Ano: 2019
Tipo: Full
Length
Nacional
Tracklist:
1. Shell
Shock
2.
Undefeated
3. Never
the Victim
4.
Austerity Kills
5. In the
Midst of Desolation
6. Refuse
to Be Led
7. The
Veteran
8. Requiem
for Mankind
9. Fixed
Bayonets
10.
Interment (instrumental)
Banda:
Karl
Willetts - Vocais
Scott
Fairfax - Guitarras
Frank Healy
- Baixo
Andy Whale
- Bateria
Ficha Técnica:
Russ Russell - Produção, Mixagem, Masterização
Dan Seagrave - Arte da capa
Marcelo Vasco - Design, Layout
Contatos:
Site Oficial: http://www.memoriam.uk.com/
Facebook: https://www.facebook.com/Memoriam2016/
Instagram:
Assessoria:
E-mail:
Indicação: para fãs de BOLT THROWER, BENEDICTION, e Death Metal dos anos 90 em geral
Introdução:
Metal à moda antiga (ou Old School, se preferirem dessa
forma) é algo que, para ser feito, ou é algo que você carrega em seu interior,
ou você copia de alguém. Por isso muitas bandas soam forçadas aos ouvintes mais
experientes, pois não adianta ser bom músico, tem que ter isso em si. E é
simples para quem já faz isso há mais tempo, pois já viveu algum movimento.
No Death Metal, por exemplo, muitos tentam pegar aquela
sonoridade tão costumeira da primeira metade dos anos 90 e refazer, mas soa em
muitos casos, artificial. Já os que são daqueles tempos, é algo que conseguem,
pois está no sangue. É o caso do quarteto inglês MEMORIAM, que apesar de ser
jovem (foi fundado em 2016), seus músicos são experiente e calejados de muitos
anos tocando o gênero. Por isso, “Requiem for Mankind” (terceiro disco do
grupo) soa tão bem aos ouvidos, e como foi lançado por aqui via Shinigami
Records/Nuclear Blast Brasil, é uma boa pedida para os fãs mais ávidos.
Análise geral:
Para quem ainda não sabe, BOLT THROWER, BENEDICTION,
CEREBRAL FIX, NAPALM DEATH e SACRILEGE são bandas que estão nos currículos de
seus integrantes, logo, já se percebe que fazer Death Metal é como eles mesmos.
Em “Requiem for Mankind”, tem-se uma autêntica aula de como
se fazer Death Metal dos anos 90 com uma sonoridade adaptada para os novos
tempos. Todos os elementos mais básicos estão em suas composições, e o “feeling”
atual vem da gravação. Ou seja, aquela crueza musical quase pueril está aqui, e
soando jovem e vigorosa.
Arranjos/composições:
Como citado acima, todos os elementos mais conhecidos do
Death Metal à moda antiga estão aqui: ritmo com velocidade sem exageros, boas
mudanças de tempos, vocais urrados de uma forma bem clássica (quem conhece o
trabalho de Karl, sabe como ele evoluiu com o passar dos anos), guitarras
tecendo riffs pesados e brutos, e tudo funcionando como uma máquina bem
azeitada.
O que diferencia o quarteto de “emuladores” atuais é a
espontaneidade. Sim, pois “Requiem for Mankind” não soa forçado ou pretensioso,
mas mesmo com seu jeito clássico, é atual, e vivo. Aliás, vivo e feroz!
A banda não abriu
mão de buscar algo de mais qualidade para a sonorização de “Requiem for Mankind”,
pois Russ Russell (que tem trabalhos com NAPALM DEATH, DIMMU BORGIR, AT THE GATES,
AMORPHIS e outros em seu currículo) é quem colocou a mão na massa.
Resultado: a crueza
sonora clássica do Death Metal está ali, mas os ouvintes perceberão que vem do
conjunto de timbres instrumentais usados pelo quarteto, pois a sonoridade está
clara e bem definida, permitindo que a música do quarteto seja assimilada
facilmente. Ou seja, tem-se o melhor dos dois mundos.
Arte gráfica/capa:
Só de falar o nome do mestre Dan Seagrave deveria ser mais
que suficiente para se ter uma ideia do que a arte da capa expressa. Mais à
moda antiga impossível. Além disso, o trabalho de Marcelo Vasco no layout e
design deu um brilho todo especial. E sem falar que a Shinigami Records tem
usado bastante o recurso do “obi” em seus lançamentos.
Destaques musicais:
Até o número de canções reflete a essência Old School do
quarteto: 10 amassa crânios capazes de deixar pescoços e ouvidos doendo com
facilidade.
“Shell Shock” parece ser uma canção simples e direta, mas
algumas mudanças de ritmo se mostram providenciais (o que mostra que baixo e
bateria estão bem, sem exagerar demais na técnica ou velocidade); um ritmo em andamento
mediano aguarda o ouvinte na brutal “Undefeated” (que é permeada por ótimos
riffs de guitarra); algumas melodias sinistras e brutas surgem nas guitarras
durante “Never the Victim”, mostrando a versatilidade do grupo; a ambientação soturna
e diferenciada de “Refuse to Be Led” é outro ponto alto (com baixo e bateria
mostrando mais uma vez sua força); o jeito sedutor à moda antiga de “Requiem
for Mankind” (uma canção realmente permeada por elementos dos anos 90,
especialmente nos riffs e vocais) e “Fixed Bayonets” (impossível não se
empolgar com essas harmonias). E a instrumental “Interment” revelam melodias
cruas e soturnas que não são tão usuais nesse jeito de se fazer Death Metal,
mas que não destoam do contexto do disco.
Estas são as melhores, embora o disco inteiro seja uma aula
de autenticidade (e integridade) musical.
Conclusão:
Se a velha regra de “o terceiro disco é à vera”, o MEMORIAM
passa no teste com louvor. É ouvir “Requiem for Mankind” e ter esta certeza.
Nota: 9,1/10,0
Texto: “Metal Mark” Garcia
Shell Shock
Requiem for Mankind
Nenhum comentário:
Postar um comentário