sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

MAGNÉTICA - Homo sapiens brasiliensis

Ano: 2018 
Tipo: Full Length 
Selo: Independente 
Nacional 


















Tracklist: 

1. Inflamáveis
2. Super Aquecendo
3. Homo sapiens brasiliensis
4. Céu de Abril
5. Descãonhecido
6. Crianças
7. Interstellar
8. Os Magnéticos
9. Natural
10. Minha Hora


Banda: 


Rafael Musa - Vocais, guitarras
Kelson Palharini - Guitarras
Anderson Pavan - Baixo
Marcos Ribeiro - Bateria


Ficha Técnica:


Contatos:

Site Oficial: http://www.magneticaoficial.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/magneticaoficial/
Instagram: https://www.instagram.com/magnetica_oficial
Assessoria: http://roadie-metal.com/press/magnetica (Roadie Metal Press)
E-mail: magneticaoficial@gmail.com

Texto: “Metal Mark” Garcia



Introdução: Desde a primeira metade dos anos 90, as bandas do chamado Rock Brasil (ou seja, aquela leva que fez sucesso na segunda metade da década de 90, que tinham um forte apelo Pop) sofreram derrotas comerciais seguidas, uma vez que todo modismo cessa após o povo ficar saturado e buscar por outros estilos. Alguns grupos de Rock mais visceral como o CAMISA DE VENUS resistiram e ainda estão por aí, embora sem o mesmo sucesso comercial. E seguindo uma veia “Rocker” mais suja e despojada vem o quinteto MAGNÉTICA, de Bebedouro (SP), com “Homo sapiens brasiliensis”.

Análise geral: Sujo e direto, mas melodioso e grudento, temos que o grupo é um autêntico “Rock ‘n’ Roll Rebel”, visceral e com uma dose de Hard Rock/Rock ‘n’ Roll brasileiro dos anos 70 em alguns momentos (nomes como CASA DAS MÁQUINASe JOELHO DE PORCO são boas referências), mas sem soar datado; em outros, tem mais inclinação para uma formatação melodiosa e envolvente moderna à lá Grunge/Alternativo, sem deixar de ser uma bicuda nos ouvidos. Mas mesmo com isso, eles têm um forte apelo comercial devido à acessibilidade de sua música. Ou seja, é ouvir e gostar, pois é daquele tipo que se ouve uma ou duas vezes, e fica na memória, quer o ouvinte queira ou não.

Arranjos/composições: O trabalho deles, para início de conversa, foge do minimalismo autoindulgente técnico. Não, com eles, é melodias bem feitas e eficientes, cada refrão as espontâneo e é gruda nos ouvidos pior que chiclete em sola de sapato, com arranjos fluídos e espontâneos. E eis o segredo se sua música: ela não é forçada a ser algo, apenas é a manifestação do que os integrantes sentem. Aliás, rebeldia é o que não falta em “Homo sapiens brasiliensis” (e a escrita está certa, pois em Biologia, é assim que se escreve o nome científico de uma espécie em latim, e com apenas o primeiro nome com letra maiúscula no início).

Qualidade sonora: Muito da modernidade e agressividade da banda vem da qualidade sonora. A escolha de timbres mais naturais e estilo “plug ‘n’ play” (ou seja, plugaram, regularam e sentaram a mamona sem dó), e aparentemente sem infinitas edições digitais, reforçou a espontaneidade e toque “Rock ‘n’ Roll Rebel”. Mas soa bem definido, com tudo sendo entendido claramente pelos ouvintes.

Arte gráfica/capa: Fica óbvio que o grupo tem uma forte conotação irônica e rebelde em suas letras, o que transparece na capa, muito bem feita: o brasileiro como um triste palhaço, apenas observando o circo pegar fogo. Irônica, mas realista.

Destaques musicais: Para aqueles que sentem saudades do melhor Rock ‘n’ Roll dos anos 70 e 80 feito no Brasil, tenham plena certeza: “Homo sapiens brasiliensis” foi feito para você. E mesmo sendo nivelado por cima em termos de músicas, se destacam:

“Inflamáveis”: Moderna, crua e pesada, lembra um pouco o lado mais visceral de bandas de Grunge/Alternativo norte-americano, com boa dose de peso e agressividade. Os vocais e backing vocals ficaram ótimos.

“Super Aquecendo”: Lembram-se daquele típico Rock basicão com levada de Blues que realmente gruda na mente? É isso que se tem aqui, só que com um equilíbrio entre melodia e agressividade.

“Homo sapiens brasiliensis”: Mesmo sendo azeda e agressiva, é uma das mais acessíveis do disco. Pode-se dizer que esta combinação flui muito bem graças às guitarras, que estão muito bem, especialmente nos solos melodiosos e certinhos.

“Céu de Abril”: a típica canção acessível de discos de Rock, com melodias bem definidas e que são assimiladas facilmente pelos ouvintes. Seria um “hit” certo para rádios nos anos 80.

“Crianças”: Suave e com certo toque de melancolia, oscila entre partes lentas e introspectivas (onde o baixo mostra um bom trabalho), e com crescendos fortes no refrão.

“Os Magnéticos”: Um Rock comercial e grudento, de fácil entendimento pelo ouvinte e com o nível técnico um pouco mais rebuscado em termos de arranjos nas guitarras (embora a bateria esteja ótima também).

Conclusão: O MAGNÉTICA é uma banda que faria imenso sucesso entre 1985 e 1992, com toda a certeza. Mas, mesmo estando em 2019, “Homo sapiens brasiliensis” é um excelente disco para todas as gerações de fãs de Rock, sejam dos anos 50, 60, 70, 80, 90, 2000, nível Mumm-Ra, enfim, todos os que ainda preferem ouvir o bom e velho estilo do que se trocar por modismos.

Ah, quer ouvir “Homo sapiens brasiliensis”? Vai fundo!


Nota: 86%


Homo sapiens brasiliensis”: http://bit.ly/2X03vsY


Spotify

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