segunda-feira, 4 de novembro de 2019

THE 69 EYES - West End


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Two Horns Up
2. 27 & Done
3. Black Orchid
4. Change
5. Burn Witch Burn
6. Cheyenna
7. The Last House on the Left
8. Death & Desire
9. Outsiders
10. Be Here Now
11. Hell Has no Mercy


Banda:


Jyrki69 - Vocais
Bazie - Guitarras
Timo-Timo - Guitarras
Archzie - Baixo
Jussi69 - Bateria
           

Ficha Técnica:

Johnny Lee Michaelis - Produção, Gravação, Mixagem, Teclados, Cordas, Programação, Percussão
Svante Forshäck - Masterização
Dani Filth - Vocais e Backing Vocals em “Two Horns Up” e “The Last House on the Left”
Wednesday 13 (Joseph Poole) - Vocais e Backing Vocals em “The Last House on the Left”
Calico Cooper - Vocais e Backing Vocals em “The Last House on the Left”


Contatos:

Site Oficial: http://69eyes.com
Assessoria:
E-mail:


Indicação: fãs de Gothic Rock, THE SISTERS OF MERCY, FIELDS OF THE NEPHILIM, MOONSPELL, TIAMAT, THE MISSION


Introdução:

Certas vezes, é extremamente trabalhoso para muitos que rotular o que uma banda musicalmente. Quanto maior o “background” musical de uma pessoa, esse tipo de coisa se torna um desafio, pois os ouvidos percebem sutilezas e toques vindos de outros gêneros musicais.

No caso do quinteto finlandês THE 69 EYES, é ainda pior, pois como se pode ouvir no mais recente trabalho do grupo, “West End” (lançado no Brasil recentemente pela Shinigami Records em parceria com a Nuclear Blast Brasil), o amplo espectro de influências da banda converge para algo único.


Análise geral:

O quinteto coloca no caldeirão Gothic Rock, Hard Rock, Glam Rock/Metal, Dark Rock, e mesmo alguns toques de Post-Punk e Classic Rock em sua música. É até difícil de explicar como tantos estilos puderam contribuir para a construção de algo musicalmente simples de ser assimilado. Sim, é fato que a música do quinteto é baseada em melodias bem simples de serem assimiladas, mas com boas doses da melancolia do Gothic Rock, e isso com a energia do Sleaze Rock.

Aliás, diga-se de passagem: não é difícil ficar viciado em “West End”.


Arranjos/composições:

O THE 69 EYES não rebusca em termos técnicos. Longe disso, a música é baseada em arranjos simples, mas sempre mantendo um jeito melódico grudento que não tem como resistir. Mas cuidado: isso não significa que o grupo toque um disco de um fôlego só, ou mesmo que as canções sejam semelhantes entre si.

O que se ouve em “West End” é algo realmente criativo, e afastado de modelos musicais já erodidos. Pode-se dizer que o grupo sabe criar riffs memoráveis, solos melodiosos e marcantes, uma base rítmica sólida, e um ótimo trabalho de vocais (que remete diretamente a nomes como Carl MacCoy, Andrew Eldritch e Wayne Hussey). Mas a criatividade é ouvida em teclados, cordas e outros que vão surgindo em certos momentos. E isso tudo resulta em uma música feita com ótimas melodias e refrães marcantes. É ouvir e se apaixonar.


Qualidade sonora:

É um dos pontos onde “West End” se mostra vencedor.

O trabalho de Johnny Lee Michaelis (produção, gravação e mixagem) e Svante Forshäck (masterização) consegue deixar tudo soando claro, limpo e compreensível, mas com timbres que permitem que as músicas soem distorcidas nas medidas certas. E sem falar que o brilho moderno e atual deu um “boost” às canções.


Arte gráfica/capa:

A banda optou por uma capa simples, com a foto de balões negros, algo que realmente dá uma ambientação visual bem soturna. O encarte, em formato pôster, tem as letras de um lado, e do outro, uma foto do grupo.


THE 69 EYES
Destaques musicais:

11 excelentes músicas aguardam os fãs, e isso sem mencionar que a presença de Dani Filth (do CRADLE OF FILTH) em “Two Horns Up” e “The Last House on the Left”, do cantor Joseph Poole (mais conhecido como Wednesday 13, bem conhecido por seu trabalho com o MURDERDOLLS e outros) em “The Last House on the Left”, e de Calico Cooper (filha de Alice Cooper e vocalista do BEASTÖ BLANCÖ) também em “The Last House on the Left” deram um sabor diferenciado a “West End”.

“Two Horns Up” é o típico Glam Rock com doses de Gothic, onde se ouvem vocais de primeira (tanto os de Jyrki69 como os de Dani), seguida do acessível Sleaze Gothic Rock “27 & Done” (que refrão e guitarras). Com um jeito mais voltado ao Post-Punk (apesar da distorção Hard/Glam das guitarras), “Black Orchid” ainda mostra alguns pianos muito bem encaixados. Em “Change”, ótimas partes de teclados preenchem a ambientação mais soturna e melancólica criada pelas guitarras. Pondo tudo abaixo, vem a ótima “Burn Witch Burn”, cheia de energia e mostrando peso (uma contribuição de baixo e bateria, que estão ótimos), seguida do Rock direto e denso em “Cheyenna” (reparem que guitarras pesadas). E graças às participações especiais em “The Last House on the Left”, tem-se um monstro de Frankenstein Gothic com muito peso (e não tem como não destacar os vocais). Mais amena e melancolicamente melodiosa, tem-se “Death & Desire”, um típico Gothic Rock com uma aura “noir” de excelência (novamente os vocais mostram toda sua expressividade). Misturando a acessibilidade do Gothic Rock com a distorção do Hard/Glam, “Outsiders” é a típica canção que gruda nos ouvidos e não solta mais. “Be Here Now” explicita ainda mais fundo no lado Gothic Rock/Post-Punk do grupo, e “Hell Has no Mercy” (a saideira) vem fechar o disco com uma pegada ainda mais melancólica, mas mesmo assim, cheia de melodias grudentas.

Ou seja: “West End” é para ser ouvido de ponta a ponta!


Conclusão:

“West End” é viciante e excelente. E não é à toa que o THE 69 EYES tem uma legião de fãs por aqui, que podem ter acesso a esse disco mais facilmente agora.


Nota: 10,0/10,0

Texto: “Metal Mark” Garcia


Two Horns Up

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