terça-feira, 3 de dezembro de 2019

DOGMA BLUE - Quietus


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Selo: Independente
Nacional


Tracklist:

1. Disorder
2. Quietus
3. No Garden
4. Dissolution
5. Mucamba


Banda:



Marcelo Paes - Vocais
Tales Ribeiro - Guitarras
Rodrigo Kolb - Guitarras
Roberto Greboggy - Baixo
André Prevedello - Bateria


Ficha Técnica:


Contatos:

Assessoria: http://roadie-metal.com/press/ (Roadie Metal Press)

Indicação: fãs de Metal Tradicional, Hard Rock clássico dos anos 70, e outros


Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução:

Cada vez mais as bandas de Metal estão investindo em gravações muito cedo, sem lhes dar o devido tempo de amadurecer as ideias. Em um mundo onde tudo se tornou sinônimo de “ser o mais veloz” em termos de tudo, grupos jovens acabam indo cedo demais para o estúdio, o que pode resultar em um resultado ruim.

Mas no caso do quinteto curitibano DOGMA BLUE, isso não chega a ser algo grave. Embora “Quietus”, seu primeiro EP, mostre pontos que necessitem de amadurecimento, já se tem a clara visão de seu potencial.


Análise geral:

Apesar de ainda bem jovem, o quinteto é composto de músicos já com calos da experiência. E por isso, percebe-se uma banda que possui influências musicais bem diversificadas que acabam se calcificando em algo que fica entre o Metal tradicional com algo de Thrash/Groove Metal. E isso foge ao modelo que tantos adotam no Brasil (onde ou se quer ser da NWOBHM ou do Thrash Metal alemão), o que deixa claro que o grupo tem personalidade. Aliás, é preciso dizer que melodia, feeling e alguma dose de agressividade, fórmula já bem batida, nas mãos deles ganham uma energia e frescor novos, além dos refrães serem muito bons.

O que precisa amadurecer: os vocais podem ser trabalhados de forma melhor (a voz é boa, só precisa mesmo de mais ensaios para encaixar em 100% na base instrumental), mas alguns ensaios e shows devem colocar tudo nos lugares.


Arranjos/composições:

Eis o ponto onde o quinteto ganha pontos: eles sabem arranjar suas músicas muito bem.

O que guia a banda é o feeling, e não a necessidade de exibir virtuosismo. Logo, a consequência é óbvia: melodias espontâneas, técnica em nível sóbrio, além de ótimas mudanças de ritmo e ambientações.


Qualidade sonora:

Em termos de sonoridade, “Quietus” fica devendo um pouco.

Por terem tentado buscar algo mais seco e que evidenciasse a agressividade, a impressão em certos momentos é de algo oco. Está pesado, claro e inteligível, mas carece de algo mais pesado e mesmo moderno, pois o trabalho deles pede isso.

Não está ruim, longe disso, mas poderia ser bem melhor.


Arte gráfica/capa:

Nesse ponto, a banda caprichou.

O uso da capa com uma paisagem desolada pela guerra é um artifício sempre interessante, e o esmero ao usar o formato Digipack, foto com tudo correto.


Destaques musicais:

A musicalidade híbrida e espontânea da banda rende muitos pontos, justamente porque é livre de concepções ou ideias desgastadas pelo uso.

“Disorder” é cheia de peso e agressividade, mas apresentando uma estética simples e elegante de baixo e bateria (basta olhar as debulhadas em vários momentos), enquanto “Quietus” possui uma vibração suja que lembra um pouco o Hard Rock dos anos 70 (embora no peso das guitarras seja evidente uma forte dose de groove noventista), elementos que também permeiam a ambientação azeda e “sabbathica” de “No Garden” (que foi o primeiro Single da banda, lançado ano passado). Em “Dissolution”, aquela famosa fórmula de ‘início balada, peso e agressividade de certo ponto em diante’, que funciona muito bem com o grupo. E “Mucamba” tem um jeito Hard ‘n’ Heavy de primeira, com algo de acessibilidade em alguns momentos.

Pode-se assim aferir que “Quietus” é um bom lançamento, acima da média.


Conclusão:

Se “Quietus” ainda não revela todo o potencial do grupo, é certo que o DOGMA BLUE pode ser considerado uma revelação do cenário. É só aparar algumas arestas, acertar os vocais, e sai debaixo!

No mais, sejam bem vindos, e boa sorte!


Nota: 7,7/10,0


Quietus



No Garden

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