Ano: 2018
Tipo: Full Length
Selo: Heavy Metal Rock Records
Nacional
Tracklist:
1. The Unknown Knows
2. Monolith
3. The Gray Man
4. UVB-76
5. Blank Share
6. Beyond
7. Wake Up Machine
8. Viruss
9. H-Tedrom
10. From Apes to Warlords
11. Robotic Dreams
Banda:
Vlad - Vocais, guitarras sintetizadas
Wit - Baixo
Roge - Bateria
Ficha Técnica:
Monuments - Produção
Joel Wanasek - Mixagem, masterização
Marcelo Pompeu - Produção, mixagem, masterização das faixas de “Robotic Dreams”
Heros Trench - Produção, mixagem, masterização das faixas de “Robotic Dreams”
Contatos:
Site Oficial:
Assessoria:
E-mail:
Texto: “Metal Mark” Garcia
É fato que as pessoas costumam ter memórias curtas, inclusive muitos headbangers. Falamos tanto de nomes grandes, mas é comum esquecer-se que um cenário é feito, majoritariamente, por nomes de portes menores, que estão bem mais próximos de todos nós. E sejamos sinceros: muitos desses grupos de menor expressão são dignos de estarem no time de cima. Bandas ousadas e de história, bandas com calos sofridos das vicissitudes do underground brasileiro. Um deles é o MORDETH, trio da cidade de Rio Claro (SP) e um veterano do Death Metal brasileiro. E graças a muita garra e insistência, nos chega o Split CD que tem o mais trabalho recente deles, “The Unknown Knows”, e de bônus nos trás o EP “Robotic Dreams”de 2009.
A verdade é que o trabalho deles sempre foi um pouco adiante de seu tempo. Mesmo tendo raízes profundas do Death Metal do início dos anos 90, percebem-se as encorpadas sutilezas do Progressive/Melodic Death Metal presentes em sua música, algo que nos trás à mente nomes como NOCTURNUS e HYPOCRISY (na fase pós “The Fourth Dimension”) embora com uma abordagem mais pessoal. Percebem-se teclados soturnos aclimatando nossos ouvidos para o desencadeamento de um trabalho sonoro brutal, mas sempre bem feito. São quase 30 anos de experiência, logo, temos vocais urrados entremeados com alguns momentos de tons limpos, ótimo trabalho de baixo e bateria, e guitarras sintetizadas de primeira. Tudo de uma forma técnica, pessoal e que transpira energia.
É fato: “The Unknown Knows” vem para desafiar as concepções de muitos em termos de música.
A produção sonora é de bom nível nas faixas de “The Unknown Knows”. Embora a sonoridade esteja crua além do ponto, percebe-se que isso ocorre devido às raízes da banda em busca de algo desse formato. Mas de outro ponto de vista, ela não chega a ser um problema, pois se ouve claramente o que o grupo está executando. Poderia ser melhor? Sim, mas está longe de ser ruim ou mesmo mediano. Está bom, com o nível de clareza dentro dos padrões. Mas que se diga que a qualidade que se ouve em “Robotic Dreams” é mais clara e bem definida.
Além disso, a banda buscou uma arte enigmática, soturna, mas que reflete o que eles têm a dizer. Além disso, trouxeram a arte do EP na íntegra.
Com “The Unknown Knows” e “Robotic Dreams”em um mesmo CD, podemos conferir como MORDETH se mantém fiel à suas convicções sonoras de um lado, mas que sabe evoluir, buscar algo que diferencie um disco do outro. Se atualmente soa mais sujo, temos a referência às raízes, mas com uma estética sonora experimental, que busca ir onde poucas bandas do gênero no Brasil ousam. Por isso, a banda já merece aplausos.
As músicas de “Monolith” (técnica, com boa dose de agressividade e boas mudanças de ritmo), “UVB-76”com seus elementos etéreos misturados com uma agressividade dura, o Death/Thrash Metal cheio de energia que se ouve em “Blank Share”, o uso de vocais limpos e bem colocados na soturna e viajante “Wake Up Machine” (que é preenchida por ótimas partes teclados, além de guitarras pesadas com toques “sabbáthicos”) podem ser dita como os melhores momentos de “The Unknown Knows”.
Já na parte de “Robotic Dreams”, EP de 2009 e que aqui vem de bônus, e é impossível não aplaudir o mix de Death Metal com partes de Rock Progressivo em “Viruss” (reparem isso nas conduções de baixo e bateria, mas no expressionismo dos vocais), o pique Death/Thrash de “H-Tedrom” (onde partes ótimas de teclados são inseridas no meio de uma tempestade de riffs de primeira e solo melodioso), o impacto de peso de rispidez de “From Apes to Warlords” (aqui, a banda foca em seu lado Death Metal, com boa técnica e base rítmica bem trabalhada, além dos ótimos fundos sinistros criados pelos teclados), e as lindas melodias criadas pelas guitarras em “Robotic Dreams” (outra em que temos a ideia do que o YES ou PINK FLOYD poderiam ser se fossem bandas de Death Metal).
No mais, um ótimo lançamento da Heavy Metal Rock Records, e “The Unknown Knows” é uma ótima pedida para os ouvidos. Ouçam sem moderação alguma.
Nota: 88%
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