Tipo: Full Length
Nacional
Tracklist:
1. Verkligheten
2. Arrival
3. Bleeder Despoiler
4. Full Moon Shoals
5. The Nurturing Glance
6. When the Universe Spoke
7. Stålfågel
8. The Wolves are Back in Town
9. Witan
10. The Ageless Whisper
11. Needles and Kin
12. You Aquiver
“Underworld” Bonus EP
13. Summerburned and Winterblown
14. In this Master’s Tale
15. The Undying Eye
16. Needles and Kin (versão original)
Banda:
David Andersson - Guitarras, baixo, piano
Sylvain Coudret - Guitarras
Sven Karlsson - Teclados
Bastian Thusgaard - Bateria, percussão
Ficha Técnica:
Thomas “PLEC” Johansson - Produção, gravação, mixagem, masterização
Jan Rechberger - Gravação, vocais em “Needles and Kin”
Björn "Speed" Strid - Gravação dos vocais, produção dos vocais
Valnoir - Arte da capa, layout, arte adicional
Tobias Green - Emblema
Åsa-Hanna Carlsson - Violoncelo em “Arrival”, “Bleeder Despoiler”, “Full Moon Shoals”, “When the Universe Spoke”, “The Ageless Whisper” e “Needles and Kin”
Taylor Nordberg - Backing vocals (exceto em “The Undying Eye”)
Dave Sheldon - Backing vocals em “You Aquiver”
Alissa White-Gluz - Backing vocals “Stålfågel”
Tomi Joutsen - Vocais em “Needles and Kin”
Contatos:
Site Oficial: https://www.soilwork.org/
Facebook: https://www.facebook.com/soilwork/
Instagram: https://www.instagram.com/soilwork/
Assessoria:
E-mail:
Texto: “Metal Mark” Garcia
Introdução: Quanto mais o tempo passa, a tendência é que uma banda de renome venha a cometer erros, e lançar um disco mais fraco em consequência de tudo que pode acontecer quando os músicos estão entre eles mesmos. As pressões externas e internas podem acabar destroçando uma banda, menos se estivermos falando do quinteto sueco SOILWORK, pois parece que a realidade serve de combustível para eles serem criativos. Por isso, “Verkligheten” (que é o termo sueco para “realidade”) já nasceu como um dos 10 melhores discos do ano. Aliás, pode se dizer que é um forte candidato a clássico, sem exageros. E ainda bem que a parceria entre a Shinigami Records e a Nuclear Blast Brasil tornou facilitou o acesso a tal obra.
Análise geral: É fato que o grupo vem mudando as regras do jogo dentro do que se convencionou chamar de Melodic Death Metal sueco. Sem perder as raízes nessa vertente específica, o grupo foi adicionando elementos de Groove, melodias que podem remeter mnemonicamente aos anos 60 e 70. Não é simples descrever o que eles fazem.
Em “Verkligheten”, existem momentos extremos intensos (como estão evidenciados em “Full Moon Shoals”), mas sempre com ótima técnica (os contrastes entre as linhas de teclados e guitarras chegam ao brilhantismo). E junto a isso, a entrada de Bastian Thusgaardna bateria parece ter trazido sangue e frescor novos ao trabalho da banda. E sem negar a natureza do que fazem atualmente, “Verkligheten” vem resgatar algumas coisas do passado.
Basicamente, não há como respirar direito durante a execução desse disco. Em uma analogia, parece uma pista em que se dirige em baixa velocidade porque só se sabe onde a curva leva após entrar nela, ou seja, “Verkligheten” é sinuoso, profundo e cheio de energia. É cativante, técnico, diversificado e deliciosamente envolvente. È um álbum que leva o ouvinte ao prazer, e como aquele “game” que quanto mais se joga, mais se descobre e se acostuma às dificuldades, quanto mais se ouve, mais se descobre de suas belezas.
Slipcase de “Verkligheten” |
Óbvio que os mais atentos perceberão que certa influência (especialmente nos momentos mais envolventes e nas ambientações) do THE NIGHT FLIGHT ORCHESTRA permeando o disco (o que não seria de estranhar por conta da presença de Björn “Speed” Strid e de David Andersson como compositores e músicos em ambos).
Além disso, é bom que se diga: apesar das canções não terem “buracos” (ou seja, partes em que se sente a ausência de arranjos, ou mesmo notas musicais que deveriam estar ali), o nível de inspiração transcende o que já haviam feito em “The Ride Majestic”.
Qualidade sonora: Trabalhando pela primeira vez com Thomas “PLEC” Johansson (o mesmo que já trabalhou com bandas como SCAR SYMMETRY, DYNAZTY, NUCLEAR ASSAULT, ONSLAUGHT, entre outros, e ele fez a produção, gravação, mixagem e masterização), sendo que “Speed” produziu a parte dos vocais. É desnecessário dizer que tudo ficou absolutamente perfeito, mesmo com o uso de timbres de guitarra modernos (sim, a definição de notas é bem clara) que tenderiam a embolar a sonoridade.
Limpo, agressivo e melodioso nas proporções certas, “Verkligheten” ainda consegue soar com um toque de crueza, deixando as partes mais extremas soando muito bem. E isso sem um baixista fixo (David gravou as partes de baixo no disco).
