sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

LOUDNESS - Rise to Glory: Live in Tokyo


Ano: 2019
Tipo: Duplo CD + DVD ao vivo
Nacional


Tracklist:

CD 1
1. The Lines Are Down
2. Crazy Nights
3. Like Hell
4. Heavy Chains
5. Get Away
6. We Could Be Together
7. Loudness
8. In the Mirror
9. Crazy Doctor

CD 2
1. In the Mirror
2. The Law of Devil’s Land
3. Black Wall
4. Sleepless Night
5. Speed
6. Crazy Doctor
7. Milky Way
8. Ares’ Lament
9. Dream Fantasy
10. Esper

DVD
1. Soul On Fire
2. I’m Still Alive
3. Like Hell
4. Heavy Chains
5. The Sun Will Rise Again
6. Go For Broke
7. Ares’ Lament / Until I See the Light
8. Kama Sutra (Instrumental)
9. Crazy Doctor
10. In the Mirror
11. S.D.I.
12. Loudness (with Masayuki Suzuki)
13. Crazy Nights (with RIOT V)


Banda:


Minoru Niihara - Vocais
Akira Takasaki - Guitarras
Masayoshi Yamashita - Baixo
Masayuki “Ampan” Suzuki - Bateria


Ficha Técnica:

Fumiki Yamamoto - Gravação
Masatoshi Sakimoto - Mixagem
Ryuichi Tanaka - Masterização
Iwata Room - Artwork, Design


Contatos:

Assessoria:
E-mail:

Indicação: fãs de Heavy Metal tradicional, ANTHEM, e bandas clássicas dos anos 80


Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução:

O mercado musical japonês, muitas vezes, parece fechado em si. Só mesmo aqueles fãs mais engajados conseguem novidades musicais de lá que esteja fora de animes e tokusatsus (ou seja, os seriados em forma de filme) exibidos na TV ou na internet. E chega a ser complicado ver que poucas bandas de Metal do país conseguiram ter expressividade fora de lá. EARTHSHAKER, BOW WOW, ANTHEM, SIGN são alguns dos nomes que venceram as fronteiras, mas para o país que, nos anos 80, recebia um grande show de Metal/Rock por dia, é muito pouco, e todas são muito underground.

Mas existem os que conseguem fugir e ter maior reconhecimento, e desses, nenhum nome consegue ter a força e respeito que o LOUDNESS, da cidade de Osaka, tem. Isso porque tocaram em turnês pelos EUA nos anos 80.

São 38 anos de muitas lutas e Hard Rock/Heavy Metal nos ombros, logo, nada melhor que um ao vivo para comemorar, e é isso que “Rise to Glory: Live in Tokyo” nos dá. E que bom que a parceria entre a Shinigami Records e a earMUSIC nos brinda com uma  linda versão brasileira.


Análise geral:

Como já dito, o quarteto tem por raiz fazer um mix inteligente e pesado entre Hard/Glam Metal dos EUA com uma pegada Heavy Metal extremamente pesada, e tudo guiado pelo virtuosismo das seis cordas de Akira Takasaki (e não seria uma blasfêmia dizer que ele é o Eddie Van Halen de seu país), mas sem que Minoru Niihara (vocais), Masayoshi Yamashita (baixo) e Masayuki “Ampan” Suzuki (bateria) sirvam de meros coadjuvantes. Nada disso: cada uma das peças do quarteto funciona perfeitamente e em harmonia com os outros.

Resultado: peso, melodia e tudo de melhor que pode existir no Hard ‘n’ Heavy dos anos 80, só que cheio de energia.

Cabe deixar claro que a energia do grupo ao vivo é algo impressionante, que é de deixar muita banda jovem de queixo caído.


Repertório:

Gravado durante o festival “Metal Weekend”, no Zepp DiverCity, em Tóquio, que compreendeu os dias 21 a 24 de setembro de 2018.

Vale explicitar que o CD 1 (gravado no segundo dia do festival) é baseado no repertório da excursão que a banda fez nos EUA em 1985 (para promover o clássico “Thunder in the East”, de 1985, um de seus discos mais famosos), enquanto o CD 2 (cujas gravações são do terceiro dia) é todo baseado em canções de “The Law of the Devil’s Land” (1983) e “Disillusion” (1984), o que significa uma enxurrada de clássicos do início de carreira do grupo.

Já o DVD, gravado no primeiro dia do evento, possui materiais que vêm tanto do último disco do grupo (o ótimo “Rise to Glory”, de 2018), fora velhos hinos do passado.

E uma coisa legal: os repertórios dos CDs e DVDs são diferentes, logo, é muito legal ver duas versões para “Crazy Nights”, uma com o LOUDNESS sozinho, e outra com eles junto com RIOT V (que também tocou no festival).

Basicamente, o grupo soube escolher bem as canções para este lançamento.



Qualidade sonora/visual:

Em termos de sonoridade, está perfeito.

A captação do áudio ao vivo dos CDs ficou excelente, sem mencionar que a mixagem e masterização deram um brilho à sonoridade captada. Mas tudo feito de forma que a energia e feeling ao vivo do quarteto não fosse danificado. Se existem “overdubs”, são imperceptíveis.

Quanto à qualidade de vídeo, a captação foi feita com 11 câmeras, o que permite “takes” excelentes de cada um dos integrantes, da banda como um todo e mesmo de como o público reagiu ao show.


Arte gráfica/capa:

É linda, simplesmente linda.

