Ano: 2018
Tipo: Full Length
Selo: Urubuz Records
Importado
Tracklist:
1. Werewolf
2. June 44
3. Equestrian Bloodlust
4. Tiger I
5. Narva
6. The Last Fallen
7. Viktoria
8. The Devil’s Song
9. Silent Night
Banda:
Mortuus - Vocais
Morgan - Guitarras
Devo - Baixo
Widigs - Bateria
Ficha Técnica:
Marduk - Produção, mixagem, masterização
Mortuus - Capa
Contatos:
Site Oficial: http://www.marduk.nu/
Facebook: https://www.facebook.com/Mardukofficial
Assessoria:
E-mail:
Texto: Marcos Garcia
Existem momentos na carreira de uma banda em que mudanças ocorrem, justamente para mostrar o amadurecimento dos seus integrantes. Esta é uma força que não pode ser contida, logo, o melhor é que se abrace e deixe que ele (o amadurecimento) faça sua parte. E sendo guiado por sua identidade forjada a ferro e fogo, mas com a evolução a seu lado, o quarteto sueco MARDUK chega com mais um assalto musical, seu décimo quarto disco de estúdio, “Viktoria”.
Musicalmente, “Viktoria”nos mostra o quarteto explorando elementos musicais de seu passado, da época de discos como “Opus Nocturne” e “Heaven Shall Burn... When We Are Gathered”, ou seja, aquela agressividade intensa e brutal de sempre, mas com alguns momentos não tão velozes e extremos como de costume (“Werewolf” é um ótimo exemplo disso). Mas óbvio que ataques com velocidades estonteantes estão presentes, além de músicas bem cadenciadas e opressivas. E não, o MARDUK não mudou seu “insight” lírico, continua explorando temas satânicos e históricos que causam desespero nos SJW e adeptos do politicamente correto (embora não haja nada errado com esse tipo de letra). Mas é preciso dizer que a experiência do grupo continua dando aquela diferenciada entre o grupo e muitos outros. O quarteto possui identidade, e ponto final.
Sim, “Viktoria” é mais uma gema preciosa na discografia da banda.
Gravado mais uma vez nos Endarker Studios, tendo os próprios integrantes cuidando da produção, mixagem, masterização e engenharia sonora, este disco tem uma produção mais bem cuidada que muitos fãs mais extremistas gostariam, mas a sonoridade mais bem delineada permite que o quarteto se expresse muito melhor musicalmente. Tudo está claro aos ouvidos, com timbres ótimos, mas bem pesado, e com a agressividade e energia fluindo pelos falantes.
Já em termos de arte gráfica, a capa é uma das mais simples que a banda já teve, se não for a mais simples. Mas é essa a ideia: usando uma imagem mais direta (que foi trabalhada por Mortuus), inspirada pelos pôsteres da Reichspropagandaleitungde do Office of War Information, ela fixa em nossa memória quase que instantaneamente.
E pode-se aferir que “Viktoria”é um disco maduro. Vemos que Mortuusestá cantando de maneira formidável, usando muito bem de todos os timbres de voz que possui (indo de tons rasgados a outros mais urrados sem problemas), bem como a massa rítmica criada por Devo(baixo) e Widigs (bateria) é sólida e técnica, guiando bem os tempos da banda. E Morgan continua sendo um dos melhores guitarristas de Black Metal de todos os tempos, um mestre com riffs excelentes e que são de fácil assimilação. Aliado ao talento de cada um de seus membros, existe a inspiração em termos musicais, sendo arranjar as canções de maneira sóbria (e nenhuma delas ultrapassa muito dos 4 minutos de duração), mas sempre criativa e de bom gosto.
As sirenes de ataque aéreo dão início à sinistra “Werewolf”, uma canção brutal, mas onde a velocidade não é exacerbada, com um trabalho instrumental simples, além de ótimos vocais. Já mais veloz e na pegada tradicional do grupo, temos “June 44”, os vocais alternam bastante de timbres, seguindo as mudanças de andamento (que destacam o ótimo trabalho de baixo e bateria). Em “Equestrian Bloodlust”, outra com um jeito mais tradicional da banda em termos de velocidade, onde as guitarras reinam supremas em seus riffs certeiros. Mais cadenciada e densa é “Tiger I”, com uma energia opressiva e cativante, e uma aula de interpretação dos vocais. Rapidez e impacto é o que temos em “Narva”, outra aula de riffs e arranjos fenomenais em termos de guitarras. “The Last Fallen” mostra alternância entre partes mais lentas, outras mais tradicionais em termos de Black Metal (aquelas em que as guitarras criam uma atmosfera muito soturna), e outras muito rápidas, e percebe-se ótimo trabalho de bateria, especialmente nos dois bumbos. O baixo pulsa bem evidente em muitos momentos de “Viktoria”, especialmente nas partes mais cadenciadas, outra canção impactante e que funcionará bem ao vivo. Outra que fará a alegria nas apresentações ao vivo é “The Devil’s Song”, veloz, direta e seca, mas mostrando ótimos arranjos de guitarras. E fechando, temos a sinistra e lenta “Silent Night”, que vem para triturar os ossos, mais uma vez com os vocais fazendo um trabalho ótimo, com timbres muito bons.
“Viktoria” mostra como a máquina de guerra Black Metal chamada MARDUK está azeitada e pronta para tomar de assalto o mundo inteiro. E assim, vai preparando os fãs para a “March of Blood and Iron Tour”, a próxima turnê deles na América do Sul em setembro e outubro próximos. Até lá, ouçam mais e mais esse disco, onde o grupo mais uma vez para estar entre os grandes destaques do ano.
Nota: 100%