sexta-feira, 29 de novembro de 2019

GAMMA RAY - To the Metal! (Relançamento)


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Empathy
2. All You Need to Know
3. Time to Live
4. To the Metal
5. Rise
6. Mother Angel
7. Shine Forever
8. Deadlands
9. Chasing Shadows
10. No Need to Cry


Banda:


Kai Hansen - Guitarras, Vocais
Henjo Richter - Guitarras, Teclados
Dirk Schlächter - Baixo, Vocais adicionais em “No Need to Cry”
Dan Zimmermann - Bateria


Ficha Técnica:

Kai Hansen - Produção, Gravação, Mixagem, Masterização
Dirk Schlächter - Produção, Gravação, Mixagem, Masterização
Hervé Monjeaud - Arte da Capa
Alexander Mertsch - Artwork, Design do Encarte
Michael Kiske - Vocais em “All You Need to Know”
Corvin Bahn - Teclados
Nadine Nottbohm - Vocais Femininos em “All You Need to Know” e “Mother Angel”


Contatos:

Instagram:
Assessoria:
E-mail:

Indicação: fãs de Heavy/Power Metal, HELLOWEEN, UNISONIC, e outros


Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução:

O tempo passa e vai erodindo mais e mais certas bandas, por mais que a formação se mantenha constante. As famosas variações de qualidade ocorrem em decorrência do desgaste dos músicos entre si, das longas turnês, e outros fatores. Por isso, apesar do que os mais fanáticos digam, todas as bandas possuem discos que saíram aquém do que elas realmente podem render.

Um bom exemplo disso é “To The Metal”, décimo disco de estúdio do quarteto alemão GAMMA RAY, lançado originalmente em 2010, e que agora é relançado graças a colaboração entre a Shinigami Records e a earMUSIC.


Análise geral:

A verdade é que o grupo, ativo desde 1989, nunca teve muito espaço para descanso, sempre caindo na estrada (e verdade seja dita: eles são uma das bandas da Alemanha que mais toca ao vivo pelo mundo), isso sem mencionar que a formação da banda estava estabilizada desde 1997, o que representariam 13 anos juntos. Ou seja, certo desgaste já estava acontecendo. E embora em “To the Metal” ainda se tenha material de alto nível, não está no nível de clássicos como “Land of the Free” ou “Power Plant”. É muito bom, não decepciona, mas não é fantástico.

Há pontos positivos, como alguns experimentos interessantes, como o Groove moderno que aparece em “Empathy”, e o enfoque um pouco mais “Down Rock” em certas partes de “Mother Angel”. Basicamente, o grupo estava buscando ampliar seus horizontes musicais e trabalhar de uma forma menos linear em termos de Heavy/Power Metal.


Arranjos/composições:

Por ter influências externas ao estilo clássico do grupo, “To the Metal” mostra a banda extremamente afiada, o que também mostra o quanto a formação estabilizada por mais de uma década ajuda.

Há riqueza de andamentos, momentos mais agressivos e sujos (como se poder ouvir em “All You Need to Know”), mas no geral, a banda continua caprichando em melodias com bom nível técnico, refrães marcantes, e um nível de energia absurdo. Novamente: pode não ser um disco perfeito, mas é muito bom em termos de arranjos.

GAMMA RAY ao vivo

Qualidade sonora:

Kai Hansen e Dirk Schlächter cuidaram da produção, gravação, mixagem e masterização de “To the Metal”, e a sonoridade soa mais artesanal e seca, o que deixou o disco soando mais agressivo que de costume (uma sacada nos timbres da bateria mostra isso claramente).

Mas ao mesmo tempo, o nível de clareza sonora é alto, permitindo que tudo possa ser acessado pelo ouvinte sem problemas.


Arte gráfica/capa:

Hervé Monjeaud é quem assina a arte da capa. O contraste de cores é bem grande, embora a arte ainda aparente ser simples. Tudo para tentar ambientar a musicalidade que o disco exibe. Ficou ótimo, diga-se de passagem.


Destaques musicais:

Mais uma vez: embora não possa ser comparado aos clássicos do grupo, “To the Metal” é um disco bem fácil de gostar, pois as composições são caprichadas. E as melhores canções para uma primeira audição são:

A veloz e cativante “All You Need to Know” (que mostra o estilo classic do grupo, com partes velozes contrastando com outras mais melodiosas, refrão marcante, e mais uma vez, a banda trouxe Michael Kiske para dar uma força nos vocais, junto com Nadine Nottbohm nos toques femininos, e mesmo alguns vocais Gothic Rock dão o ar da graça), o alinhavo levemente rascante de “Time to Live” (um trabalho bem legal de baixo e bateria, com ritmos não tão velozes ou complexos, e aqueles backing vocals bem grudentos durante o refrão), a pesada e climática “To the Metal” (o andamento diminui ainda mais de velocidade, ficando mais pesado, com os vocais fazendo um trabalho ótimo nos timbres naturalmente esganiçados de Kai), a rica em melodias e mudanças de ritmo “Rise” (basicamente, o jeito clássico do grupo de fazer música, embora com guitarras com riffs mais agressivos, embora sem complicar a evolução das melodias), a pegada mais visceral e voltada ao Rock ‘n’ Roll/Hard Rock de “Mother Angel” (alguns riffs vão lembrar o trabalho do ACCEPT, e novamente, Nadine dá um toque de classe com sua voz melodiosa), “Shine Forever” (os timbres mais agudos dos vocais encaixaram como uma luva na base instrumental, sem falar que o baixo mostra uma debulhada e tanto no início) e “Chasing Shadows”, ambas mostrando o clássico jeito GAMMA RAY de ser.

É, o disco é muito bom mesmo.


Conclusão:

Basicamente, “To the Metal” marca o fim da formação que estava junta desde 1997 (o baterista Dan sairia da banda em 2012), e assim, pode ser visto como o encerramento de uma era para a banda.

E este lançamento, por sua vez, torna acessível aos fãs sua aquisição.


Nota: 8,5/10,0


To the Metal!



Rise

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