Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional
Tracklist:
1. Dance of the Wizard
2. The Magic
3. Ash Nazg DurbatulÛK
4. Ash Nazg
5. Frerin
6. Iron Music
7. The Battle of the Ancients
8. The Dream
9. Altú Págánach
10. Melkor Rise
11. Walking With Tolkien
12. Bauglir Forest
13. Old Wisdom
14. Nirnaeth Arnoediad
Banda:
Lord Maleficarum T. I. Typhonis - Baixo, teclados, vocais, vocais barítonos, efeitos
Ficha Técnica:
Dungotheb - Produção
Lord Swordblood - Bateria
Contatos:
Site Oficial:
Assessoria:
E-mail:
Texto: “Metal Mark” Garcia
Fazer o chamado Folk Black Metal não é lá um caminho muito simples. Óbvio que muitos se iludem, achando que basta apenas ligar os instrumentos e sentar os dedos. E não, não é assim. Há a necessidade de saber ambientar sua música, dar uma atmosfera que transpire o clima Folk Metal, mas ao mesmo tempo (no caso do Black Metal), é preciso saber bem como usar os elementos agressivos e crus. Nisso, o Brasil tem alguns bons nomes, e um dos melhores é o do ALTÚ PAGÁNÁCH. E é bom ouvir o novo trabalho deles, “The Wizard”, que acaba de ganhar duas versões diferentes pela Cold Art Industry Records.
Sonoramente, temos algo cru e ríspido, como as bandas de Black Metal faziam entre os anos de 1992 a 1996, ou seja, algo sujo e abusando da “estética do feio”. Ao mesmo tempo, a presença de elementos Folk Metal no meio de suas composições é claro (pois existe uma “planta baixa” específica para Folk Black Metal, bem delineada por bandas como SUMMONING e RAGNAROK UK). E o ALTÚ PAGÁNÁCH (hoje uma “one man band”) sabe bem o que está fazendo. E é preciso deixar claro que há muitas intervenções com efeitos, faixas climáticas para criar a ambientação necessária, pois “The Wizard” é baseado na história de Radagast, o Marrom, um dos personagens do universo de J. R. R. Tolkien.
A produção é suja e crua. Como um disco de Folk Black Metal de raiz, é isso que poderíamos esperar, e assim o é. Óbvio que um pouco menos de crueza ajudaria o disco a soar bem melhor, mas ao mesmo tempo, é preciso entender que o estilo possui uma estética sonora diferenciada, criada na virada dos anos 80 para os 90, e a banda preferiu se apegar a ela. Tanto é que a partir da canção “Altú Págánach”, as coisas ficam ainda mais cruas.
O lado gráfico, por sua vez, é mais bem trabalhado, sendo que as duas versões de “The Wizard”diferem nesse aspecto: uma é em Digipak com pôster A3 e numeradas a mão; a outra, em acrílico com adesivo, pôster e obi. Seja qual for sua escolha, a satisfação é garantida.
Jewelcase |
Digipak |
Musicalmente, “The Wizard” nos permite compreender melhor o que o ALTÚ PAGÁNÁCH se dispõe a ser e tocar. Apesar da crueza sonora, se percebe uma banda que faz algo sonoramente simples e funcional, mas com arranjos que fazem a diferença, além de alternar partes mais brutais com outras mais Folk. E é essa a alma do que se denomina Folk Black Metal, o que pela banda, é feito com maestria.
O disco inteiro é ótimo, pois faixas como “Dance of the Wizard” (a alternância entre vocais com timbres Folk e outros rasgados é muito boa), “Ash Nazg DurbatulÛK” (rápida, curta e brutal, onde fica mais claro o lado Black Metal do grupo), “The Battle of the Ancients” (que apresenta algumas boas variações de ritmo), “Altú Págánach” (há um toque “gélido” à lá Old School Black Metal aqui, algo que se costumava ouvir em bandas como EMPEROR e SATYRICON em seus discos de estreia), “Melkor Rise” (onde os elementos da anterior se combinam com muitas partes Folk melancólicas). E é interessante notar que a tetralogia formada por “Walking With Tolkien”, “Bauglir Forest”, “Old Wisdom” e “Nirnaeth Arnoediad” é toda instrumental, criada em cima de teclados, algo explorado em trabalhos de MORTIIS e mesmo do PAZUZU.
O trabalho do ALTÚ PÁGÁNACH é muito bom, sem sombra de dúvidas, mas ainda acredito que uma gravação mais polida (só um pouco mais) não descaracterizaria sua música, mas a valorizaria mais.
Nota: 80%