Por “Metal Mark” Garcia
Desde a chegada dos estilos Old School de Metal, o nome do quarteto sueco ENFORCER se tornou um dos mais fortes do meio. Misturando a NWOBHM com influências de Speed Metal, desde de “Death by Fire” (2013) as legiões de fãs da banda aumentaram em número, e o grupo se tornou um nome forte com “From Beyond” (2015).
Mas eles mostraram coragem com “Zenith”, seu ultimo álbum, onde algumas influências mais acessíveis apareceram em sua música. E tivemos a oportunidade de falar com o guitarrista/vocalista Olof Wikstrand e saber sobre o presente momento, um pouco do passado e de seus planos futuros.
Olof Wikstrand |
MMG: A primeira coisa que quero é agradecer pela oportunidade, e para iniciar, a banda experimentou um crescimento com “Death by Fire” e “From Beyond”. E “Zenith” está lançado, então vocês esperam alcançar ainda mais fãs?
Olof Wikstrand: É claro, é sempre útil para uma banda ter mais pessoas que se apegam a ela. Isso significa que podemos fazer shows maiores, produções maiores, shows melhores e eventualmente mais música. Mas ser famosos ou fazer isso grande nunca foi um de nossos objetivos. Apenas fazemos música que gostaríamos de ouvir. Acredito que o crescimento maior e mais rápido vimos de “Into the Night” até ”Diamonds” 2010. Mas sim, “Zenith”é um album muito diversificado, então definitivamente esperamos que qualquer Metal Head ou fanatic por Rock possa encontrar algo que goste nele.
MMG: A primeira música do disco (no caso, “Die for the Devil”), foi lançada para aquecer as coisas entre os fãs, mas algumas reclamações que falaremos mais abaixo apareceram. Sabem de algo sobre isso? Se sim, o que acha?
Olof: A internet é uma arena estúpida para opiniões estúpidas e não me aborrece em nada o que as pessoas escrevem. Lançamos uma canção que sentimos que era bem pesada e direta, e que falava muito do álbum. “Die for the Devil” é um grande hino de Metal Arena inspirado por bandas como SCORPIONS, OZZY OSBOURNE e DIO. Algumas pessoas perceberam isso, outra não. A única coisa que importa é que eu entendi.
Jonathan Nordwall |
MMG: As reclamações de que falo acima são baseadas nas influências melódicas nas canções de “Zenith”. Sim, está melodic e um pouco mais comercialmente acessível que antes, apresentando influências de Hard Rock e mesmo de Glam Metal. Então, o que aconteceu no processo de composição? E essa visão melódica foi algo espontâneo ou era algo que queriam fazer? E como você pessoalmente compararia “Zenith” com seus álbuns anteriores?
Olof: Não existem traços de “Glam Metal” em “Zenith”. Honestamente, não tenho ideia de onde as pessoas tiraram isso. Melódico, sim. Algumas canções são talvez um pouco mais comercialmente acessíveis, e outras não o são. Temos tentado encontrar um bom balanço em “Zenith” entre melódico e não-melódico, velocidade e peso, criatividade e clichê, agressão e moderação, épico e canções mais diretas. Tudo para conseguir uma mistura perfeita e um álbum que é grandioso, e que pode ser comparado aos clássicos do gênero. Um álbum onde todas as canções podem ser tocadas do início até o fim, e que cada canção pode ser um “hit Single”. Pessoalmente, creio que “Zenith” é, de longe, o melhor álbum que já fizemos. Um marco em minha vida
MMG: Novamente, como foi no passado, vocês chamaram a responsabilidade de produzir “Zenith” para vocês mesmos. E olhando algumas entrevistas na internet, vocês levaram algo entre 2 anos e dois anos e meio para gravar e produzir o disco. Por que tanto tempo?
Olof: Estivemos muito ocupados, excursionando por em torno de dois anos para promover “From Beyond”. Então o que mais tomou tempo foi descobrir o que queríamos fazer, de termos certeza que faríamos algo que fosse inspirado e relevante ao invés de lançar outro álbum. Uma vez que tínhamos as músicas, a gravação foi bem tranquila. Temos produzido a nós mesmos em cada álbum que fizemos, logo não é algo novo ou estranho para nós.
