Ano: 2019
Tipo: Duplo CD + DVD ao vivo
Nacional
Tracklist:
CD 1
1. The
Lines Are Down
2. Crazy
Nights
3. Like
Hell
4. Heavy
Chains
5. Get Away
6. We Could
Be Together
7. Loudness
8. In the
Mirror
9. Crazy
Doctor
CD 2
1. In the
Mirror
2. The Law of
Devil’s Land
3. Black
Wall
4.
Sleepless Night
5. Speed
6. Crazy
Doctor
7. Milky
Way
8. Ares’
Lament
9. Dream
Fantasy
10. Esper
DVD
1. Soul On
Fire
2. I’m
Still Alive
3. Like
Hell
4. Heavy
Chains
5. The Sun
Will Rise Again
6. Go For
Broke
7. Ares’
Lament / Until I See the Light
8. Kama
Sutra (Instrumental)
9. Crazy
Doctor
10. In the
Mirror
11. S.D.I.
12.
Loudness (with Masayuki Suzuki)
13. Crazy
Nights (with RIOT V)
Banda:
Minoru Niihara - Vocais
Akira Takasaki - Guitarras
Masayoshi Yamashita - Baixo
Masayuki “Ampan” Suzuki - Bateria
Ficha Técnica:
Fumiki Yamamoto - Gravação
Masatoshi Sakimoto - Mixagem
Ryuichi Tanaka - Masterização
Iwata Room - Artwork, Design
Contatos:
Site Oficial: http://www.loudnessjp.com/
Instagram: https://www.instagram.com/loudness_official/
Assessoria:
E-mail:
Indicação: fãs de Heavy Metal tradicional, ANTHEM, e bandas
clássicas dos anos 80
Texto: “Metal Mark”
Garcia
Introdução:
O mercado musical japonês, muitas vezes, parece fechado em
si. Só mesmo aqueles fãs mais engajados conseguem novidades musicais de lá que
esteja fora de animes e tokusatsus (ou seja, os seriados em forma de filme)
exibidos na TV ou na internet. E chega a ser complicado ver que poucas bandas
de Metal do país conseguiram ter expressividade fora de lá. EARTHSHAKER, BOW
WOW, ANTHEM, SIGN são alguns dos nomes que venceram as fronteiras, mas para o
país que, nos anos 80, recebia um grande show de Metal/Rock por dia, é muito
pouco, e todas são muito underground.
Mas existem os que conseguem fugir e ter maior
reconhecimento, e desses, nenhum nome consegue ter a força e respeito que o
LOUDNESS, da cidade de Osaka, tem. Isso porque tocaram em turnês pelos EUA nos
anos 80.
São 38 anos de muitas lutas e Hard Rock/Heavy Metal nos
ombros, logo, nada melhor que um ao vivo para comemorar, e é isso que “Rise to
Glory: Live in Tokyo” nos dá. E que bom que a parceria entre a Shinigami
Records e a earMUSIC nos brinda com uma
linda versão brasileira.
Análise geral:
Como já dito, o quarteto tem por raiz fazer um mix
inteligente e pesado entre Hard/Glam Metal dos EUA com uma pegada Heavy Metal extremamente
pesada, e tudo guiado pelo virtuosismo das seis cordas de Akira Takasaki (e não seria uma blasfêmia dizer que ele é o Eddie Van Halen de seu país), mas
sem que Minoru Niihara (vocais), Masayoshi Yamashita (baixo) e Masayuki “Ampan”
Suzuki (bateria) sirvam de meros coadjuvantes. Nada disso: cada uma das peças
do quarteto funciona perfeitamente e em harmonia com os outros.
Resultado: peso, melodia e tudo de melhor que pode existir
no Hard ‘n’ Heavy dos anos 80, só que cheio de energia.
Cabe deixar claro que a energia do grupo ao vivo é algo
impressionante, que é de deixar muita banda jovem de queixo caído.
Gravado durante o festival “Metal Weekend”, no Zepp
DiverCity, em Tóquio, que compreendeu os dias 21 a 24 de setembro de 2018.
Vale explicitar que o CD 1 (gravado no segundo dia do
festival) é baseado no repertório da excursão que a banda fez nos EUA em 1985
(para promover o clássico “Thunder in the East”, de 1985, um de seus discos
mais famosos), enquanto o CD 2 (cujas gravações são do terceiro dia) é todo
baseado em canções de “The Law of the Devil’s Land” (1983) e “Disillusion”
(1984), o que significa uma enxurrada de clássicos do início de carreira do
grupo.
Já o DVD, gravado no primeiro dia do evento, possui
materiais que vêm tanto do último disco do grupo (o ótimo “Rise to Glory”, de
2018), fora velhos hinos do passado.
E uma coisa legal: os repertórios dos CDs e DVDs são
diferentes, logo, é muito legal ver duas versões para “Crazy Nights”, uma com o
LOUDNESS sozinho, e outra com eles junto com RIOT V (que também tocou no
festival).
Basicamente, o grupo soube escolher bem as canções para este
lançamento.
Qualidade sonora/visual:
Em termos de sonoridade, está perfeito.
A captação do áudio ao vivo dos CDs ficou excelente, sem
mencionar que a mixagem e masterização deram um brilho à sonoridade captada.
Mas tudo feito de forma que a energia e feeling ao vivo do quarteto não fosse
danificado. Se existem “overdubs”, são imperceptíveis.
Quanto à qualidade de vídeo, a captação foi feita com 11
câmeras, o que permite “takes” excelentes de cada um dos integrantes, da banda
como um todo e mesmo de como o público reagiu ao show.
Arte gráfica/capa:
É linda, simplesmente linda.
