segunda-feira, 25 de novembro de 2019

BEAST IN BLACK - From Hell With Love


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Cry Out for a Hero
2. From Hell With Love
3. Sweet True Lies
4. Repentless
5. Die by the Blade
6. Oceandeep
7. Unlimited Sin
8. True Believer
9. This is War
10. Heart of Steel
11. No Surrender
12. Killed by Death (MOTORHEAD) (bônus)
13. No Easy Way Out (Robert Tepper) (bônus)


Banda:


Yannis Papadopoulos - Vocais
Anton Kabanen - Guitarras,  Teclados, Orquestrações, Backing Vocals
Kasperi Heikkinen - Guitarras
Mate Molnar - Baixo
Atte Palokangas - Bateria


Ficha Técnica:

Anton Kabanen - Produção, Mixagem, Gravação
Emil Pohjalainen - Masterização
Roman Ismailov - Artwork


Contatos:

Site Oficial: www.beastinblack.com
Assessoria:
E-mail:

Indicação: fãs de BATTLE BEAST, e Heavy Metal finlandês


Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução:

Talvez estas palavras não sejam novidade, mas é fato que cada país tem uma “marca registrada” em termos musicais, especialmente quando se fala em Heavy Metal como um todo. Por mais que existam os emuladores, dificilmente uma banda norte-americana tem uma sonoridade similar às da Inglaterra. Comparem BLACK SABBATH a BLUE ÖYSTER CULT, e começaram a perceber que existem diferenças entre as escolas dos países em questão. Nisso, nos dias de hoje, a Finlândia produz bandas e mais bandas, todas com algo que mostra que se está lidando com grupos daquelas terras.

E isso é evidente em “From Hell With Love”, segundo álbum do quinteto BEAST IN BLACK, de Helsinque, e que acaba de ser lançado no Brasil pela Shinigami Records e a Nuclear Blast Brasil.


Análise geral:

Para quem não sabe, o quinteto é o irmão mais jovem do BATTLE BEAST, sendo fundado por Anton Kabanen, ex-guitarrista e membro original. E desde que veio seu primeiro disco, “Berserker”, a banda tem causado certo frisson nos fãs. E não é à toa.

Primeiramente, na banda, estão também o baixista húngaro Máté Molnár (que foi do WISDOM), o guitarrista Kasperi Heikkinen (que entre outros, tocou com U.D.O., GAMMA RAY e DIRKSCHNEIDER), o vocalista grego Yannis Papadopoulos, e o baterista Atte Palokangas (conhecido por ter passado pelo THUNDERSTONE). É um time e tanto.

O BEAST IN BLACK tem uma pegada muito pesada e agressiva que contrasta com um jeito melodioso e cativante com toda a carga do “traditional Finnish Heavy Metal”. A diferença que “From Hell With Love” soa mais acessível que seu antecessor, e em relação à sua banda irmã, mostre mais peso, justamente por ser mais influenciado pelo Heavy Metal tradicional e Hard Rock (e mesmo alguns toques subjetivos de Prog Metal/Symphonic Metal aqui e ali, e algumas passagens AOR), ao passo que o outro já se abriu para estilos mais acessíveis.

Mas não se enganem com as palavras e comparações: a banda tem uma personalidade bem forte e óbvia.


BEAST IN BLACK ao vivo
Arranjos/composições:

O jeito mais acessível desse disco não esconde a capacidade da banda em criar ótimos arranjos, embora longe de ser minimalista ao ponto de ser cansativo.

Outro ponto é que as melodias são de fácil assimilação, cada refrão é extremamente envolvente, e a banda soa espontânea e com energia. E apesar desse jeito de ser fazer música já ser bem conhecido, nas mãos da banda se torna algo pessoal, algo que mostra que o quinteto merece todo os elogios que recebe desde que surgiu.


Qualidade sonora:

Anton Kabanen produziu, mixou e acompanhou de perto as gravações, tendo a masterização sido feita por Emil Pohjalainen.

Como se pode imaginar, o nível de profissionalismo é alto, logo, tudo soa claro e bem inteligível aos ouvidos, mas o peso é esmagador, com um balanço bem feito entre melodias e agressividade. Além disso, “From Hell With Love” é um disco sem medo de soar moderno. Longe disso, tudo foi feito para ser atual.