Um digipack de três bandejas nos é apresentado em um trabalho de alta qualidade. Tanto o é que a parte interna (onde o encarte é guardado) tem fotos e mais fotos do evento.

E por falar no encarte, é cheio de fotos da apresentação e informações preciosas.

LOUDNESS ao vivo

Destaques musicais:

Basicamente, o LOUDNESS ao vivo tem uma qualidade comum com várias bandas de sua época: funciona muito bem porque evitam exageros em estúdio que não poderiam ser reproduzidos ao vivo. Tudo bem, a voz de Minuro Niihara já não é a mesma dos anos 80, mas como ele nunca foi de usar tons extremamente altos ou exageros, consegue ir muito bem, fazendo ao menos 80% do que fazia.

Aliás, antes de continuar, é preciso dizer que, ao vivo, o grupo é arrasador, tanto musicalmente como em termos de performance no palco.

O CD 1 em si é maravilhoso, perfeito, cheio de clássicos que embalam gerações, em sua maioria vindos de “Thunder in the East”, como a energia pegajosa Hard ‘n’ Heavy de “The Lines Are Down” (baixo e bateria perfeitos, sem mencionar os vocais e a interação com o público), a força e peso de “Crazy Nights” (um dos maiores hinos do quarteto, inclusive com guitarras fantásticas, e durante a esmerilhada do solo, se percebe como o baixo é precioso para o trabalho do grupo) e de “Like Hell”, a esmagadora de ossos “Heavy Chains” (o comecinho lento e climático permite perceber como os vocais tem uma carga diferenciada por conta do sotaque, enquanto nas partes de peso, as seis cordas criam riffs pesados, graças à cadência do ritmo), as mais acessíveis (embora ambas pesadas demais) “Get Away” e “We Could Be Together”, que estão na ordem que vinham no álbum (exceção feita à “The Lines Are Down”). Já “Loudness” é um velho clássico do grupo (reparem na reação da plateia quando ela começa), música que abre “The Birthday Eve” (de 1981), e que tem um jeitão que transita entre o Hard/Glam e o Metal (e reparem em um momento solitário de baixo e bateria, que mostra uma enorme solidez rítmica), enquanto “In the Mirror” (um senhor Hard Rock) vem de “The Law of Devil’s Land~魔界典章”, e “Crazy Doctor” (outro Hard pesado e técnico, com riffs de guitarra insanos, bem como mostra momentos de interação entre Minoru e o público) vem de “Disillusion~撃剣霊化” mostra momentos de interação entre Minoru e o público, outra canção que mostra o quanto o quarteto estava de olho no mercado norte-americano da época (embora de um jeito mais pesado que o Hard/Glam daqueles dias).

No CD 2, com material anterior à maior exposição da banda com “Thunder in the East”, a energia continua intensa e em níveis estratosféricos, com peso fluindo em hinos como “In the Mirror” (sim, ela de novo), enquanto o peso vai ficando maior em “The Law of Devil’s Land” e “Black Wall” (esta com uma longa introdução baseada em teclados e efeitos). Mesmo soando cheia de energia e peso, “Sleepless Night” tem um andamento pegajoso (e muita vibração ocorre, pois ocorrem interações entre Minoru e a plateia em vários momentos). Em “Speed”, como o título diz, é uma música rápida e instigante, com um trabalho e tanto de Masayoshi e “Ampan” na base rítmica (segurança e peso aos borbotões), e a energia continua absurda em “Crazy Doctor”. E dando continuidade à exibição de gala de baixo e bateria, vem “Milky Way” (outra faixa que leva os fãs à loucura). Mostrando um lado mais sensível (e mesmo melancólico), vem “Ares’ Lament”, onde Akira se mostra extremamente versátil. “Dream Fantasy” mais uma vez leva à banda por caminhos acessíveis, e que refrão marcante, enquanto a saideira “Esper” é um galope intenso, cheio de energia e agressividade.

No DVD, como já explicado, mostra uma coleção de canções que abrange até o mais recente disco de estúdio, “Rise to Glory”, e são a ótima “Soul on Fire” (um Hard ‘n’ Heavy furioso, com ótimo trabalho dos vocais), a moderna “I’m Still Alive” (baixo e bateria mostrando partes que parecem influenciadas pelo Heavy Metal moderno), “Go For Broke” e seu jeito LOUDNESS tradicional de ser (que riffs!), e “Until I See the Light” (que está em um “medley” com “Ares’ Lament”). Mas óbvio que os fãs não poderiam ficar sem as clássicas “Like Hell”, “Heavy Chains”, “The Sun Will Rise Again”, “Crazy Doctor”, “In the Mirror”, “S.D.I.” (de “Hurricane Eyes”), “The Sun Will Rise Again” (que vem de do disco de mesmo nome, lançado em 2014), “Loudness” (uma canção que parecer ser impossível retirar do setlist da banda), e “Crazy Nights” (esta é impossível de sair do repertório), sendo que o pessoal do RIOT V sobre com eles ao palco, em uma versão magistral para este eterno clássico.

Sim, este CD é obrigatório para qualquer fã que se preze!


Conclusão:

Pode-se dizer que “Rise to Glory: Live in Tokyo” mostra que o grupo ainda tem muita lenha para queimar. Os anos parecem não passar para eles.

Adquiram, e aproveitem!

Aos Samurais do Metal, resta dizer Domo Arigato Gosai Masu, e BANZAI LOUDNESS!!


Nota: 10,0/10,0


Soul On Fire

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