Ano: 2019
Tipo: Full Length
Selo: Heavy Metal Rock
Nacional
Tracklist:
1. Sequestro
2. Mariana
3. Somos Todos Iguais
4. Hit
5. Pastor
6. Podres Poesias
7. Na Alma
8. Estado
Islâmico (bônus)
Banda:
Allan Big Thunder - Vocais
Miguel Araujo - Guitarras
Jefferson Novaes - Baixo
Billy Dark Machine - Bateria
Ficha Técnica:
Contatos:
Site Oficial:
Facebook: https://www.facebook.com/chacinametal/
Instagram:
Assessoria:
E-mail: caosnoterceiromundo@gmail.com
Indicação: fãs de Thrash/Death Metal em geral
Texto: “Metal Mark”
Garcia
Introdução:
Resistência de fato não é um ato que discursos no Facebook
ou filtros resolvam. Saber resistir é aguentar as pancadas que o underground
brasileiro dá aos que estão dentro dele (sejam bandas, fãs, selos e assessorias
de imprensa) e ir adiante, seja como for, e matando um leão por dia.
Nisso, pode-se dizer que o quarteto CHACINA, de Piracicaba
(SP) é um autêntico sobrevivente, já que estão nessa vida a quase 30 anos, e
somente agora conseguem lançar seu primeiro álbum, “Mortus Operandi”, que a
Heavy Metal Rock colocou nas lojas.
Análise geral:
A bem da verdade, é preciso dar os parabéns a esses
sujeitos, pois essa luta de 1990 para cá nunca é algo simples.
O fato é que o grupo tece um Thrash Metal/Crossover intenso
e bruto, na linha de bandas dos Estados Unidos, especialmente nomes como
NUCLEAR ASSAULT, OVERKILL, e alguns toques à lá SOD e CRO-MAGS. E nas mãos
deles, o que poderia dar a ideia de algo mofado ou de prazo de validade vencido
é destroçada por algo feroz, cheio de vida e energia, com a agressividade
fluindo aos borbotões pelos alto-falantes.
Sim, “Mortus Operandis” é uma boa definição para tímpanos
doendo e apitando por horas, e torcicolos resistentes a analgésicos fortes!
Arranjos/composições:
Essa vertente com jeito mais Old School tem que ser
preenchida por uma dose enorme de espontaneidade. É preciso ser você mesmo, e
eles mostram isso claramente.
Cantando em português, e sabendo usar de elementos do
passado (como os riffs mostram constantemente), e certo toque de modernidade (as
conduções nos dois bumbos que se ouvem no disco são algo diferente para a
aproximação clássica do gênero). Nada extremamente técnico, mas sempre
envolvente, e a banda mostra uma habilidade e tanto no tocante a refrães de
fácil assimilação.
Qualidade sonora:
Outro ponto em que o grupo soube aliar passado e presente.
Mantendo a sujeira essencial que vem do estilo com uma
sonoridade mais moderna e encorpada, cada uma das faixas de “Mortus Operandi” é
facilmente entendida e assimilada. Além disso, o grupo não teve frescuras na
hora de escolher os timbres de seus instrumentos, sempre com algo que fica
entre o novo e o clássico, sem pudor algum. E quem reclamar, possivelmente
ouvirá uma bela saraivada de palavras de baixo calão.
Arte gráfica/capa:
Uma arte direta, reta e sem frescuras, mostrando que a banda
não veio para brincar, e que transpira toda sua raiva contra a realidade que os
cerca. Os temas são bem atuais, para ser sincero.
Destaques musicais:
Basta dizer uma velha gíria para definir o que apresenta “Mortus
Operandi” em termos musicais: o pau vai quebrar na casa de Noca!
“Sequestro” é toda montada em cima de riffs de guitarra
raivosos e vocais rascantes, sem falar no belo trabalho da bateria
(especialmente nos bumbos), com um andamento não tão veloz, enquanto “Mariana”
segue com tempos intensos e refreados (permitindo que o baixo exiba passagens
bem legais sob o refrão). Curta e extremamente “SÓDica” é “Somos Todos Iguais”,
uma pancadaria extrema, apesar do andamento refreado. Em “Hit”, a velocidade
aumenta, e ao mesmo tempo, a agressividade musical do grupo se torna mais
ácida, com guitarras tecendo riffs interessantes, e “Pastor” segue a mesma
pegada (um festival de tempos 1 X 1 nervosos da bateria, acompanhada de vocais
agressivos de primeira). O tempo mais uma vez desacelera em “Podres Poesias”,
de uma forma totalmente HxCxNxY, enquanto “Na Alma” é moshpit certo por conta
de sua levada empolgante e intensa (típica música que vai dar torcicolos e
causar contusões nos shows da banda). E fechando, tem-se a faixa bônus “Estado
Islâmico”, exatos 1:51 de rispidez e Thrashcore nervoso, alimentado por
guitarras e vocais insanos.
Conclusão:
Se existisse justiça dentro do cenário, o CHACINA receberia
aplausos efusivos pelo que fizeram em “Mortus Operandi”, já que souberam trazer
toda sua fluência Thrashcore do passado para o presente sem pudores.
Parabéns, pois vocês, por tudo, são a verdadeira resistência.
O resto é conversa fiada...
Nota: 8,5/10,0
Estado Islâmico
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