segunda-feira, 9 de setembro de 2019

DISTORT - New Terror Against Greed


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Selo: Independente
Importado


Tracklist:

1. Terror Against Greed
2. Mad as a Hatter
3. Hidden Thoughts
4. Blowing Up
5. Shotgun
6. Modern Slave
7. Covering a Face
8. Thrashed Life


Banda:


Heverton Souza - Vocais
Cristiano Fusco - Guitarras, baixo


Ficha Técnica:

Heverton Souza -Produção, artwork
Cristiano Fusco -Produção
Thiago Medeiros - Bateria


Contatos:

Site Oficial:
Instagram:
Assessoria: luxpress1@gmail.com (Lux Press)

Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução:

De alguns anos para cá, vê-se “remakes” de discos famosos, ou seja, quando as bandas regravam aquilo que haviam feito no passado. Muitos trabalhos são muito bons, como a série “Thrash Anthems” do DESTRUCTION e mesmo “The Final Sign of Evil” do SODOM, mas outros parecem mero oportunismo. Mesmo o Brasil não está longe desse tipo de fenômeno, pois existem bandas que dão uma olhada no passado em busca de refazer aquilo que, devido às condições na época, poderia ter sido melhor.

Um belo exemplo de um “reboot” cheio de energia é “New Terror Agaisnt Greed”, “remake” do primeiro disco do grupo paulista DISTORT, que chega para botar as paredes para tremer.


Análise geral:

O trabalho do grupo é um Thrash Metal híbrido, que combina o peso e brutalidade da escola européia do gênero com alguns toques de Crossover dos EUA, algo híbrido entre EXODUS, TESTAMENT, DESTRUCTION e NUCLEAR ASSAULT em suas melhores fases. É preciso destacar que o grupo tem algumas melodias muito boas (como no solo de “Hidden Thoughts”), mas a agressividade opressiva chega a causar dores nos ouvidos menos acostumados.

É preciso dizer que o grupo não aglutinou influências novas ao que haviam apresentado em “Terror Against Greed”, a versão de 2008, mas ganhou potência devido ao trabalho dos vocais, que dão um toque de Death Metal às composições.

E verdade seja dita: essa nova chance dada ao material antigo ficou ótima!


Arranjos/composições:

Musicalmente, pode-se dizer que “New Terror Against Greed” vem para trazer o trabalho do grupo para os dias de hoje, mas sem perder sua pegada e energia originais. Nada disso, o grupo continua com os pés fincados em seu passado (mesmo porque o jeito da banda fazer música não perde seu charme). Algo bem óbvio lembrando que Cristiano Fusco já tocou no TORTURE SQUAD, e isso aliado Heverton Souza tem passagens pelo IMPERIUM INFERNALE, ETERNAL MALEDICTION e WARSHIPPER (além do ZOMBEERS).



Basicamente, os arranjos do grupo distam de algo super-elaborado que beire o Techno Thrash Metal, mas não é simplista. É algo equilibrado, que soa bem feito e sólido, mas sem deixar que se perca a espontaneidade ou impacto agressivo.

Outro ponto: os andamentos evitam muitas firulas, buscando a solidez e peso, mas de forma alguma são estáticos, transformando as músicas em algo reto e de um único fôlego. E por isso, certamente essas canções vão causar dores de pescoço em muitos


Qualidade sonora:

A sonoridade do disco em si é um ponto muito interessante de se observar.

Embora a banda soe clara e compreensível, existe uma óbvia busca por algo sujo e cru, para não ficar polido além do que os integrantes conceberam. E por isso, tem seu charme, sem que se percam os detalhes dos arranjos e a noção do que está sendo tocado, mas evitando algo refinado demais.

Está na justa medida, diga-se assim.


Arte gráfica/capa:

A arte gráfica foi toda refeita, utilizando ilustrações de Gustave Doré (um famoso artista francês do século XIX), usando uma analogia dos ratos com uma visão de sociedade, inclusive narrada em um texto de Rubem Alves.


Destaques musicais:

Em pouco mais de 37 minutos de duração, o DISTORT vai mostrando sua força atual e bruta ao ouvinte.

As melhores: golfada brutal de “Terror Against Greed” (as mudanças de riffs e tins de vocais ficaram ótimas, em uma canção que gruda nos ouvidos, inclusive pelo refrão bem feito), o ritmo pegajoso e intenso mostrado em “Mad as a Hatter” (como dito antes, existem mudanças de ritmo, mas não a cada 20 segundos); as palhetadas aguçadas mostradas em “Blowing Up” (ótimos riffs que grudam nos ouvidos, verdade seja dita) na trabalhada (mas não em excesso) “Shotgun”, o convite ao moshpit feito em “Modern Slave”, e a rascante “Thrashed Life” (com momento nos vocais que lembram “Zetro” Souza). Mas o disco merece ser ouvido de ponta a ponta.

Isso é Thrash Metal sujo e implacável, uma muquita bem dada. E esse disco vicia, e pode ser ouvido no Spotify: https://open.spotify.com/album/4rXzAl8Jb0IE5w82uqRYDI


Conclusão:

Pode se aferir que esse “New Terror Against Greed” é um super “boost” do DISTORT, e a banda tem muito a oferecer. Ouçam e sintam os ouvidos sendo rasgados!


Nota: 8,7/10,0


Modern Slave

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