Ano: 2019
Tipo: Full
Length
Nacional
Tracklist:
1.
Brotherhood of Metal
2.
Everybody’s Rockin’
3. Smoke on
the Horizon
4. Louder Than
Loud
5. Tyrant
King
6. Party
All Night
7. Tonight
We Ride
8. 1982
9. Hell on
Earth
10. The
Devil Made Me Do It
11. Evil in
Me
Banda:
David “Rock” Feinstein - Guitarras, Vocais
Garry Bordonaro - Baixo
Carl Canedy
- Bateria, Vocais
Ficha Técnica:
The Rods - Produção
Chris Collier - Mixagem, Masterização
Eric Philippe - Arte da Capa
Lonnie Park - Teclados, Vocais
Contatos:
Site Oficial: http://www.therods.com/
Facebook: www.facebook.com/rodsfanpage
Instagram:
Assessoria:
E-mail: tmingle@twcny.rr.com
Indicação: fãs de Metal tradicional, OMEN, MOTÖRHEAD, RIOT
V, e de U. S. Metal em geral
Introdução:
Quando se fala do cenário Metal dos EUA, antes da explosão
ainda na primeira metade dos anos 80, alguns grupos deram indícios que algo
viria a acontecer. Bandas como BLUE ÖYSTER CULT, RIOT (hoje RIOT V) nos anos 70
já mostravam que algo estava surgindo: o U. S. Metal, um jeito de fazer Metal
que seria influenciado pelo Hard Rock e Metal dos anos 70, mais influências de
JUDAS PRIEST e mesmo da NWOBHM. E pode-se aferir que um dos fundadores do som característico
do cenário norte-americano é, sem sombra de dúvidas, o THE RODS, trio de Cortland
(Nova York). E com uma resiliência digna de sua geração, lá vem o grupo com
mais uma pancada nos ouvidos, o excelente “Brotherhood of Metal”, que a
Shinigami Records acaba de lançar no Brasil.
Análise geral:
Basicamente, em “Brotherhood of Metal”, o grupo não mostra
nenhuma alteração profunda em seu estilo, ou seja, é a mesma forma de Metal
tradicional do cenário dos Estados Unidos (que tem por característica primordial
o apego a linhas melódicas grudentas, vindas do Hard Rock; e boa técnica
musical), apenas atualizada para os tempos atuais. De novo, são ouvidas algumas
partes de teclados, recurso que o grupo não usava desde “Heavier Than Thou” de
1986 (que são evidentes da introdução de “Brotherhood of Metal” e em “Everybody’s
Rockin’”). O que está um pouquinho (só um pouquinho) mais evidente é o lado
melodioso de sua música, o que não deixa a agressividade de lado.
Traduzindo: de um lado, a banda não exagera na técnica
(embora mostrem ótimo domínio de seus instrumentos em alguns momentos), e de
outro, mostra conjuntos de melodias de fácil assimilação pelo ouvinte, além de
refrães marcantes. Os teclados não chegam a alterar o que a banda mostra desde
seu início, apenas se encaixam de forma perfeita nos momentos mais necessários.
Arranjos/composições:
Falar de arranjos com um grupo com quase 40 anos de vida nas
costas é quase desnecessário.
Tudo funciona perfeitamente, como uma máquina bem lubrificada,
com os arranjos se encaixando bem uns nos outros, riffs de guitarras grudando
nos ouvidos, solos eficazes, baixo mostrando peso (e mesmo algumas partes mais
técnicas, como se pode ouvir em “Tonight We Ride”), e a bateria mostra peso e energia
(e também boa técnica, com viradas bem sacadas e conduções nos dois bumbos em
momentos providenciais), e vocais crus e diretos.
Precisa mais que isso?
Qualidade sonora:
Fugindo um pouco do
usual para bandas da velha guarda, o trio soube modernizar a sonoridade.
Óbvio que a banda
ainda toca de forma bem orgânica e simples (como um ensaio em estúdio, onde
plugaram os instrumentos e tocaram à vera), com uma timbragem completamente
tradicional dos anos 80 (ou seja, sem muitos exageros). Mas o nível de limpeza
é enorme, se equiparando às melhores produções dos dias de hoje.
Ou seja, mistura a
sonoridade clássica do grupo, apenas com um “insight” moderno, que deu vida às
canções.
Arte gráfica/capa:
A arte da capa, para quem ainda não conhece bem o THE RODS,
é uma referência ao clássico “Wild Dogs”, de 1982 (que por um milagre, chegou a
ser lançado no Brasil, sendo item de colecionador em LP). E é bom dizer que a Shinigami Records disponibilizou o disco nas versões Jewelcase e Digipack.
Destaques musicais:
Para quem sempre achou que o THE RODS tem o status de banda “cult”
pelo fato de David ser primo do saudoso Ronnie James Dio (e chegaram a tocar
juntos no ELF), estas 11 canções vão mostrar como é enorme este equívoco. Além
disso, é uma mostra como muitas bandas ditas “old school” apenas copiam quem entende
do riscado.
Uma longa introdução melodiosa e lenta precede a pancadaria
peso-pesado de “Brotherhood of Metal”, uma canção climática e com ótimo
trabalho de Carl e Garry na base rítmica (e que refrão marcante, onde teclados
temperam as melodias). Aquele típico Hard ‘n’ Heavy “Made in USA” surge em “Everybody’s
Rockin’” (cheia de riffs e solos de primeira, além de outro refrão que gruda
nos ouvidos) e “Smoke on the Horizon” (peso colossal, e alguns contornos de
Classic Rock são claros graças aos teclados). Um bom exemplo como a energia
grudenta do Hard Rock está no DNA do U. S. Metal pode ser ouvido claramente em “Louder
Than Loud”. Já pegando mais pesado simples e eficiente “Tyrant King” conquista
o ouvinte rapidamente. Apresentando o groove tão comum das bandas norte americanas
da segunda metade dos anos 70, “Party All Night” é outra canção com refrão
excelente (reparem como o baixo de Garry mostra ótima técnica). Se estiver
pronto para bater cabeça com tempos não tão velozes assim, “Tonight We Ride”
foi feita para você, pois é um grude de peso e melodia. Em “1982”, outro Hard ‘n’
Heavy escandaloso e pesado de doer os dentes, onde o grupo fala de si nas
letras, em uma autobiografia de primeira (e com detalhes que muitos não sabem).
Mais pesada e com uma energia de “dirty Rock ‘n’ Roll”, a forte “Hell on Earth”
vem para ganhar o ouvinte com suas melodias excelentes e vocais (e a bateria de
Carl está ótima), assim como “The Devil Made Me Do It” (onde a velocidade
diminui e se tem uma clara influência de AC/DC). Rebuscando um pouco mais o
passado do grupo em termos de andamentos e peso, “Evil in Me” é aquela canção
que todo jovem deveria ouvir, pois é uma ode à rebeldia, sem falar que o refrão
marca como ferro em brasa, e que linhas melódicas pesadas!
É, o THE RODS mostram o motivo de serem uma banda tão respeitada
no underground...
Conclusão:
Ao ouvir “Brotherhood of Metal”, fica a impressão que o
THE RODS merece mais reconhecimento, já que depois de tantos anos, ainda criam um
disco tão viciante!
Parabéns, e
thank you, David, Garry and Carl for such fine piece of Metal!
Nota: 10,0/10,0
Texto: “Metal Mark” Garcia
Louder Than Loud
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