sexta-feira, 21 de setembro de 2018

KRISIUN - Scourge of the Enthroned


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Selo: Century Media Records (overseas)/ Shinigami Records (Nacional)
Nacional


Tracklist:

1. Scourge of the Enthroned
2. Demonic III
3. Devouring Faith
4. Slay the Prophet
5. A Thousand Graves
6. Electricide
7. Abysmal Misery (Foretold Destiny)
8. Whirlwind of Immortality


Banda:


Alex Camargo - Baixo, vocais
Moyses Kolesne - Guitarras
Max Kolesne - Bateria


Ficha Técnica:

Andy Classen - Produção, mixagem, masterização
Eliran Kantor - Artwork


Contatos:

Assessoria:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Quando falamos em bandas de Metal brasileiro que possuem expressão no exterior, 3 nomes são lembrados instantaneamente: SEPULTURA, ANGRA e KRISIUN. No caso do último, muito de seu sucesso vem não só de sua incessante atividade desde os anos 90, seja lançando discos ou fazendo shows em tudo que é canto, mas de sua fidelidade ao Brutal Death Metal de sempre. E essa fidelidade transpira em cada momento de “Scourge of the Enthroned”, seu mais recente disco, que a parceria entre a Century Media Records e a Shinigami Records nos trouxe em lançamento nacional.

Basicamente, em termos de sonoridade, os gaúchos apenas exploram a música a qual estão acostumados a fazer desde os tempos de “Curse of the Evil One” (seu primeiro Split CD, lá de 1993), embora mais bem lapidado pela sabedoria e experiência. Só que o trio sempre sabe criar músicas e arranjos que nos envolvem, inclusive com uma estética cuidadosa em termos de refrão. Ou seja, continua bruto, com boas variações de ritmo (há anos eles evitam fazer algo de um fôlego só), agressivo de doer os dentes, mas com muito bom gosto e que gruda em nossos ouvidos.

Ou seja, “Scourge of the Enthroned” é um típico disco do KRISIUN, consensual com tudo que já fizeram.

Muito do impacto sonoro do disco vem de sua qualidade sonora. Se de um lado os timbres instrumentais foram escolhidos de forma que tudo seja impactante, por outro, o trabalho de Andy Classen (sim, mais uma vez ele tem a responsabilidade de trabalhar com o grupo) mostra-se primoroso, já que mesmo tão agressivo, percebe-se aquela finalização em termos de limpeza essencial. Tudo pode ser ouvido separadamente, embora soe como um murro nos tímpanos dos menos acostumados. Além disso, a capa de Eliran Kantor (que já fez trabalhos para FLESHGOD APOCALYPSE, CROWBAR, HATE ETERNAL, entre outros) é primorosa, bela e prende a atenção.

Se em “Forged in Fury” tínhamos um disco longo e mais burilado, em “Scourge of the Enthroned” temos a antítese: um disco mais curto, bruto e feroz. Mas lembrando de que a agressividade do trio nunca é gratuita, ser assim por ser. Ela surge como consequência de quem tem isso no sangue, flui de forma natural, algo que com o KRISIUNé uma marca registrada. E mesmo soando sólido, percebe-se que o grupo calibrou sua música com arranjos milimétricos, preenchendo todos os espaços.

Regida por uma velocidade estonteante, temos “Scourge of the Enthroned”, que abre o disco (e reparem bem como nas passagens rítmicas, a bateria está fantástica em termos técnicos), sendo seguida pela também veloz e explosiva “Demonic III” (os riffs das guitarras estão excelentes, bem como os solos doentios que são uma “trademark” do grupo). Com foco em uma ambientação mais densa, temos “Devouring Faith”(incrível como conseguem esta façanha mantendo a velocidade, e que vocais). A velocidade de quebrar pescoços retorna em “Slay the Prophet” (um massacre de baixo e bateria que apresentam boa técnica, embora mantendo aquela pegada rápida do trio) e de “A Thousand Graves” (outra que evita complicações, embora não esteja isenta de mudanças ritmo, e em alguns momentos, aquelas tradicionais levadas do Hardcore surgem aqui e ali). Com alguns arranjos mais rebuscados e mesmo uma estética mais elegante em termos de arranjos, “Electricide”vem para arruinar os alto-falantes, com guitarras bem sacadas. Evocando mais uma vez a velocidade extrema tradicional de seus trabalhos com vocais extremamente ferozes, temos “Abysmal Misery (Foretold Destiny)” (incrível como conseguem variar do simples ao mais complexo sem comprometer a solidez da composição em si). E fehando com chave de ouro, temos o esporro de “Whirlwind of Immortality”, que chega a deixar o ouvinte paralisado no lugar pelas passagens que grudam em nossos ouvidos (inclusive com alguns linhas melódicas interessante fluindo das guitarras).

Desta forma, fica claro que “Scourge of the Enthroned” mostra o KRISIUN em uma excelente fase, e por evitarem muitas complicações, não erram.

Candidato a um dos melhores discos de bandas brasileiras do ano.

Nota: 95%


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