Ano: 2019
Tipo: Disco ao Vivo
Selo: Violent Records, VSF Records, Diabo Records, Trevas Nascemos, Diabolic Records, Impaled Records, Cianeto Discos, Temple of the Bizarre Cult, Blasphemy Art
Nacional
Tracklist:
1. Magia Negra
2. Negro Pandemonium de Almas Infernais
3.
Choronzom
4. Elizabethan
Devil (MYSTIFIER cover)
5. Onde as Trevas Predominam
6. Face do Mal
7. Ritos Noturnos
8. Elizabeth
Bathory (TORMENTOR cover)
9. Karbarah’s
Banda:
Místico - Guitarras, Vocais
Sanatás - Baixo
Flávio - Bateria
Ficha Técnica:
Luciano Justiniano - Gravação
Místico - Artwork
Contatos:
Site Oficial:
Facebook: https://www.facebook.com/HeiaOfficial
Instagram: https://www.instagram.com/heia_oficial/
Assessoria: https://sanguefrioproducoes.com/artistas/HÉIA/55
E-mail: heia666@hotmail.com
Indicação: fãs de Black Metal dos anos 90, MYSTIFIER,
DARKTHRONE, MAYHEM, MARDUK (antigo)
Texto: “Metal Mark”
Garcia
Introdução:
Fazer Black Metal no Brasil, em geral, é quase que uma
tradição.
Desde que SARCÓFAGO surgiu e lançou duas faixas na coletânea
“Warfare Noise I” (1986) e seu clássico “I.N.R.I.” (1987), a face do gênero
mudou completamente. Hoje em dia, muitas bandas brasileiras se dedicam ao modelo
mais Old School do gênero, preferindo algo mais climático e soturno à sinfonias
melodiosas. Muitos grupos fazem isso, mas o trio HÉIA, de Goiânia (GO)
permanece sendo um nome bem forte dentro do underground.
A agora, comemorando o giro pela Bolívia que fizeram, eis
que lançam “Maldicíon de la Serpiente (Live in Cochabamba)”, um disco ao vivo
para eternizar o resultado colhido.
Análise geral:
A verdade é que a banda ao vivo mostra toda sua autenticidade
musical, com aquele Black Metal veloz, ríspido e bruto de seus discos de estúdio.
Nada bonitinho ou extremamente arranjado. Tudo no disco é baseado na
simplicidade musical, algo direto, duro e cru, relembrando os primeiros dias da
SWOBM que tomou o mundo de assalto nos anos 90.
E pode-se aferir que “Maldicíon de la Serpiente (Live in
Cochabamba)” é um dos discos ao vivo mais honestos dos últimos anos, pois não
existem edições ou “overdubs”, é tudo direto, nu e cru.
Repertório:
O disco do gravado em 15 de Março na cidade de Bogotá
(Bolívia).
O grupo baseou seu repertório em canções de “Magia Negra”
(2007) e “Ritos Noturnos” (2014), além de materiais de seus Splits. Óbvio que
se percebe que a banda consegue não apenas fazer bonito em suas canções mais
recentes, mas a roupagem mais brutal que eles mostram nas músicas mais antigas
é ótima.
E sem mencionar o fato que a banda mostra identidade ao
lidar com versões próprias para “Elizabethan Devil” (cujo nome completo é “An
Elizabethan Devil Worshipper’s Prayer Book”, do também brasileiro MYSTIFIER) e “Elizabeth
Bathory” do TORMENTOR da Hungria (e que foi eternizada pelo DISSECTION).
Acertaram em cheio no repertório.
Eis onde uma análise mais subjetiva precisa ser feita.
Óbvio que o disco soa cru, direto e bruto, como se tivesse
sido gravado e prensado sem mixagem ou masterização posteriores ao show (e
realmente é a impressão que se tem, especialmente porque existe um errinho em “Onde
as Trevas Predominam”). Pode ser dizer, guardadas as devidas proporções, que
este disco pode ser comparado em termos de organicidade e honestidade a “Live
in Leipzig” do MAYHEM, pois não existem overdubs aqui. E se existem, não podem
ser percebidos.
Se busca-se algo de uma banda de Black Metal mais jovem, ou
adepta de Black metal sinfônico, a decepção é certa; mas se o ouvinte quer algo
mais cru e de raiz, pode ir tranquilo, pois vai gostar. E sinceramente, não
existem problemas em se compreender o que está sendo tocado.
Arte gráfica/capa:
O guitarrista/vocalista Místico é responsável pelo trabalho
gráfico que é apresentado em “Maldicíon de la Serpiente (Live in Cochabamba)” é
simples, direto e inteligente: foto da banda na capa, encarte com seis páginas
dobrável, com informações, fotos dos integrantes e uma foto ao vivo do grupo.
Tudo para que o foco dou ouvinte fique na música em si.
Destaques musicais:
Como já dito, “Maldicíon de la Serpiente (Live in Cochabamba)”
é um disco honesto, e um deleite para os fãs de Black Metal dos anos 90, quando
a tendência era soar mórbido e agressivo.
As faixas que se destacam: a veloz e direta “Magia Negra” (e
pela simplicidade, mostra uma energia enorme, com algumas mudanças de ritmo e um
trabalho eficaz nas guitarras), a brutalidade de “Negro Pandemonium de Almas
Infernais” (outra com algumas mudanças de andamento herdadas dos primórdios do
Black Metal, e assim, o baixo e a bateria mostram sua força) e de “Choronzom”
(esta mostra partes mais cadenciada, e assim, comprova-se a versatilidade do
grupo em termos de arranjos), o ritmo envolvente de “Onde as Trevas Predominam”
e de “Faces do Mal” (nesta, surgem sutis passagens com melodias soturnas nas
guitarras), “Ritos Noturnos” e seu foco em algo mais mórbido (o andamento nem
veloz e nem rápido lembra bastante as ambientações de bandas como BATHORY,
SARCÓFAGO e mesmo do SODOM em seus primeiros registros), e “Kabarah’s” (curta, direta
e veloz, e com uma agressividade enorme transpirando dos vocais e guitarras).
Mas é óbvio que as versões para “Elizabethan Devil” (do MYSTIFIER) e “Elizabeth
Bathory” (do TORMENTOR) ficaram excelentes.
Sim, é um disco ao vivo de Black Metal de respeito!
Conclusão:
“Maldicíon de la Serpiente (Live in Cochabamba)” vem para
mostrar que o HÉIA tem tudo para se tornar uma potência dentro do Black Metal
do Brasil.
Claro música: https://www.claromusica.com/artist/2499419
Amazon Music: https://music.amazon.com/artists/B077BVRQTJ?tab=CATALOG
Napster: https://us.napster.com/artist/heia
Yandex Music: https://music.yandex.com/artist/5446564
Amazon: https://amzn.to/2usehen
Google Play: http://bit.ly/2Wrd2bE
Nota: 8,4/10,0
Magia Negra