Tobias Lindqvist |
MMG: Ainda sobre a qualidade sonora, o resultado dessa vez, mesmo soando orgânico e à moda antiga, mas tudo melhorou, os instrumentos estão definidos de uma forma que não eram antes. È uma consequência da evolução, ou experimentaram tudo até o ponto de estarem plenamente satisfeitos?
Olof: Acho que tivemos uma ideia bem forte de como queríamos que o álbum soasse tanto quanto sabíamos como as músicas deveriam soar. Queríamos um disco que pudesse soar atemporal, mas grandioso. Queria que a bateria soasse como se fosse a maior bateria já gravada. Uma produção grandiosa e orgânica, mas com os benefícios das técnicas de gravação modernas.
MMG: Três canções se tornaram videos promocionais de “Zenith”: “Die for the Devil”, “Searching for You”e “Regrets”. A pergunta é se foram vocês que escolheram essas canções, foi uma ideia do selo, ou um acordo entre as duas partes?
Olof: Também temos um vídeo para “Sail On” que iremos lançar mais tarde, em algum ponto desse ano. Acho que foi um acordo entre todos nós. Aquelas 3 canções são daquelas que se destacam no disco e mostram uma grande variedade. “Die for the Devil” porque tivemos ótimas recepções dessa canção das pessoas para quem a tocamos. “Searching for You”por conta da velocidade e agressividade, e porque ela iria satisfazer nossos velhos fãs, e “Regrets” para mostrar alguns dos novos sons que estamos experimentando.
MMG: Talvez “Regrets” esteja causando a vocês algumas dificuldades, pois é uma balada, com o uso de pianos e uma estética extremamente acessível. Bem, como tem sido a recepção a ele? É a primeira balada do grupo, não é?
Olof: As recepções tem sido grandes para ela. Ouvi muita gente chamando-a de canção favorite, o que é ótimo ouvir quando você faz algo diferente do que já havia feito. De qualquer modo, nós tivemos uma “meia-balada” no álbum anterior em “Below the Slumber”, então escolhemos fazer isso e incluir uma balada complete nesse álbum.
Jonas Wikstrand |
MMG: Enquanto falamos, o álbum já está nas lojas e plataformas digitais há um mês. Sei que ainda é meio cedo, mas como vocês estão indo com “Zenith”? A recepção está sendo as que esperavam, menor ou maior que as expectativas?
Olof: Ainda é muito cedo para dizer algo, eu acho. Mas as reações têm sido muito boas. Vamos ver quando sairmos em turnê.
MMG: Espero que saibam que “Zenith” está sendo lançado aqui no Brasil pela colaboração entre a Shinigami Records e a Nuclear Blast Brasil. O que acha disso?
Olof: Sem opinião. Para ser honesto com você, nunca ouvi falar da Shinigami Records. Fazer essa parte do trabalho não é algo que eu ponha muito de atenção. Eu escrevo e toco, e deixo essa parte para outros.
MMG: Bem, vocês devem estar na estrada agora, tocando bastante. Então, como tem estado a agenda? Espero que esteja sendo ótimo! E podemos esperar alguns shows do ENFORCER aqui no Brasil? E por falar nisso, vou pedir a vocês para autografarem minhas cópias de seus álbuns (risos)!
Olof: Eu realmente espero que possamos fazer alguns shows no Brasil logo. Sempre ficamos felizes de assinar qualquer coisa que as pessoas nos tragam, e de poder sair com todos os nossos amigos e fãs que temos por aí e que dão suporte à nossa causa.
MMG: Bem, é isso; Mais uma vez, muito obrigado pela entrevista e, por favor, deixe a mensagem do ENFORCER aos leitores do Heavy Metal Thunder Brasil.
Olof: Vejo vocês em breve! Heavy Metal para sempre! 666
Contatos:
P.S.: O Heavy Metal Thunder Brasil gostaria de agradecer a Shinigami Records e a Marcos Franke (da assessoria de imprensa da Nuclear Blast Brasil) pela oportunidade de entrevistar Olof Wikstrand (and thank a you a lot, Olof).
Veja os vídeos de “Die for the Devil”, “Searching for You” e “Regrets”, canções de “Zenith”.
Die for the Devil
Searching for You
Regrets