem feitos (onde se nota que existe diversidade, pois o jeito de Damir solar difere do de Mike), e a solidez da base rítmica é óbvia (a entrada de Randy Black deu maior peso e diversidade técnica à bateria). Nada de novo em termos de DESTRUCTION, mas sempre de ótimo nível.


Qualidade sonora:

Mais uma vez, como ocorre desde “Metal Discharge” (de 2002), V. O. Pulver trabalha com o grupo, e novamente assina a produção.

Basicamente, o quarteto é um dos poucos de sua geração que conseguiram se adaptar aos novos tempos, pois sua música soa moderna e vibrante, mas com clara referência aos velhos tempos. Tudo isso em uma produção sonora que soube explicitar a agressividade de seu instrumental com tons mais bem delineados e claros aos ouvidos (mas que poderiam ser melhores para o baixo).


Arte gráfica/capa:

Nem é preciso dizer que Gyula Havancsák fez uma capa bonita e chamativa. Mesmo com contrastes de cores simples, tudo ficou muito bom, agressivo e referenciando ao título.


Destaques musicais:

Apesar de longe do ápice criativo do grupo, “Born to Perish” ainda é um disco do DESTRUCTIONem essência, cheio de ótimos momentos que divertirão seus fãs.

As melhores: a pegajosa, rápida e técnica “Born to Perish” (exibição de gala da bateria e das guitarras, verdade seja dita, pois riffs e solos são ótimos), as igualmente pegajosas e com melodias mais claras “Inspired by Death” (baixo e vocais em grande performance, resgatando um pouco o “feeling” do que se ouve em “Release from Agony”) e “Betrayal”(boas mudanças de ritmo), o lado mais influenciado pelo MOTÖRHEAD e pelo Punk Rock que aflora em “Filthy Wealth” (onde alguns toques subjetivos da Escola Germânica de Metal aparecem), a variada “Butchered for Life” (o início é como uma balada densa e melancólica, mesmo com o timbre naturalmente agressivo de Schmier, mas logo explode em uma canção bruta e ríspida, e se preparem, pois partes mais lentas aparecerão em outros pontos dessa canção), e o ataque brutal e opressivo de riffs insanos em “Fatal Flight 17”. Mas o disco é bom como um todo, ainda mais com a faixa extra, “Hellbound”, um cover para um velho hino do TYGERS OF PAN TANG, que exalta o lado do Metal tradicional que o DESTRUCTIONcarrega desde sua origem.


Conclusão:

Óbvio que não se pode dizer que “Born to Perish” seja o melhor disco do grupo, longe disso, mas serve como uma preparação futura quando a formação atual estiver consolidada e ajudando a compor.

Mas pode-se dizer que é um item obrigatório para os fãs da banda, e que vale a audição e aquisição.

Nota: 8,3/10,0


Born to Perish



Inspired by Death



Betrayal