terça-feira, 5 de novembro de 2019

THE RODS - Brotherhood of Metal


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Brotherhood of Metal
2. Everybody’s Rockin’
3. Smoke on the Horizon
4. Louder Than Loud
5. Tyrant King
6. Party All Night
7. Tonight We Ride
8. 1982
9. Hell on Earth
10. The Devil Made Me Do It
11. Evil in Me           


Banda:


David “Rock” Feinstein - Guitarras, Vocais
Garry Bordonaro - Baixo
Carl Canedy - Bateria, Vocais


Ficha Técnica:

The Rods - Produção
Chris Collier - Mixagem, Masterização
Eric Philippe - Arte da Capa
Lonnie Park - Teclados, Vocais


Contatos:

Instagram:
Assessoria:

Indicação: fãs de Metal tradicional, OMEN, MOTÖRHEAD, RIOT V, e de U. S. Metal em geral


Introdução:

Quando se fala do cenário Metal dos EUA, antes da explosão ainda na primeira metade dos anos 80, alguns grupos deram indícios que algo viria a acontecer. Bandas como BLUE ÖYSTER CULT, RIOT (hoje RIOT V) nos anos 70 já mostravam que algo estava surgindo: o U. S. Metal, um jeito de fazer Metal que seria influenciado pelo Hard Rock e Metal dos anos 70, mais influências de JUDAS PRIEST e mesmo da NWOBHM. E pode-se aferir que um dos fundadores do som característico do cenário norte-americano é, sem sombra de dúvidas, o THE RODS, trio de Cortland (Nova York). E com uma resiliência digna de sua geração, lá vem o grupo com mais uma pancada nos ouvidos, o excelente “Brotherhood of Metal”, que a Shinigami Records acaba de lançar no Brasil.


Análise geral:

Basicamente, em “Brotherhood of Metal”, o grupo não mostra nenhuma alteração profunda em seu estilo, ou seja, é a mesma forma de Metal tradicional do cenário dos Estados Unidos (que tem por característica primordial o apego a linhas melódicas grudentas, vindas do Hard Rock; e boa técnica musical), apenas atualizada para os tempos atuais. De novo, são ouvidas algumas partes de teclados, recurso que o grupo não usava desde “Heavier Than Thou” de 1986 (que são evidentes da introdução de “Brotherhood of Metal” e em “Everybody’s Rockin’”). O que está um pouquinho (só um pouquinho) mais evidente é o lado melodioso de sua música, o que não deixa a agressividade de lado.

Traduzindo: de um lado, a banda não exagera na técnica (embora mostrem ótimo domínio de seus instrumentos em alguns momentos), e de outro, mostra conjuntos de melodias de fácil assimilação pelo ouvinte, além de refrães marcantes. Os teclados não chegam a alterar o que a banda mostra desde seu início, apenas se encaixam de forma perfeita nos momentos mais necessários.


Arranjos/composições:

Falar de arranjos com um grupo com quase 40 anos de vida nas costas é quase desnecessário.

Tudo funciona perfeitamente, como uma máquina bem lubrificada, com os arranjos se encaixando bem uns nos outros, riffs de guitarras grudando nos ouvidos, solos eficazes, baixo mostrando peso (e mesmo algumas partes mais técnicas, como se pode ouvir em “Tonight We Ride”), e a bateria mostra peso e energia (e também boa técnica, com viradas bem sacadas e conduções nos dois bumbos em momentos providenciais), e vocais crus e diretos.

Precisa mais que isso?


Qualidade sonora:

Fugindo um pouco do usual para bandas da velha guarda, o trio soube modernizar a sonoridade.

Óbvio que a banda ainda toca de forma bem orgânica e simples (como um ensaio em estúdio, onde plugaram os instrumentos e tocaram à vera), com uma timbragem completamente tradicional dos anos 80 (ou seja, sem muitos exageros). Mas o nível de limpeza é enorme, se equiparando às melhores produções dos dias de hoje.

Ou seja, mistura a sonoridade clássica do grupo, apenas com um “insight” moderno, que deu vida às canções.


Arte gráfica/capa:

A arte da capa, para quem ainda não conhece bem o THE RODS, é uma referência ao clássico “Wild Dogs”, de 1982 (que por um milagre, chegou a ser lançado no Brasil, sendo item de colecionador em LP). E é bom dizer que a Shinigami Records disponibilizou o disco nas versões Jewelcase e Digipack.


Destaques musicais:

Para quem sempre achou que o THE RODS tem o status de banda “cult” pelo fato de David ser primo do saudoso Ronnie James Dio (e chegaram a tocar juntos no ELF), estas 11 canções vão mostrar como é enorme este equívoco. Além disso, é uma mostra como muitas bandas ditas “old school” apenas copiam quem entende do riscado.

Uma longa introdução melodiosa e lenta precede a pancadaria peso-pesado de “Brotherhood of Metal”, uma canção climática e com ótimo trabalho de Carl e Garry na base rítmica (e que refrão marcante, onde teclados temperam as melodias). Aquele típico Hard ‘n’ Heavy “Made in USA” surge em “Everybody’s Rockin’” (cheia de riffs e solos de primeira, além de outro refrão que gruda nos ouvidos) e “Smoke on the Horizon” (peso colossal, e alguns contornos de Classic Rock são claros graças aos teclados). Um bom exemplo como a energia grudenta do Hard Rock está no DNA do U. S. Metal pode ser ouvido claramente em “Louder Than Loud”. Já pegando mais pesado simples e eficiente “Tyrant King” conquista o ouvinte rapidamente. Apresentando o groove tão comum das bandas norte americanas da segunda metade dos anos 70, “Party All Night” é outra canção com refrão excelente (reparem como o baixo de Garry mostra ótima técnica). Se estiver pronto para bater cabeça com tempos não tão velozes assim, “Tonight We Ride” foi feita para você, pois é um grude de peso e melodia. Em “1982”, outro Hard ‘n’ Heavy escandaloso e pesado de doer os dentes, onde o grupo fala de si nas letras, em uma autobiografia de primeira (e com detalhes que muitos não sabem). Mais pesada e com uma energia de “dirty Rock ‘n’ Roll”, a forte “Hell on Earth” vem para ganhar o ouvinte com suas melodias excelentes e vocais (e a bateria de Carl está ótima), assim como “The Devil Made Me Do It” (onde a velocidade diminui e se tem uma clara influência de AC/DC). Rebuscando um pouco mais o passado do grupo em termos de andamentos e peso, “Evil in Me” é aquela canção que todo jovem deveria ouvir, pois é uma ode à rebeldia, sem falar que o refrão marca como ferro em brasa, e que linhas melódicas pesadas!

É, o THE RODS mostram o motivo de serem uma banda tão respeitada no underground...


Conclusão:

Ao ouvir “Brotherhood of Metal”, fica a impressão que o THE RODS merece mais reconhecimento, já que depois de tantos anos, ainda criam um disco tão viciante!

Parabéns, e thank you, David, Garry and Carl for such fine piece of Metal!


Nota: 10,0/10,0

Texto: “Metal Mark” Garcia


Louder Than Loud

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