segunda-feira, 4 de novembro de 2019

MEMORIAM - Requiem for Mankind


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Shell Shock
2. Undefeated
3. Never the Victim
4. Austerity Kills
5. In the Midst of Desolation
6. Refuse to Be Led
7. The Veteran
8. Requiem for Mankind
9. Fixed Bayonets
10. Interment (instrumental)


Banda:


Karl Willetts - Vocais
Scott Fairfax - Guitarras
Frank Healy - Baixo
Andy Whale - Bateria


Ficha Técnica:

Russ Russell - Produção, Mixagem, Masterização
Dan Seagrave - Arte da capa
Marcelo Vasco - Design, Layout


Contatos:

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Assessoria:
E-mail:


Indicação: para fãs de BOLT THROWER, BENEDICTION, e Death Metal dos anos 90 em geral


Introdução:

Metal à moda antiga (ou Old School, se preferirem dessa forma) é algo que, para ser feito, ou é algo que você carrega em seu interior, ou você copia de alguém. Por isso muitas bandas soam forçadas aos ouvintes mais experientes, pois não adianta ser bom músico, tem que ter isso em si. E é simples para quem já faz isso há mais tempo, pois já viveu algum movimento.

No Death Metal, por exemplo, muitos tentam pegar aquela sonoridade tão costumeira da primeira metade dos anos 90 e refazer, mas soa em muitos casos, artificial. Já os que são daqueles tempos, é algo que conseguem, pois está no sangue. É o caso do quarteto inglês MEMORIAM, que apesar de ser jovem (foi fundado em 2016), seus músicos são experiente e calejados de muitos anos tocando o gênero. Por isso, “Requiem for Mankind” (terceiro disco do grupo) soa tão bem aos ouvidos, e como foi lançado por aqui via Shinigami Records/Nuclear Blast Brasil, é uma boa pedida para os fãs mais ávidos.


Análise geral:

Para quem ainda não sabe, BOLT THROWER, BENEDICTION, CEREBRAL FIX, NAPALM DEATH e SACRILEGE são bandas que estão nos currículos de seus integrantes, logo, já se percebe que fazer Death Metal é como eles mesmos.

Em “Requiem for Mankind”, tem-se uma autêntica aula de como se fazer Death Metal dos anos 90 com uma sonoridade adaptada para os novos tempos. Todos os elementos mais básicos estão em suas composições, e o “feeling” atual vem da gravação. Ou seja, aquela crueza musical quase pueril está aqui, e soando jovem e vigorosa.


Arranjos/composições:

Como citado acima, todos os elementos mais conhecidos do Death Metal à moda antiga estão aqui: ritmo com velocidade sem exageros, boas mudanças de tempos, vocais urrados de uma forma bem clássica (quem conhece o trabalho de Karl, sabe como ele evoluiu com o passar dos anos), guitarras tecendo riffs pesados e brutos, e tudo funcionando como uma máquina bem azeitada.

O que diferencia o quarteto de “emuladores” atuais é a espontaneidade. Sim, pois “Requiem for Mankind” não soa forçado ou pretensioso, mas mesmo com seu jeito clássico, é atual, e vivo. Aliás, vivo e feroz!


MEMORIAM ao vivo
Qualidade sonora:

A banda não abriu mão de buscar algo de mais qualidade para a sonorização de “Requiem for Mankind”, pois Russ Russell (que tem trabalhos com NAPALM DEATH, DIMMU BORGIR, AT THE GATES, AMORPHIS e outros em seu currículo) é quem colocou a mão na massa.

Resultado: a crueza sonora clássica do Death Metal está ali, mas os ouvintes perceberão que vem do conjunto de timbres instrumentais usados pelo quarteto, pois a sonoridade está clara e bem definida, permitindo que a música do quarteto seja assimilada facilmente. Ou seja, tem-se o melhor dos dois mundos.


Arte gráfica/capa:

Só de falar o nome do mestre Dan Seagrave deveria ser mais que suficiente para se ter uma ideia do que a arte da capa expressa. Mais à moda antiga impossível. Além disso, o trabalho de Marcelo Vasco no layout e design deu um brilho todo especial. E sem falar que a Shinigami Records tem usado bastante o recurso do “obi” em seus lançamentos.


Destaques musicais:

Até o número de canções reflete a essência Old School do quarteto: 10 amassa crânios capazes de deixar pescoços e ouvidos doendo com facilidade.

“Shell Shock” parece ser uma canção simples e direta, mas algumas mudanças de ritmo se mostram providenciais (o que mostra que baixo e bateria estão bem, sem exagerar demais na técnica ou velocidade); um ritmo em andamento mediano aguarda o ouvinte na brutal “Undefeated” (que é permeada por ótimos riffs de guitarra); algumas melodias sinistras e brutas surgem nas guitarras durante “Never the Victim”, mostrando a versatilidade do grupo; a ambientação soturna e diferenciada de “Refuse to Be Led” é outro ponto alto (com baixo e bateria mostrando mais uma vez sua força); o jeito sedutor à moda antiga de “Requiem for Mankind” (uma canção realmente permeada por elementos dos anos 90, especialmente nos riffs e vocais) e “Fixed Bayonets” (impossível não se empolgar com essas harmonias). E a instrumental “Interment” revelam melodias cruas e soturnas que não são tão usuais nesse jeito de se fazer Death Metal, mas que não destoam do contexto do disco.

Estas são as melhores, embora o disco inteiro seja uma aula de autenticidade (e integridade) musical.


Conclusão:

Se a velha regra de “o terceiro disco é à vera”, o MEMORIAM passa no teste com louvor. É ouvir “Requiem for Mankind” e ter esta certeza.


Nota: 9,1/10,0

Texto: “Metal Mark” Garcia

Shell Shock



Requiem for Mankind

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