Um digipack de três bandejas nos é apresentado em um
trabalho de alta qualidade. Tanto o é que a parte interna (onde o encarte é
guardado) tem fotos e mais fotos do evento.
E por falar no encarte, é cheio de fotos da apresentação e
informações preciosas.
Destaques musicais:
Basicamente, o LOUDNESS ao vivo tem uma qualidade comum com
várias bandas de sua época: funciona muito bem porque evitam exageros em
estúdio que não poderiam ser reproduzidos ao vivo. Tudo bem, a voz de Minuro
Niihara já não é a mesma dos anos 80, mas como ele nunca foi de usar tons
extremamente altos ou exageros, consegue ir muito bem, fazendo ao menos 80% do
que fazia.
Aliás, antes de continuar, é preciso dizer que, ao vivo, o
grupo é arrasador, tanto musicalmente como em termos de performance no palco.
O CD 1 em si é maravilhoso, perfeito, cheio de clássicos que
embalam gerações, em sua maioria vindos de “Thunder in the East”, como a
energia pegajosa Hard ‘n’ Heavy de “The Lines Are Down” (baixo e bateria
perfeitos, sem mencionar os vocais e a interação com o público), a força e peso
de “Crazy Nights” (um dos maiores hinos do quarteto, inclusive com guitarras
fantásticas, e durante a esmerilhada do solo, se percebe como o baixo é
precioso para o trabalho do grupo) e de “Like Hell”, a esmagadora de ossos “Heavy
Chains” (o comecinho lento e climático permite perceber como os vocais tem uma
carga diferenciada por conta do sotaque, enquanto nas partes de peso, as seis
cordas criam riffs pesados, graças à cadência do ritmo), as mais acessíveis
(embora ambas pesadas demais) “Get Away” e “We Could Be Together”, que estão na
ordem que vinham no álbum (exceção feita à “The Lines Are Down”). Já “Loudness”
é um velho clássico do grupo (reparem na reação da plateia quando ela começa),
música que abre “The Birthday Eve” (de 1981), e que tem um jeitão que transita
entre o Hard/Glam e o Metal (e reparem em um momento solitário de baixo e
bateria, que mostra uma enorme solidez rítmica), enquanto “In the Mirror” (um
senhor Hard Rock) vem de “The Law of Devil’s Land~魔界典章”,
e “Crazy Doctor” (outro Hard pesado e técnico, com riffs de guitarra insanos,
bem como mostra momentos de interação entre Minoru e o público) vem de “Disillusion~撃剣霊化”
mostra momentos de interação entre Minoru e o público, outra canção que mostra
o quanto o quarteto estava de olho no mercado norte-americano da época (embora
de um jeito mais pesado que o Hard/Glam daqueles dias).
No CD 2, com material anterior à maior exposição da banda
com “Thunder in the East”, a energia continua intensa e em níveis
estratosféricos, com peso fluindo em hinos como “In the Mirror” (sim, ela de
novo), enquanto o peso vai ficando maior em “The Law of Devil’s Land” e “Black
Wall” (esta com uma longa introdução baseada em teclados e efeitos). Mesmo
soando cheia de energia e peso, “Sleepless Night” tem um andamento pegajoso (e
muita vibração ocorre, pois ocorrem interações entre Minoru e a plateia em
vários momentos). Em “Speed”, como o título diz, é uma música rápida e
instigante, com um trabalho e tanto de Masayoshi e “Ampan” na base rítmica
(segurança e peso aos borbotões), e a energia continua absurda em “Crazy Doctor”.
E dando continuidade à exibição de gala de baixo e bateria, vem “Milky Way”
(outra faixa que leva os fãs à loucura). Mostrando um lado mais sensível (e
mesmo melancólico), vem “Ares’ Lament”, onde Akira se mostra extremamente
versátil. “Dream Fantasy” mais uma vez leva à banda por caminhos acessíveis, e
que refrão marcante, enquanto a saideira “Esper” é um galope intenso, cheio de
energia e agressividade.
No DVD, como já explicado, mostra uma coleção de canções que
abrange até o mais recente disco de estúdio, “Rise to Glory”, e são a ótima “Soul
on Fire” (um Hard ‘n’ Heavy furioso, com ótimo trabalho dos vocais), a moderna “I’m
Still Alive” (baixo e bateria mostrando partes que parecem influenciadas pelo
Heavy Metal moderno), “Go For Broke” e seu jeito LOUDNESS tradicional de ser (que
riffs!), e “Until I See the Light” (que está em um “medley” com “Ares’ Lament”).
Mas óbvio que os fãs não poderiam ficar sem as clássicas “Like Hell”, “Heavy Chains”,
“The Sun Will Rise Again”, “Crazy Doctor”, “In the Mirror”, “S.D.I.” (de “Hurricane
Eyes”), “The Sun Will Rise Again” (que vem de do disco de mesmo nome, lançado
em 2014), “Loudness” (uma canção que parecer ser impossível retirar do setlist
da banda), e “Crazy Nights” (esta é impossível de sair do repertório), sendo
que o pessoal do RIOT V sobre com eles ao palco, em uma versão magistral para este
eterno clássico.
Sim, este CD é obrigatório para qualquer fã que se preze!
Conclusão:
Pode-se dizer que “Rise to Glory: Live in Tokyo” mostra que
o grupo ainda tem muita lenha para queimar. Os anos parecem não passar para
eles.
Adquiram, e aproveitem!
Aos Samurais do Metal, resta dizer Domo Arigato Gosai Masu,
e BANZAI LOUDNESS!!
Nota: 10,0/10,0
Soul On Fire
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