Início de atividades: 2013
Discos lançados: “Burn It Down” 2016
Formação atual: Sérgio Ferreira (vocais, guitarra), Mark (guitarra), Wesley Ribeiro (baixo fretless), André Bastos (bateria)
Cidade/Estado: Belo Horizonte/MG
BD: Como a banda começou?
Sérgio: Começou como uma vontade de voltar a fazer um som, uma decisão minha com meu irmão, que deixou a banda depois de um ano. Queria apenas fazer jams. Aí convidaram a gente para fazermos um Big Four Cover tocando Slayer, e aí obvio que aceitamos. Depois de 3 shows, achamos que tínhamos que compor e fazer nosso som e assim começou tudo de verdade. Estamos tocando há décadas, tinha uns 10 anos que não fazia som com o Overdosee estava na fissura para voltar a tocar. Marke Wesley também meio parados com o Sextrash e Wesley tinha saído do Drownede Humurabi... André está na ativa demais, toca em várias bandas em BH, acho que era o que mais estava tocando… Enfiamos as caras e compusemos disco, gravamos e saímos tocando. Nosso primeiro show já foi abrindo para o Suicidal... kkkkkk... Foi engraçado até... Mas começamos com o pé direito!
BD: O que os incentivou a formarem uma banda?
Sérgio: Somos músicos desde novos acho que está no nosso sangue, acho que é isso. Nós quatro respiramos música e por caminhos diferentes chegamos onde estamos hoje, com trajetórias diferentes, mas agora felizes com o HELL’S PUNCH.
BD: Quais as maiores dificuldades que estão enfrentando no cenário?
Sérgio: Cara, a cena está caída demais, shows vazios, prejuízos e etc... Amador total. Acaba que poucas bandas vivem de Metal hoje no país, 2 ou 3, e nem sei se vivem bem, mais.... Eu fui da época ainda que gravadora dava suporte, vendia-se CD, LPs e etc. Fiz 4 turnês mundiais com o Overdose em esquemas totalmente profissionais. Tour Manager, tour support, som, luz, agência de turnê, gravadora, merchandising, despesas pagas, cachê bom e etc... Hoje, vejo bandas tendo que pegar incentivo cultural para viajar em esquemas amadores, tocando para meia dúzia de pessoas. Vão sozinhos, na cara e na coragem, para tentar algo em esquemas que, às vezes, são piores que aqui. Isso é triste, além de não achar isso muito legal (usar recursos do governo). É uma pena. Eu acho que Metal e HC são sons para poucos, mas não exageremos né (risos)?
Tem que ter gente nos shows, tem que ter mosh e hoje tá complicado.
BD: Como estão as condições em sua cidade em termos de Metal/Rock?
Sérgio: Aqui (BH) é dominada por banda cover... kkkk.... Acho tão engraçado por que chegam a ter fã-clube, kkkkk... Fã de cover chega a ser surreal, mas é isso, embora algumas sejam homenagens lindas a bandas (nada contra só acho que não deveria ser só isso)... Só tem público show cover, e para mim isso demonstra a estupidez cultural que vivemos também. Um ou outro lugar na cidade ainda dá para tocar com público razoável - Stonehendge, Matriz... Acho que são esses locais ainda vivos para o som pesado. Mas comparado à cena de dos anos 90, não tem nem 10% do público. Triste...
BD: Conseguem tocar com regularidade?
Sérgio: Até que conseguimos tocar um pouco, mas bem menos que acho que seria legal.
BD: A estrutura é boa?
Sérgio: Poucos lugares têm estrutura boa, vivemos uma crise não só no país como também no Metal e HC nacional e mundial. Mas tocamos por amor e vamos continuar a meter bronca!! Segundo CD já está sendo composto e a gente mete as caras e fazemos mesmo!!! Fazemos porque amamos isso!
BD: Hoje em dia, muitos gostam de declarar o fim do Metal, já que grandes nomes estão partindo, e outros parando. Mas e vocês, que são uma banda, como encaram esse tipo de comentário?
Sérgio: Metal nunca vai acabar, mas sim, passa por crises. Acho que sangue novo tem que aparecer e por vezes coisas boas aparecem mesmo. NUNCA vai morrer, mas das crises que vivi nessas 3 últimas décadas essa é a pior, sem dúvida! Quem gosta de Metal e HC não liga para crise nem porra nenhuma, tá no sangue! Mas agora está preocupando um pouco mais. Acho que há uma estupidificarão enorme da juventude e banalização da cultura e sendo assim acho que o metal, que é um som de alto nível de maneira geral, tende a sofrer mais.
BD: Em termos de Brasil, o que ainda falta para o cenário dar certo? Qual sua opinião?
Sérgio: Cara, acho que estamos no ciclo de baixa agora, mas acho todos tem que participar dos eventos, temos que tocar e foda-se! Acho que só assim a coisa pega. Se não comparecermos não vai ter incentivo em fazer show de Metal. Acho que Metal sempre foi underground e quando vira mainstream dá merda, mas o underground está sem se movimentar e temos que retomar isso tocando, gravando bons sons e unindo esforços para fazermos bons eventos.
BD: Deixe sua mensagem final para os leitores.
Sérgio: Porra, obrigado pela força Metal Samsara, continuar apoiando é o modo de fazermos nossa parte para coisa melhorar para todos que verdadeiramente curtem Metal. À galera das antigas e galera nova, o HELL’S PUNCH está por aí tocando em todas as mídias sociais, streaming, para baixar o CD, e ainda temos CD físico à moda antiga pela Cogumelo Records. Façam contato! Sempre batemos um papo nas mídias com a galera que curte no Brasil e fora tb. Tem sido muito legal! Não interessa o quão mal o mercado está, estaremos fazendo som e tocando para quem quiser ouvir, todos são bem-vindos!!!!
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Veja o vídeo oficial de “Hate” :
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