sexta-feira, 8 de setembro de 2017

SPELL FOREST - Candelarum (Álbum)


2017
Nacional

Nota: 9,5/10,0


Tracklist:

“Candelarum” EP:

1. Candelarum
2. Rebellionis
3. Hoc Est Corpus Meus
4. Viva Satanas

“Adornus Satani” Rehearsal Demo 1998:

5. Moon of Serpent
6. Adornus Satani

“Adornus Satani” Rehearsal Demo 2000:

7. The Majestic Throne of Forest (Intro)
8. Moon of Serpent
9. Adornus Satani
10. Gran Dominium
11. The Dark Sphere of Soul
12. Dark Enchantment
13. Tormented by the Evil Existance (Outro)


Banda:

Lord Mephyr - Vocais, guitarras, teclados, baixo
Pestiferat XIII - Bateria, percussão


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Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Quando se fala em Black Metal no Brasil, muito se pensa no aspecto das polêmicas, mas não deveríamos nunca deixar de lado o aspecto musical. Apesar de tudo, o gênero agrega muito valor a todos os outros. E por aqui, podemos dizer que temos de tudo em termos de Black Metal, e o SPELL FOREST, um grupo de muita experiência nos ombros, é um dos nomes mais fortes e criativos do gênero. E como a Drakkar Productions Brasilpossui forte preocupação mercadológica com os fãs do estilo, eles bancaram o relançamento do EP “Candelarum” de 2014, só que com algumas faixas bônus ótimas.

O que temos em mãos é uma compilação. Temos, juntamente com as faixas do supracitado EP mais as duas Demos-ensaios “Adornus Satani”, sendo uma de 1998 e a outra de 2000, antes que a banda lançasse seu primeiro álbum em 2001. O que se percebe através dessa passagem que compreende 16 anos é que o SPELL FOREST mantém uma identidade musical forte, mas que não se nega a evoluir dentro dos limites do Black Metal soturno e sombrio nos moldes da SWOBM. E essa fusão de personalidade com uma visão diferenciada e experiente faz da banda um nome bem conhecido no underground e com um trabalho tão bom.

Em termos de qualidade sonora, é mais que óbvio que elas existem. As das Demos estão em um bom nível para a época, onde as limitações financeiras e de equipamentos (e mesmo de um pouco de “know-how” de como se gravar o gênero por aqui), e mesmo porque a crueza faz parte do charme do Black Metal, verdade seja dita. Já as quatro do EP possuem uma crueza mais calculada, embora permitindo que os instrumentos sejam ouvidos e compreendidos. Tudo isso visando soar mais orgânico, cru e sombrio, e justamente por isso, ficou muito bom.

A arte, feita por Mara Huwe e o design interno da Svart Design deixam o disco ainda mais belo e fúnebre, com o uso de tons de preto, branco e cinzento, tudo isso em um belo formato Digipak de três painéis.


Embora não tão conhecido no cenário mundial como seus compatriotas do MYSTERIIS, PATRIA e OCULTAN, o trabalho musical do SPELL FOREST é digno de menção honrosa e tão bom quanto cada um deles. Sombrio e pesado, agressivo na medida certa, com uma técnica musical sóbria e ótimos arranjos, suas canções seduzem os ouvintes mais e mais conforme nos ambientamos a ela.

“Candelarum”, como dito anteriormente, originalmente é um EP de quatro faixas, onde “Candelarum” mostra-se uma canção um pouco mais tradicional em termos de Black Metal (com ótimas guitarras mostrando melodias soturnas e teclados sinistros ambientando-a), seguida da agressividade à lá MAYHEM antigo de “Rebellionis” com sua base rítmica veloz em um bate-estacas impiedoso (embora com boas mudanças rítmicas por parte de baixo e bateria), o peso ríspido e bruto de “Hoc Est Corpus Meus” e de “Viva Satanas” (ambas com ótimos vocais e riffs excelentes) mostram como o grupo tem lenha para queimar.

Em termos das Demos, é bom se preparar, pois a qualidade sonora é extremamente crua, especialmente em “Adornus Satani” de 1998, com a de 2000 um pouco melhor. Mas ambas as versões para “Moon of Serpent” e “Adornus Satani” de ambas as Demos, mais “Gran Dominium” e sua agressividade espontânea e envolvente, e a explosiva “Dark Enchantment” nos levam à conclusão de que o grupo é realmente fiel às suas raízes musicais, mas sem ficar preso ao passado.

No mais, o SPELL FOREST não necessita de muitos elogios, já que o trabalho deles por si já diz tudo. Logo, aproveitem, pois a tiragem de “Candelarum” é limitada a 500 cópias apenas!

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