Arte gráfica/capa:

A arte gráfica de Roman Ismailov é ótima, buscando aparentar algo saído das revistas de heróis da Marvel ou DC Comics (o que não é de se espantar, já que o nome da banda é uma influência direta do mangá “Berserk”, de Kentaro Miura), expressando algo do universo de fantasia no jeito de “A Espada Selvagem de Conan”.


Destaques musicais:

Não dá, é difícil escolher alguma faixa que se destaque em “From Hell With Love”. O disco é marcante, envolvente, cheio de nuances e contrastes de luz e sombra. Mas por preciosismo (preguiça?), as mais indicadas para uma primeira ouvida no trabalho:

“Cry Out for a Hero” (um Hard ‘n’ Heavy moderno e grudento, cheio de ótimas melodias e vocais rascantes, refrão marcante e excelentes guitarras), “From Hell With Love” (um típico Heavy Metal moderno e com toques melódicos acessíveis, uma contribuição dos teclados), “Sweet True Lies” (é clara a acessibilidade musical, quase como se nomes como BON JOVI, FIREHOUSE ou mesmo JOURNEY, tocassem Heavy Metal), “Repentless” (teclados e guitarras mostram aquela aura Prog Metal/Symphonic Metal mencionada antes, com conduções rítmicas pesadas à lá Finnish Metal), “Oceandeep” (que é introspectiva e quase acústica em seu início, inclusive com toques de flauta, e que próximo ao fim ganha peso e energia), “Unlimited Sin” e “True Believer” (ambas mostram claros toques AOR/Pop em certas ambientações, embora o alinhavo pesado e agressivo seja evidente, e um ótimo trabalho de vocais e backing vocals), “Heart of Steel” (uma pancada de peso e belas atmosferas criadas pelos teclados, com certo jeito de Hard ‘n’ Heavy dos anos 80), e “No Surrender” (mais uma em que o lado AOR/Pop surge com força, com boas dobradinhas entre as guitarras e teclados).

Para ilustrar a dualidade em que o grupo mostra em sua música, tem-se duas canções extras: “Killed By Death” (eterno hino do MOTÖRHEAD, que aqui ganhou um jeitão mais melodioso para temperar a agressividade original) e “No Easy Way Out” (do cantor Robert Tepper, conhecida por estar na trilha sonora de “Rocky IV”, um AOR/Pop de muito sucesso da época, que aqui ganhou mais peso e agressividade por causa das guitarras).

Mas não se deve deixar “Die by the Blade” ou “This is War” de fora da primeira audição. Logo, o melhor é colocar o disco para tocar e aproveitar.


Conclusão:

Pode-se dizer que o BEAST IN BLACK é a grande surpresa do ano, já que “From Hell With Love” veio muito melhor que a encomenda. Além disso, essa versão nacional merece ser adquirida sem remorsos.

Aliás, aproveitem, pois é um dos grandes discos do ano!
  
Nota: 10,0/10,0


From Hell With Love



Sweet True Lies



Die by the Blade


HÅRD:ON - Bad Habits Never Die



Ano: 2019
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Bad Habits Never Die
2. Catwalk
3. Dr. She
4. Touchdown
5. Sunset Drive
6. Open Your Eyes
7. Kings of the Pit
8. Two to Tango
9. Life


Banda:


Chris Hoff - Vocais
Alex Hoff - Guitarras, Teclados, Backing Vocals
Ricardo Bolão - Baixo, Backing Vocals
Daniel Gohn - Bateria


Ficha Técnica:

Hård:On - Produção
José “Heavy” Luís Carrato - Produção, mixagem, masterização


Contatos:

Site Oficial: www.hardonmusic.com
Assessoria:

Indicação: fãs de RATT, MÖTLEY CRÜE, DOKKEN, KISS da fase “Creatures of the Night” até “Revenge”, e Hard/Glam em geral

Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução:

No atual “revival” das sonoridades dos anos 60, 70 e 80, existem muitas bandas que estão por aí apenas fazendo tudo aquilo que já foi feito, como uma máquina de xerox em série. Seja no exterior, seja no Brasil, seja no estilo que for, é sempre necessária uma triagem para separar as cópias daquelas que realmente merecem elogios.

