Ano: 2014 (Lançamento Original) / 2019 (Relançamento Brasil)
Tipo: Full Length
Nacional
Tracklist:
1. Earthless
3. White Coffins
4. The Dead Swan of the Woods
5. Oceans of Despair
6. The Slow Ascent
Banda:
Johan Ericson - Todos os Instrumentos, Vocais (Limpos)
Ficha Técnica:
Johan Ericson - Produção, mixagem
Thomas A. G. Jensen - Vocais (Guturais)
Contatos:
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Assessoria:
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Texto: “Metal Mark” Garcia
Introdução:
Seria possível conceituar o que é Funeral Doom Death Metal?
Basicamente, os andamentos mais lentos que as formas tradicionais de Doom Metal (ou Doom Death Metal), fazendo assim com que o ritmo seja bem lúgubre (daí o termo “Funeral”), mas toda a instrumentação precisar criar uma ambientação sinistra e angustiante. Basicamente, é extrapolar algumas características originais do Doom Metal clássico.
Dessa forma, podemos encarar o trabalho do DOOM:VS, banda do multi instrumentista sueco Johan Ericsoncomo Funeral Doom Death Metal, como “Earthless”, terceiro disco do grupo, está aqui para provar. E o melhor de tudo: a Cold Art Industry Records resolveu, 5 anos após o lançamento original, botar uma versão nacional no mercado.
Análise geral:
A verdade seja dita: Johan faz de “Earthless” um disco e tanto para o gênero, onde se percebe a criatividade sendo desprendida nos arranjos de cada uma das longas canções do grupo.
Os fãs que gostam da fase mais seminal do MY DYING BRIDE(especialmente os que gostam de canções como “The Sexuality of Bereavement”e outros hinos lentos e com vocais urrados) não podem perder esse disco, pois “Earthless”é nessa linha, embora mostre que o DOOM:VStem sua personalidade própria.
Arranjos/composições:
Para ter andamentos tão lentos e músicas desse tamanho, é necessário mostrar uma dinâmica de arranjos que não deixe o ouvinte entediado. Mesmo com o tempo sendo razoavelmente constante, existem arranjos em profusão que mantém o ouvinte atento.
Basta ouvir alguns momentos (como em “White Coffins”) que todos perceberão o uso de intervenções de guitarras e teclados para dar um “boost” de energia ao clima soturno e fúnebre das canções. Aliás, os contrastes de vocais limpos com guturais é muito bom.
Qualidade sonora:
Johan chamou a responsabilidade de tocar, gravar e mixar “Earthless”, e assim, teve total controle do que queria.
Dessa maneira, o que se ouve em termos de sonorização é algo limpo, bem feito e com bons timbres escolhidos. Mas ao mesmo tempo, a ambientação toda é opressiva, fúnebre e tem aquele charme introspectivo que todo bom fã de Doom Metal que se preze gosta.
Arte gráfica/capa:
Como todos os lançamentos da Cold Art Industry Records, “Earthless”vem com um Slipcase muito bem feito, protegendo o jewelcase. Ainda tem um sticker, ou seja, um cartão bem legal.
A capa evidencia o lado macabro e tenebroso do disco.
Destaques musicais:
“Earthless” é um disco marcante, mesmo para aqueles que não são muito chegados ao gênero. E todas as seis longas canções são de um nível muito bom, embora não soem inovadoras. Além disso, a presença de Thomas A. G. Jensen (vocalista do SATURNUS) nos vocais guturais deu um brilho diferente a cada uma das músicas.
“Earthless” é uma procissão fúnebre com tempos arrastados, ótima presença de vocais guturais e uma ambientação melancólica; “A Quietly Forming Collapse”é permeada por momentos limpos com vocais em timbres normais de voz, fora a densa aura deprê; um pouco mais dinâmica em termos de arranjos, mas ainda assim cadenciada, “White Coffins” é mais um momento forte, embora o enfoque seja bem mais agressivo; em “The Dead Swan of the Woods”, apesar de toda a roupagem Funeral Doom Metal, existem momentos melancólicos elegantes, justamente porque as guitarras fazem um trabalho e tanto nos riffs; mais melancólica e deprê é “Oceans of Despair”, que rebusca bastante o lado soturno da banda, assim como ocorre em “The Slow Ascent”, embora esta última tenha uma vocação mais apavorante e sinistra em termos de instrumental.
Conclusão:
Mesmo evitando ser inovador, o DOOM:VS presenteia seus fãs com uma música vigorosa e cheia de vigor, e “Earthless” só aumenta a ansiedade dos fãs por material fresco da banda.
Nota: 82,0/100,0
Bandcamp