Arte gráfica/capa: A capa é assinada pelo artista francês Valnoir (pseudônimo de Jean-Emmanuel Simoulin, que já fez artes para AMORPHIS, BEHEMOTH, PARADISE LOST, ALCEST, MORBID ANGEL e muitos outros), dando um toque expressionista interessante. Já o emblema do Slipcase (sim a versão nacional tem um) é de Tobias Green.
Destaques musicais: A melhor ideia nessa hora é dizer “eu desisto”, pois de tão apaixonante que “Verkligheten” é. E sem mencionar que a versão brazuca ainda tem de bônus o EP “Underworld”.
Mas por mero preciosismo, as melhores para as primeiras audições são:
“Arrival”: Muitas ambientações, indo do extremo (que é o lado mais presente na canção, especialmente pelos “blast beats” da bateria) ao suave e melancólico sem pudores ou dificuldades. E os vocais dão um show especial por usarem mudanças de tons (suave e gutural) inesperadas.
“Bleeder Despoiler”: o início grudento tem um Groove forte herdado do Hard Rock clássico, mas é mais uma canção com fortes traços do Melodic Death Metal original da banda, mas tem-se nela uma aula de interpretação dos vocais (e que show de baixo e bateria).
“Full Moon Shoals”: Aqui, o grupo já mostra mais ênfase de seu lado melodioso (embora existam partes extremas pontuais), sendo toda a estrutura melódica extremamente simples de ser assimilada. Os vocais guturais aparecem, mas em menor proporção, permitindo uma melhor evolução em termos de melodias (e como o contraste entre partes distorcidas agressivas e mais ternas das guitarras soa bem).
“The Nurturing Glance”: Imaginem mesclar uma pegada e jeito de Death Metal com harmonias de harmonias de Hard Rock anos 80. É isso que esta é essencialmente, e mais uma vez, uma canção que vai grudar nos ouvidos por dias, especialmente pelos arranjos de guitarras estarem ótimos.
“When the Universe Spoke”: pronto, a pancadaria desembestou de vez, com todo aquele jeito Melodic Death Metal sueco de raiz, quase que um “back to the roots” ao que fizeram nos tempos de “Natural Born Chaos”, sem perder de vista toda experiência adquirida desde então.
“Stålfågel”: E enfim, chegou o dia em que o Death Metal se encontrou com as melodias ganchudas do AOR/Pop típico dos anos 80. Sim é o que esta música mostra aos ouvintes. Simples, direta, andamento comportado e mais lento, é uma das canções mais acessíveis do disco, e que partes de teclados, refrão e solo de guitarra! Ah, nos backing vocals, a presença de Alissa White-Gluz (do ARCH ENEMY).
SOILWORK ao vivo. |
“Witan”: A mesma estrutura musical de “Stålfågel”, apenas com mais presença de partes extremas de Death Metal puro e simples (inclusive com conduções brutas de baixo e bateria).
“The Ageless Whisper”: um típico Hard Rock cheio de melodias e glamour com vocais guturais (embora partes limpas estejam presentes também) e alguns toques mais agressivos nas guitarras. Poderia até dizer que estamos diante de um MOTLËY CRÜE ou DEF LEPPARD Death Metal.
“Needles and Kin”: guitarras tipicamente Death Metal sueco tecem ótimas melodias, com a base rítmica alternando entre partes velozes extremas e outras mais amenas. O toque especial se dá pela presença dos vocais de Tomi Joutsen (do AMORPHIS) contrastando com os de “Speed”.
“You Aquiver”: uma introdução quase que de Post Punk abre a canção. A criatividade é alta, especialmente porque os riffs de guitarras acertaram estão ótimos. É uma canção que poderia estar em discos de bandas de Hard Rock dos anos 70 sem medo (há partes em que influências como de BLUE ÖYSTER CULT são sensíveis).
Aqui, se encerram as faixas de “Verkligheten” (cuja faixa título só não foi citada por ser uma introdução instrumental). Começa as canções do EP “Underworld”, que aparentemente são mais agressivas e diretas (embora do jeito do SOILWORK, ou seja, existem melodias e vocais limpos).
“Summerburned and Winterblown”: uma pegada 80% extrema permeia a canção, com uma velocidade que remete ao Death Metal sueco tradicional, embora algumas partes voltadas ao Melodic Death Metal do quinteto surjam aqui e ali. Belo trabalho da bateria, especialmente nos bumbos.
“In this Master’s Tale”: duetos á lá IRON MAIDEN começam a canção, mas logo a essência melódica rascante do grupo aparece. Pode-se, inclusive, aferir que seria uma canção bem “old school” do grupo.
“The Undying Eye”: simples, direta e forte, os “blast beats” se fazem presente, embora algumas partes de guitarra e de teclados criem uma linha melódica quase que Hard anos 70.
“Needles and Kin”: basicamente, pouca coisa muda em relação à anterior, mas o que lhe dá valor é que esta tem apenas “Speed”nos vocais.
Ou seja, não há momentos fracos. “Verkligheten” nasceu um disco que se ouve de ponta a ponta sem medo.
Ou seja, não há momentos fracos. “Verkligheten” nasceu um disco que se ouve de ponta a ponta sem medo.
Conclusão: O SOILWORK é daquelas bandas que vão crescendo e melhorando conforme o tempo vai passando. E pelo que é apresentado em “Verkligheten”, eles ainda irão longe, e possivelmente, popularizar o gênero e alcançar públicos maiores.
Nota: +100%
“Full Moon Shoals”: http://bit.ly/2VoHD90
“Stålfågel”: http://bit.ly/2Eqh9gp
Spotify