E o quarteto paulista HÅRD:ON faz bonito com “Bad Habits Never Die”, seu segundo disco, que acaba de ser lançado pela Shinigami Records.


Análise geral:

Melodioso, ganchudo e pesado, o trabalho musical do quarteto se baseia no que se convencionou chamar de Hard/Glam Metal da primeira metade dos anos 80, quando o gênero ainda pulsava com energia e peso, antes de sua maior abrangência comercial (quando o peso e agressividade diminuíram em prol de maior acessibilidade). Basicamente, não é nenhum pecado dizer que aquele mix de peso, melodias e energia que se conhece de discos como “Metal Health”, “Shout at the Devil”, “Stay Hungry”, “Pyromani” e outros está presente aqui. Basicamente, o estilo quando começava a estourar nas paradas de sucesso.

O que os diferencia: a banda mostra personalidade, e soa viva, sem querer viver no passado. Entenderam que o se pode soar moderno, sem destoar do que se quer fazer.


HÅRD:ON ao vivo
Arranjos/composições:

A verdade é que a fórmula musical do grupo não é desconhecida: melodias simples e acessíveis, refrães recheados com backing vocals que grudam nos ouvidos, boa técnica musical, mas a solidez de um conjunto de peso.

Óbvio que existe um “feeling” que leva as mentes diretamente aos anos 80, e que os coloca no mesmo patamar de bandas atuais que fazem sucesso na Europa. Mas não é algo forçado não existe a pretensão de “ser anos 80”, mas é algo que flui de forma completamente espontânea.


Qualidade sonora:

O grupo assumiu a produção de “Bad Habits Never Die” em união com José “Heavy” Luís Carrato (sim, o mesmo que trabalhou com bandas antológicas do Brasil como PLATINA, A CHAVE DO SOL, GUETO, CAMISA DE VÊNUS e outros, e ele ainda fez a mixagem e a masterização), como ocorrera em seu primeiro disco (“Hård:On”, de 2016). E ainda: as partes instrumentais foram gravadas no Rocks Studio (São Paulo, Brasil), enquanto as vozes foram captadas no Cubic Sun Studio (Berlim, Alemanha).

O resultado é algo que soa limpo e compreensível para os ouvintes (tudo pode ser entendido sem esforços), mas com uma dose extra de peso. Aliás, pode-se aferir que certa aura artesanal permeia as canções, ou seja, um toque de crueza para dar mais impacto e peso.


Arte gráfica/capa:

Basicamente, a arte da capa é permeada por elementos gráficos atuais, mas ao mesmo tempo, toques bem “anos 80” ficam evidentes por conta das referências a jogos, cigarros, bebidas e Rock ‘n’ Roll. Algo capaz de deixar os cabelos de mais conservadores e politicamente corretos de pé ao mesmo tempo.


Destaques musicais:

Esse soco Hard ‘n’ Heavy chamado “Bad Habits Never Die” é compost de 9 canções que são capazes de seduzir até a mais empoeirada das múmias paralíticas que possam pensar, pois são ótimas. Mas se destacam para uma primeira audição:

“Bad Habits Never Die” (suavidade e aspereza convivendo harmoniosamente, com um andamento lento e pesado, mas sem deixar que as melodias se percam, além de guitarras pesadas de primeira, tanto nos riffs como nos “leads”), “Catwalk” (peso-pesado à lá KISS da fase Hard/Glam, refrão marcante, sem mencionar que guitarras e vocais estão ótimos), “Touchdown” (um fluxo de energia absurdo, passagens marcantes, peso em doses generosas, com baixo e bateria marcantes), “Sunset Drive” (onde mais uma vez baixo e bateria mostram sua vibração, e isso em uma faixa onde a acessibilidade musical é enorme), “Two to Tango” (excelente técnica apresentada pelas guitarras nas bases, além de vocais de primeira), e “Life” (uma senhora balada, com melodias cativantes).

Mas na segunda ouvida, não há como não ouvir o disco todo. Logo, evitem surpresas: ouçam todas logo de cara!


Conclusão:

Fica clara a ideia de que o HÅRD:ON evoluiu bastante, e que “Bad Habits Never Die” tende a abrir mais portas para a banda, tanto no Brasil como fora daqui.

Estão esperando o que? Comprem suas cópias, e boa diversão!


Nota: 9,0/10,0


Bad Habits Never Die