Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional
Tracklist:
1. The Bee
2. Message in the Amber
3. Daughter of Hate
4. The Golden Elk
5. Wrong Direction
6. Heart of the Giant
7. We Accursed
8. Grain of Sand
9. Amongst Stars
10. Pyres on the Coast
Banda:
Tomi Joutsen - Vocais
Esa Holopainen - Guitarras
Tomi Koivusaari - Guitarras
Olli-Pekka Laine - Baixo
Santeri Kallio - Teclados
Jan Rechberger - Bateria
Ficha Técnica:
Jens Bogren - Produção, mixagem, masterização
Chrigel Glanzmann - Flautas
Albert Kuvezin - Vocais
Jørgen Munkeby - Saxofone
Anneke van Giersbergen - Vocais em “Amongst Stars”
Contatos:
Facebook: www.facebook.de/amorphis
Assessoria:
E-mail:
Texto: Marcos Garcia
Desde os anos 90 que o grupo finlandês AMORPHIS não cansa de surpreender os fãs de Metal. Sendo um dos pioneiros do chamado Death Metal melódico com “Tales from the Thousand Lakes”, a criatividade deles não parou por ali: foram juntando cada vez mais elementos musicais diferentes e jogando na mistura, se ampliaram fronteiras musicais quando outras bandas começaram a se acomodar em uma determinada fórmula. E mais uma vez, o sexteto surpreende em “Queen of Time”, seu mais recente disco, que a Shinigami Records e a Nuclear Blast lançam no Brasil.
Mais uma vez, o sexteto expandiu fronteiras.
Evitando qualquer rótulo musical possível (já que tentar fazer isso com eles é quase impossível), a música repleta de psicodelia atualizada, aliada à vocais guturais e outros limpos e carregados de emoção, ganhou em termos de elegância, já que eles enriqueceram ainda mais usando de uma orquestra e corais, algo inédito para eles. Se discos como “Silent Waters”, “Skyforger” e “Under the Red Cloud” são mostras do quanto eles podem mudar as regras do jogo e expandir possibilidades, em “Queen of Time” temos um disco irrepreensível, mais denso e com maior profundidade de emoções, maior expressividade, e assim, vemos que o nível que eles alcançaram é bem alto!
E pelo visto, ninguém segura o AMORPHIS!
Na produção de “Queen of Time”, ninguém menos que Jens Bogren, um dos gênios das gravações de discos da atualidade. E pela diversidade musical que permeia o disco, percebe-se que o trabalho distou de algo simples, mas tudo funciona como um relógio, com tudo com seus devidos efeitos e volumes, tudo nos seus devidos lugares e com timbres bem pensados. E, além disso, tudo soa orgânico, vivo, e cheio de energia.
Senhores de um estilo bem próprio, o sexteto busca na diversidade que os cerca dar um acento coeso a “Queen of Time”, e conseguem. A forte psicodelia e elementos progressivos continuam presente, assim como as partes mais agressivas e ritmos quebrados aqui e ali. Mas a dinâmica entre instrumentos e vocais ficou ainda mais apurada, e sente-se que a inspiração foi a tônica a guiar o grupo no processo de composição. E em um disco em que saxofones, flautas, orquestra e vocais diferenciados se misturam dessa forma, somente bandas com uma capacidade criativa além do normal poderiam sobressair. E o AMORPHIS é assim.
Não existem pontos fracos no disco inteiro, todas as faixas são excelentes. E destacam-se a sinuosa e cheia de contraste entre momentos mais amenos e outros brutais “The Bee”, o ranço Folk da grandiosa “Message in the Amber” (onde belas passagens de teclados preenchem todos os espaços, além de toques jazzísticos feitos por baixo e bateria), o peso denso e emotivo de “Daughter of Hate” (alguns ritmos quebrados aparecem aqui e ali, junto com vocais rasgados), a profundidade melódica progressiva e tocante de “The Golden Elk”, os elementos de Space Rock que adornam a bela “Wrong Direction” (que refrão, além de alguns toques Post Rock que surgem nas guitarras, fora o baixo soando gorduroso em vários pontos), a força progressiva e psicodélica de “Heart of the Giant”, com ótimas guitarras e partes orquestrais; “We Accursed” (belíssima e com toques Folk, que apresenta também um solo de guitarra belíssimo e e arranjos bem feitos nos teclados), o peso mais bruto de “Grain of Sand” e a prevalência de vocais guturais (embora existam partes de vozes limpas e o refrão seja todo em contraste de ambos os tons citados e ainda existam corais excelentes), a lindíssima “Amongst Stars”, intensa em suas melodias e combinação de vocais (verdade seja dita: a participação de Anneke van Giersbergennos vocais, mais o enriquecimento feito pelas flautas não tem preço), e a bem trabalhada e cheia de melodias sedutoras “Pyres on the Coast” (que trabalho lindo das guitarras mais uma vez). É, não dá para destacar canções, uma vez que a inspiração e homogeneidade do álbum é enorme. E além disso tudo, este disco marca a volta do baixista Olli-Pekka Laine após 17 anos fora do grupo.
O AMORPHIS dá mais um passo adiante, e coloca “Queen of Time” como um forte candidato a disco do ano.
Nota: 100+%