quinta-feira, 23 de novembro de 2017

MATAKABRA - Marginal (EP)


2017
Selo: Independente
Nacional

Nota: 9,3/10,0

Tracklist:

1. Ogum (intro)
2. No Açoite
3. Mordaça


Banda:


Rodrigo Costa - Vocais
Fernando Marques - Guitarras
Rafael Coutinho - Baixo
Theo Espindola - Bateria

Convidado:

Bruno Saraiva - Teclados
Professor Jeison Silva - Percussões


Contatos:

Site Oficial:
Twitter:
Assessoria: https://www.facebook.com/cangacorockcomunicacoes/(Cangaço Rock Comunicações)


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Maus tratos a 95% da população do nosso país. É sempre assim, é a história de 517 de uma nação que erra e não aprende. Continuam presentes no dia a dia o ódio aos menos afortunados, aos homossexuais, ao afrodescendente e indígena, ou seja, em tudo. Ódio que necessita ser extirpado, nem que em uma dolorosa cirurgia sem anestesia, pois nada justifica tanta opressão, tanto ódio, tanta afronta às diferenças. E carregados de revolta suficiente para rasgar os céus, o agora quarteto pernambucano MATAKABRA chega com seu mais recente trabalho, o EP “Marginal”.

Se em “Prole” (EP anterior da banda) eles já davam sinais que não são a típica banda de Metalcore com passagens limpas e de melodias evidentes, aqui fica mais clara a vocação extrema do grupo. Ainda com uma sonoridade moderna (clara pelos timbres gordurosos dos instrumentos, apesar de bem definidos), percebe-se que o grupo está ainda mais raivoso e extremo, quase como se pudéssemos chamar o estilo musical deles de Death Metalcore. E não, não seria nenhuma heresia, já que elementos os elementos de Death Metal de antes estão mais evidentes dentro da musicalidade moderna do quarteto.

Produzido por eles mesmos, a sonoridade de “Marginal” é ainda mais abrasiva e brutal que em prole. A afinação baixa das guitarras e baixo deixaram tudo ríspido agressivo, mas a sonoridade continua limpa e intensa. Sim, o grupo conseguiu um bom nível de sonoridade mais uma vez, mas um passo adiante do que já haviam mostrado antes.

A arte da capa evoluiu, em um trabalho muito bom de Pedro Muniz, deixando claro que o trabalho do grupo é focado em algo agressivo até os ossos.

O EP abre com “Ogum”, uma introdução que começa com efeitos climáticos, para logo surgir a sonoridade de berimbaus, evocando a herança afro-brasileira de todos nós. Mas quando “No Açoite”, recheadas por influências modernas e com baixo e bateria trovejando em ritmos quebrados e técnicos (mas ouve-se um solo de guitarra caótico, mas bem feito). E “Mordaça” mostra um lado um pouco mais melodioso, embora a brutalidade reine, mostrando vocais urrados ótimos e riffs de guitarra de cair o queixo (e mesmo algumas partes rappeadas surgem, cheias de efeitos de teclados, deixando tudo ainda mais moderno).

Torno a dizer: já passou da hora do MATAKABRA gravar um álbum, pois o grupo é ótimo!

Ouçam, se apaixonem, e aporrinhem bastante seus vizinhos!

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