sexta-feira, 16 de agosto de 2019

FACING FEAR - Ana Jansen


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Hell’s Killer
2. Tragedy/The Lonely Soldier
3. Until the End
4. I Wanna Play the Sound
5. Run for My Life
6. Calling Me
7. War of Lies
8. Snow Witch (Yuki-Onna)
9. We Are Facing Fear
10. Ana Jansen


Banda:


Terry Painkiller - Vocais
Raphael Dantas - Guitarras, Teclados, Backing Vocals
Nathalia Souza - Baixo, Backing Vocals 
Vall Maranhão - Bateria, Backing Vocals


Ficha Técnica:

Facing Fear - Produção
Luke D. Couto - Gravação, Teclados em 1 e 2
Larissa Rodrigues - Backing Vocals em 1 e 9
Eduardo Untura - Artwork


Contatos:

Site Oficial: 
Assessoria: http://braunamusicpress.com/facing-fear (Brauna Music Press)

Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução:

O final dos anos 90 viu o retorno das vertentes de Metal que faziam sucesso no underground nos anos 80. Muitas e muitas bandas passaram a fazer algo naqueles moldes, fugindo cada vez mais da modernidade (o que muitas vezes pode acabar em desastre, pois a negação do presente pode levar a concepções errôneas e prejudiciais). Pode-se, inclusive, dizer que o Brasil é um dos pioneiros nisso.

E do Rio de Janeiro, mais um adepto do estilo: o quarteto FACING FEAR, que após o EP “Lutaremos Pelo Metal” de 2017, chega com seu primeiro “full length”, chamado “Ana Jansen”.


Análise geral:

O quarteto toca o bom e velho Heavy Metal tradicional dos anos 80, com claras referências a bandas como JUDAS PRIEST (especialmente a fase entre “British Steel” e “Ram It Down”) e IRON MAIDEN (em sua fase mais crua, entre “Iron Maiden” e “The Number of the Beast”), algumas coisas da NWOBHM e do Metal Germânico (em alguns momentos, a influência de ACCEPT é bem clara), e um pouquinho de MANOWAR nas partes mais cadenciadas. É óbvio que o quarteto tem que lidar com uma gama enorme de clichês do gênero, mas estão em um bom momento, pois suas melodias mostram personalidade, além de saberem criar refrães marcantes e usam de uma técnica instrumental longe de ser rebuscada e pedante (mesmo porque não é o foco deles). Ainda podem ir mais adiante, mas estão em bom nível.

Ah, energia? Eles mostram muita, mais muita mesmo, e em todo o disco!


Arranjos/composições: 

Como já citado, a banda não usa de uma aproximação técnica exacerbada, nada de firulas desnecessárias. Os arranjos são até simples de assimilar, embora mostre que eles sabem o que querem de suas canções. Não há tanto polimento em termos de composição, tendo em vista que a banda segue os moldes onde a crueza sonora e a energia, bem como o lado pegajoso das melodias, é o mais importante.

Ou seja, é espontâneo, melódico a ponto de ser pegajoso, com ótima energia, e assim, as canções são arranjadas da forma mais correta possível em relação ao estilo que fazem.


Qualidade sonora:

Eis o ponto onde a banda pecou em “Ana Jansen”.

Óbvio que eles buscaram ter algo mais orgânico e artesanal em termos sonoros (tanto que existe um feeling “live” permeando as canções), mas exageraram na crueza. Não chega a comprometer a audição do disco, mas poderia ser melhor em termos de definição sonora. Não que o trabalho de Luke D. Couto na mixagem seja ruim, mas a música da banda pede mais clareza e definição. 


Arte gráfica/capa:

Eduardo Untura fez um trabalho muito bom em termos de arte gráfica, com uma capa bem feita, e se os olhos não enganam, é uma referência a “Abigail”, de KING DIAMOND, mas misturada com elementos bem brasileiros (uma vez que Ana Jansen é um personagem mítico que assombra São Luís do Maranhão).

FACING FEAR ao vivo 

Destaques musicais: 

Em relação ao EP anterior, a banda deu uma equilibrada em suas composições, e o uso do inglês lhes deu a possibilidade de expandir seu universo musical.

As melhores canções são: “Hell’s Killer” (um fluxo insano de energia crua flui durante toda sua execução, com ótimas melodias e refrão de primeira, e guitarras faiscando riffs muito bons), o bombardeio rítmico que se ouve em “Tragedy/The Lonely Soldier” (os tempos são simples, mas se percebe a solidez rítmica de baixo e bateria) e em “Until the End” (bom uso de vocais e backing vocals, novamente com melodias certeiras), a força pegajosa de “Run for My Life” e de “War of Lies” (como já bem estabelecido, as melodias do grupo são de fácil assimilação, transformando em um prazer a audição dessas duas, e que guitarras), e a mais cadenciada e icônica “We Are Facing Fear” (onde as influências de ACCEPT dos tempos de “Breaker” e “Restless & Wild” ficam bem claras nas harmonias e tempos, mostrando mais uma vez como baixo e bateria são eficientes em criar uma base rítmica coesa). Mas é bom ter em mente que “Ana Jansen” é um disco para ser ouvido como um todo.

Além disso, o álbum pode ser ouvido no Spotify: https://open.spotify.com/album/6IzWYEm1EZWDugPIiithkY


Conclusão:

Óbvio que o FACING FEAR ainda precisa acertar a mão na produção da próxima vez (soar mais limpo e definido não iria tirar a energia de suas canções), e os vocais podem melhorar (Terry tem bons timbres, mas tem potencial para fazer ainda melhor), mas por agora, “Ana Jansen” é um disco muito bom, e mostra uma promessa começando a despontar no cenário nacional.


Nota: 8,0/10,0


Hell’s Killer



Calling Me

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