quinta-feira, 10 de maio de 2018

LEATHER - II


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Importado


Tracklist:

1. Juggernaut
2. The Outsider
3. Lost at Midnite
4. Black Smoke
5. The One
6. Annabelle
7. Hidden in the Dark
8. Sleep Deep
9. Let Me Kneel
10. American Woman
11. Give Me Reason


Banda:


Leather Leone - Vocais
Vinnie Tex - Guitarras
Marcel “Daemon” Ross - Guitarras
Thiago Velasquez - Baixo
Braulio Azambuja - Bateria


Ficha Técnica:

Rodrigo Scelza - Produção
Vinnie Tex - Produção
Stawek Wieslawski - Mixagem, masterização
Wojtek Wieslawski - Mixagem, masterização
Jobert Mello - Capa, artwork
Bruno Sá - Teclados em “Annabelle”
Queridões Gang - Backing Vocals


Contatos:

Assessoria:



Texto: Marcos Garcia


Quando falamos de mulheres no Metal, poucos se lembram de Leather Leone, conhecida por seus trabalhos com o CHAINSTAIN e SLEDGE HAMMER. Mas o que poucos sabem é que ela também é artista solo. E agora, após 29 anos, sob o nome LEATHER, ela lança “II”, seu segundo disco solo. E meus caros, que pedrada!

O mais puro Metal nos 80 pulsa nesse disco, e não é preciso dizer que a tônica é algo pesado e intenso, com excelentes melodias (daquelas que você ouve e não esquece mais), técnica instrumental apuradíssima (tudo muito bem tocado, com peso absurdo), e obviamente vocais excelentes (o tempo não parece passar para Leather, pois a voz dela está melhor que nunca). Óbvio que não soa original, mas tem uma personalidade enorme e é bem pessoal, com aquele jeitão de US Metal anos 80, onde peso, melodia, agressividade e técnica se fundiam para criar algo precioso. E “II” é uma gema preciosa, e um disco formidável.

A produção sonora ficou ótima. Sem dar muita trela para papos Old x New, a sonoridade é moderna, pesada e poderosa, com um impacto enorme. Mas ao mesmo tempo, preserva aspectos orgânicos importantes para que as músicas soem vivas. Além disso, a timbragem dos instrumentos ficou ótima, equilibrando peso, agressividade e melodias muito bem, sem perder a definição (algo precioso para discos desse estilo). E, além disso, que arte bem feita.

Se buscam inovações, não acreditamos que irá encontrar em “II”. Não é esse o objetivo, mas se busca um trabalho sonoro de primeira, e que transpira honestidade, é aqui mesmo que encontrará. Além disso, mesmo com toda a carga anos 80 que existe em “II”, existe modernidade, graças ao instrumental e ao vigor de Leather. Não se enganem: podem ouvir de ponta a ponta sem medo.

Existem 11 cacetadas certeiras te esperando nesse disco. Mas recomendamos lindezas como “Juggernaut”(uma faixa ponderosa, com guitarras faiscando riffs de primeira, duetos melodiosos e solos debulhantes, além de uma aula de Leather nos vocais e um refrão lindo), a pesada e pegajosa “The Outsider” (impossível não bater cabeça, e um trabalho rítmico sólido e pesado), a dose certa de melodias acessíveis que permeiam “Lost at Midnite”e “Black Smoke” (que backing vocals bem colocados), a balada pesada “Annabelle”(onde se percebe a versatilidade dos vocais), a paulada mais refreada em “Sleep Deep”, a aula de riffs dada em “American Woman”, e a levada mais tradicional (e com certo acento de Rock’n’Roll clássico) de “Give Me Reason”. E a versão japonesa ainda tem por bônus a versão Demo de “Black Smoke”.

Ah, uma curiosidade: a banda que gravou é toda de conhecidos músicos brasileiros, com passagens por PAINSIDE, STATIK MAJIK, REPUGNANT GORE e outros. Talvez por isso, exista certa versatilidade em alguns arranjos (o que não destoa a essência anos 80 do disco).

No mais, um disco para detonar pescoços, e Leather Leone merece respeito e esperamos que ela não suma mais, e que não tenhamos que esperar mais 29 anos pelo terceiro disco solo dela.

