Ano: 2019
Tipo: Full
Length
Nacional
Tracklist:
1. Cry Out
for a Hero
2. From
Hell With Love
3. Sweet
True Lies
4.
Repentless
5. Die by the
Blade
6.
Oceandeep
7.
Unlimited Sin
8. True
Believer
9. This is
War
10. Heart
of Steel
11. No
Surrender
12. Killed
by Death (MOTORHEAD) (bônus)
13. No Easy
Way Out (Robert Tepper) (bônus)
Banda:
Yannis Papadopoulos - Vocais
Anton Kabanen - Guitarras,
Teclados, Orquestrações, Backing Vocals
Kasperi Heikkinen - Guitarras
Mate Molnar - Baixo
Atte
Palokangas - Bateria
Ficha Técnica:
Anton Kabanen - Produção, Mixagem, Gravação
Emil Pohjalainen - Masterização
Roman Ismailov - Artwork
Contatos:
Site Oficial: www.beastinblack.com
Facebook: www.facebook.com/beastinblackofficial
Instagram: https://www.instagram.com/bib_band/
Assessoria:
E-mail:
Indicação: fãs de BATTLE BEAST, e Heavy Metal finlandês
Texto: “Metal Mark”
Garcia
Introdução:
Talvez estas palavras não sejam novidade, mas é fato que cada
país tem uma “marca registrada” em termos musicais, especialmente quando se
fala em Heavy Metal como um todo. Por mais que existam os emuladores,
dificilmente uma banda norte-americana tem uma sonoridade similar às da
Inglaterra. Comparem BLACK SABBATH a BLUE ÖYSTER CULT, e começaram a perceber
que existem diferenças entre as escolas dos países em questão. Nisso, nos dias de hoje, a Finlândia
produz bandas e mais bandas, todas com algo que mostra que se está lidando com grupos
daquelas terras.
E isso é evidente em “From Hell With Love”, segundo álbum do
quinteto BEAST IN BLACK, de Helsinque, e que acaba de ser lançado no Brasil
pela Shinigami Records e a Nuclear Blast Brasil.
Análise geral:
Para quem não sabe, o quinteto é o irmão mais jovem do
BATTLE BEAST, sendo fundado por Anton Kabanen, ex-guitarrista e membro
original. E desde que veio seu primeiro disco, “Berserker”, a banda tem causado
certo frisson nos fãs. E não é à toa.
Primeiramente, na banda, estão também o baixista húngaro Máté Molnár (que foi do WISDOM), o guitarrista Kasperi Heikkinen (que entre outros, tocou com U.D.O., GAMMA RAY e DIRKSCHNEIDER), o vocalista grego Yannis Papadopoulos, e o baterista Atte Palokangas (conhecido por ter passado pelo THUNDERSTONE). É um time e tanto.
O BEAST IN BLACK tem uma pegada muito pesada e agressiva que contrasta com um jeito melodioso e
cativante com toda a carga do “traditional Finnish Heavy Metal”. A
diferença que “From Hell With Love” soa mais acessível que seu antecessor,
e em relação à sua banda irmã, mostre mais peso, justamente por ser mais influenciado pelo Heavy Metal
tradicional e Hard Rock (e mesmo alguns toques subjetivos de Prog Metal/Symphonic
Metal aqui e ali, e algumas passagens AOR), ao passo que o outro já se abriu para estilos mais
acessíveis.
Mas não se enganem com as palavras e comparações: a banda
tem uma personalidade bem forte e óbvia.
O jeito mais acessível desse disco não esconde a capacidade
da banda em criar ótimos arranjos, embora longe de ser minimalista ao ponto de
ser cansativo.
Outro ponto é que as melodias são de fácil assimilação, cada
refrão é extremamente envolvente, e a banda soa espontânea e com energia. E
apesar desse jeito de ser fazer música já ser bem conhecido, nas mãos da banda se
torna algo pessoal, algo que mostra que o quinteto merece todo os elogios que
recebe desde que surgiu.
Qualidade sonora:
Anton Kabanen produziu, mixou e acompanhou de perto as
gravações, tendo a masterização sido feita por Emil Pohjalainen.
Como se pode imaginar, o nível de profissionalismo é alto,
logo, tudo soa claro e bem inteligível aos ouvidos, mas o peso é esmagador, com
um balanço bem feito entre melodias e agressividade. Além disso, “From Hell
With Love” é um disco sem medo de soar moderno. Longe disso, tudo foi feito
para ser atual.
Arte gráfica/capa:
A arte gráfica de Roman Ismailov é ótima, buscando aparentar
algo saído das revistas de heróis da Marvel ou DC Comics (o que não é de se
espantar, já que o nome da banda é uma influência direta do mangá “Berserk”, de
Kentaro Miura), expressando algo do universo de fantasia no jeito de “A Espada
Selvagem de Conan”.
Destaques musicais:
Não dá, é difícil escolher alguma faixa que se destaque em “From
Hell With Love”. O disco é marcante, envolvente, cheio de nuances e contrastes
de luz e sombra. Mas por preciosismo (preguiça?), as mais indicadas para uma
primeira ouvida no trabalho:
“Cry Out for a Hero” (um Hard ‘n’ Heavy moderno e grudento,
cheio de ótimas melodias e vocais rascantes, refrão marcante e excelentes
guitarras), “From Hell With Love” (um típico Heavy Metal moderno e com toques
melódicos acessíveis, uma contribuição dos teclados), “Sweet True Lies” (é
clara a acessibilidade musical, quase como se nomes como BON JOVI, FIREHOUSE ou
mesmo JOURNEY, tocassem Heavy Metal), “Repentless” (teclados e guitarras
mostram aquela aura Prog Metal/Symphonic Metal mencionada antes, com conduções rítmicas
pesadas à lá Finnish Metal), “Oceandeep” (que é introspectiva e quase acústica em
seu início, inclusive com toques de flauta, e que próximo ao fim ganha peso e
energia), “Unlimited Sin” e “True Believer” (ambas mostram claros toques
AOR/Pop em certas ambientações, embora o alinhavo pesado e agressivo seja
evidente, e um ótimo trabalho de vocais e backing vocals), “Heart of Steel”
(uma pancada de peso e belas atmosferas criadas pelos teclados, com certo jeito
de Hard ‘n’ Heavy dos anos 80), e “No Surrender” (mais uma em que o lado
AOR/Pop surge com força, com boas dobradinhas entre as guitarras e teclados).
Para ilustrar a dualidade em que o grupo mostra em sua
música, tem-se duas canções extras: “Killed By Death” (eterno hino do MOTÖRHEAD,
que aqui ganhou um jeitão mais melodioso para temperar a agressividade original)
e “No Easy Way Out” (do cantor Robert Tepper, conhecida por estar na trilha
sonora de “Rocky IV”, um AOR/Pop de muito sucesso da época, que aqui ganhou
mais peso e agressividade por causa das guitarras).
Mas não se deve deixar “Die by the Blade” ou “This is War”
de fora da primeira audição. Logo, o melhor é colocar o disco para tocar e aproveitar.
Conclusão:
Pode-se dizer que o BEAST IN BLACK é a grande surpresa do
ano, já que “From Hell With Love” veio muito melhor que a encomenda. Além
disso, essa versão nacional merece ser adquirida sem remorsos.
Aliás, aproveitem, pois é um dos grandes discos do ano!
Nota: 10,0/10,0
From Hell With Love
Sweet True Lies
Die by the Blade