Ano: 2019
Tipo: Full
Length
Nacional
Tracklist:
1. Garden of
Earthly Delights
2. Dignity
3. Heart in
Hand
4. Next of
Kin
5. Lovelorn
Crime
6.
Charlatan
7.
Universal Truth
8. The
Garroter
9.
Continuum
10. All
Things Will Pass
Banda:
Mikael
Åkerfeldt - Vocais, Guitarras
Fredrik
Åkesson - Guitarras, Backing Vocals
Joakim
Svalberg - Teclados, Backing Vocals
Martin
Mendez - Baixo
Martin
Axenrot - Bateria, Percussão
Ficha Técnica:
Mikael Åkerfeldt - Produtor
Stefan Boman - Produtor, Mixagem
Geoff “Pounda” Pesche - Masterização
Seempieces - Arte, Design
Dave Stewart - Orquestrações, Arranjos de Cordas
Dave Stewart - Orquestrações, Arranjos de Cordas
Contatos:
Site Oficial: www.opeth.com
Facebook: https://www.facebook.com/opeth
Instagram: http://instagram.com/officialopeth
Assessoria:
E-mail:
Indicação: fãs de Progressive Metal e Rock Progressivo em
geral, ANATHEMA
Introdução:
Existem aqueles grupos que vão fundo em carreiras musicais
cheias de transições. Em muitos casos, isso pode causar o esvaziamento da base
de fãs, em outros, estes se adaptam, e em outros ainda, novos fãs se achegam ao
mesmo tempo em que os velhos se afastam.
E como todos já sabem, o OPETH é desses que vivem se transformando
com certa constância, nunca sendo repetitivo. Mas é fato que de “Pale Communion”
(2014) e “Sorceress” (2016) para cá, a banda tem causado certo frisson em seus
fãs. Isso sem mencionar algumas polêmicas (como aquela pela declaração de que
Mikael Åkerfeldt se sentia livre por ter parador de usar vocais agressivos).
Aos que preferem o passado mais sujo, “In Cauda Venenum” pode não ser uma
experiência muito agradável, mas para sua legião de fãs mais recentes, será um
deleite. Ainda mais que tanto sua versão dupla (que tem o disco normal e a
versão cantada em sueco) como a simples foram lançadas aqui pela colaboração
entre a Shinigami Records e a Nuclear Blast Brasil.
Análise geral:
“In Cauda Venenum” pode ser encarado como o mais consensual
e sólido disco da fase Progressiva atual do quinteto. E antes que perguntem:
não existem vocais urrados.
O minimalismo do grupo não quebra o fluxo espontâneo das
canções. Ao mesmo tempo, aquele feeling “noir” intimista contrasta com partes
mais pesadas (mesmo cheia de arranjos progressivos). Óbvio que soa criativo e
pesado, mas é necessário que ouvinte se dispa de convicções ou ideias prévias
sobre o grupo. Além disso, é um disco difícil de ser assimilado, talvez até
mesmo por fãs ocasionais de Rock Progressivo. Ou seja: existem momentos
meramente melancólicos, e outros em que peso e agressividade se mesclam a
estruturas progressivas sem pudores.
Guardadas às devidas proporções, poderia se dizer que o
quinteto seria uma versão metálica do MARILLION com o rebuscamento de um
GENESIS.
Arranjos/composições:
Pode se dizer que as viagens melancólicas/progressivas, bem
como os momentos mais pesados de “In Cauda Venenum” são permeados de arranjos encaixados
com maestria, que apesar da técnica, não soa pedante em termos técnicos, algo que
deixaria os ouvidos exaustos. Mas nem de longe é algo simplista, pois necessita
de uma boa dose de paciência para ser assimilado.
Óbvio que fazer algo assim exige uma boa dose de
engenhosidade dos músicos, e mesmo que a criatividade esteja em alta. Mas quem
conhece o OPETH, sabe que isso nunca foi um problema.
As mãos do próprio Mikael
Åkerfeldt cuidaram da produção, tendo ao seu lado Stefan Boman como co-produtor
(e que ainda cuidou da mixagem), deixando a masterização para Geoff “Pounda”
Pesche.
O que resulta dos esforços deles: uma sonoridade bem
cuidada, clara a ponto de tudo ser compreendido. Mas há um toque de sujeira
extra em certas partes, quase que emulando o feeling presente em velhas
gravações dos anos 70 do Rock Progressivo.
Arte gráfica/capa:
Um disco de Rock Progressivo com uma ambientação como a de “In
Cauda Venenum” precisa de uma arte realmente à altura, como a Seempieces soube
fazer.
Ela é soturna, chamativa, e bem feita. E obviamente vai
trazer a mente dos fãs algo dos 70 visto em discos de bandas como PINK FLOYD.
Destaques musicais:
Como já mencionado, é preciso estar isento de concepções
prévias para poder adentrar os mistérios desse disco. Se ainda estiverem presos
ao passado de discos como “Morningrise”, “Blackwater Park” ou mesmo “Ghost
Reveries”, vai ser difícil compreender a amplitude musical de “In Cauda Venenum”.
Os melhores momentos: o mix de peso e técnica apresentado em
“Dignity” (com pelas partes de teclados e rebuscamento da parte de baixo e
bateria), mesmos elementos apresentados em “Heart in Hand” (está com certos
toques mais grooveados), a belíssima e introspectiva “Lovelorn Crime” (onde o
lado Folk Rock do grupo aflora, remetendo a algo de Simon & Garfunkel em
termos de ambientação), a profundidade melódica Progressiva de “Universal Truth”,
a estética “noir” dura e intimista de “The Garroter”, e a sinuosa e sedutora “All
Things Will Pass”.
Mas novamente: este disco NÃO É TÃO SIMPLES de ser
compreendido, logo, não ouça uma vez e tire conclusões apressadas!
Conclusão:
A verdade é que o OPETH realmente busca algumas partes mais
pesadas de seu passado, mas ao mesmo tempo, “In Cauda Venenum” mostra que o
quinteto está mais e mais se aprofundando no Rock Progressivo com certo “insight”
eclético e experimental de seus últimos discos.
Óbvio que isso vai gerar muita polêmica e disse-me-disse,
mas qual grande disco não é assim?
Nota: 8,8/10,0
Texto: “Metal Mark” Garcia
Dignity
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