Nota: 95%

RAGING ROB - Always the True Assassin



Ano: 2018
Tipo: Full Length
Selo: Independente
Importado


Tracklist:

1. Neverending Darkness
2. Innocent Deceiver
3. Disbelief
4. Cancer
5. Rise Against Failure
6. Soul City
7. Enough
8. Freakshow
9. Manifesto
10. Fight (To Stop the Tyranny)
11. Resolution 588
12. Walk All Over You


Banda:


Robert Gonnella - Vocais
Dirk Preylowski - Guitarras
Maik Jansen - Guitarras
Rudi Görg - Baixo
Frank Nellen - Bateria


Ficha Técnica:

Markus Frehn - Mixagem, masterização
Peter Lazar - Artwork (encarte)


Contatos:

Assessoria:



Texto: Marcos Garcia


Falar da escola alemã de Thrash Metal chega a ser desnecessário. Nomes como SODOM, KREATOR, DESTRUCTION, TANKARD e outros são lendários, e moldaram um gênero que influência várias escolas, como a brasileira e a grega. Mas um dos nomes que não tem muita expressão (uma injustiça histórica, digamos de passagem) é o do quinteto ASSASSIN. E por trás deles, sempre esteve o vocalista Robert Gonnella, dono de timbres únicos. Hoje, fora do quinteto, Rob está de volta com o RAGING ROB, que nos chega com “Always the True Assassin”, seu mais recente disco.

O que temos nesse segundo disco do RAGING ROB é o mais puro Thrash Metal germânico, impactante e sólido, com grande dose de agressividade, muita influência de Hardcore, mas ao mesmo tempo, adornado com algumas melodias muito bem pensadas, além de uma pilha de refrães de fácil assimilação. Mas cuidado: não cheguem procurando muito do passado dele por aqui, pois a banda tem um som bem característico. E como soa cheio de energia, ganchudo e cheio de vida, embora com uma pegada “Old School” fantástica.

Sim, “Always the True Assassin” vem para mostrar o quanto essa gangue de Thrashers de Dusseldorf tem de sangue nos olhos e para oferecer.

Ao ouvirmos “Always the True Assassin”, a qualidade sonora se mostra de primeira, atualizada e vigorosa, e ao mesmo tempo, pesada e agressiva sem que a clareza seja perdida. Além disso, a escolha por timbres mais orgânicos foi bem acertada, pois tem aquele feeling “Old School” que agarra qualquer um pelos ouvidos. Na arte, a capa trás uma foto bem legal e divertida de Rob, além de um encarte cheio de artes grafitadas, algo bem diferente em termos de Metal, mas que ficou excelente.

Já lhes digo de início: esqueçam grandes ideias se buscam algo inovador por aqui. Como pedir que alguém renuncie suas raízes, ainda mais alguém que já tem renome dentro do cenário? Aqui é German Thrash Metal, curto, grosso e agressivo nos ouvidos, sem dó de quem quer que seja. Mas os arranjos musicais são excelentes, dando toda uma aclimatação arrasadora de pescoços. Aliás, se o seu pescoço estiver inteiro depois de ouvir esse disco, você é surdo!

“Always the True Assassin” é um disco de calibre pesado, que vai causar palpitações nos fãs do estilo. E embora o nível das músicas esteja bem homogêneo, a porretada hardcorizada de “Neverending Darkness”(ótimos vocais mais roucos, além de riffs de guitarras ótimos), aquele jeitão Thrasher alemão tradicional na veloz “Innocent Deceiver” (verdade seja dita, a base criada por baixo e bateria está ótima) e na cadenciada “Disbelief” (que possui um Groove intenso nessa cadência pegajosa); a rápida de pegajosa “Cancer”, nas partes mais cadenciadas de “Soul City”, o soco na cara direto e bruto de “Freakshow” (esses tons mais baixos de voz pegaram bem demais, fora uma dicção perfeita), a curta e grossa “Manifesto” e sua energia bruta e atual (mais uma em que os vocais estão muito bem), e o massacre hardcorizado veloz e agressivo feito em “Walk All Over You” (como baixo e bateria mostram uma ótima técnica, por conta das mudanças rítmicas). Agora, não tem como o coração não bater mais forte nas versões deles para “Fight (To Stop the Tyranny)” (inclusive, o início foi tirado da introdução de “Forbidden Reality”) e “Resolution 588”, dois clássicos do ASSASSIN que ganharam uma roupagem mais atual, sem perderem a pegada clássica das composições originais.

E é legal ver Robmais uma vez na ativa, e tendo o baterista clássico do ASSASSIN, Frank “Psycho” Nellen, junto com ele. Mas Dirk Preylowski(guitarras), Maik Jansen (guitarras) e Rudi Görg (baixo) são músicos excelentes também.

Um disco e tanto, logo, ouçam e deixem a destruição de pescoços começar!

Nota: 92%