sexta-feira, 9 de novembro de 2018

CHTHONIC - Battlefields of Asura


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Selo: Ciong Zo
Importado


Tracklist:

1. Drawing Omnipotence Nigh (instrumental)
2. The Silent One’s Torch
3. Flames Upon the Weeping Winds
4. A Crimson Sky’s Command
5. Souls of the Revolution
6. Taste the Black Tears
7. One Thousand Eyes
8. Masked Faith
9. Carved in Bloodstone
10. Millennia’s Faith Undone
11. Autopoiesis


Banda:


Freddy Lim - Vocais, erhu
Jesse Liu - Guitarras, backing vocals
CJ Kao - Teclados
Doris Yeh - Baixo, vocais femininos
Dani Wang - Bateria


Ficha Técnica:

Staffan Karlsson - Gravação, mixagem
Seiji Toda - Gravação
Joakim Dahlstöm - Mixagem
Mika Jussila - Masterização
Oink Yang-de Chen - Artwork
Mason Wang - Arte da capa
Wei-Shun Liu - Corais em “Drawing Omnipotence Nigh” e “Souls of Revolution”
Chi-Jen Chen - Corais em The Silent One’s Torch”, Flames Upon the Weeping Winds”, Taste the Black Tears”, e Carved in Bloodstone
“The Silent One’s Torch”, “Flames Upon the Weeping Winds”, “Taste the Black Tears”, e “Carved in Bloodstone”
Chun-Yu Yang - Corais em “Souls of the Revolution”
Hsuan-Yi Chen - Corais em “The Silent One’s Torch”, “Flames Upon the Weeping Winds”, “Taste the Black Tears”, e “Carved in Bloodstone”
Denise Ho - Vocais femininos em “Millennia’s Faith Undone”
Po-Jen Liao - Corais em “Drawing Omnipotence Nigh” e “Souls of Revolution”
Su-nung Chao - Erhu
Ching-Lan Hsu - Corais em “Drawing Omnipotence Nigh” e “Souls of Revolution”
Hsiang-yi Wei - Corais em “Drawing Omnipotence Nigh”, “The Silent One’s Torch”, “Flames Upon the Weeping Winds”, “Taste the Black Tears”, “Carved in Bloodstone”, e “Autopoiesis”
Randy Blythe - Bateria em e “Souls of Revolution”
Joey Kuo - Corais em e “Souls of Revolution”
Fang-Yun Chen - Dizi em “Drawing Omnipotence Nigh”


Contatos:

Assessoria:

Texto: “Metal Mark” Garcia


O Oriente é uma região cheia de lendas e folclores maravilhosos, mas muitas vezes, não temos acesso ao que se faz em termos de Metal por aqueles cantos do mundo. Mas vez por outra, encontramos bandas que fazem valer a pena a experiência. Uma delas é o 閃靈, que conhecemos por aqui como CHTHONIC, um grupo veterano de Taiwan, e que nos presenteia com o belíssimo Battlefields of Asura”, um disco fantástico e que pode transcender (e transgredir) muitas de nossas concepções musicais.

Basicamente, poderíamos dizer que a banda faz um estilo melodioso e sinfônico de Death/Black Metal, mas permeado por influências musicais de sua região (como a presença de instrumentos como erhu e dizi deixa clara), e mesmo toques de Industrial em alguns momentos (nada muito mecânico, e apenas nuances). Ou seja, é uma musicalidade bem feita, rica e cheia de nuances sinfônicas bem diferentes do usual. E não chega a ser um pecado imperdoável dizer que são o DIMMU BORGIRou CRADLE OF FILTH do oriente, embora busquem fazer as coisas de uma maneira mais própria, sem ficarem presos a modelos musicais erodidos e engessados.

Ah, se Battlefields of Asura”? Meus caros, este é um dos melhores discos de Metal extremo do ano, e talvez do Metal como um todo!

Trabalhar com uma musicalidade dessas é um desafio. Mas a produção acertou a mão, criando uma sonoridade límpida e pesada, permitindo que suas belas melodias sejam compreendidas por nossos ouvidos, bem como se tem a rispidez do Metal extremo presente nas devidas doses. Além disso, os timbres instrumentais foram escolhidos de forma que a música da banda seja rica e que todos os instrumentos musicais se encaixem nos devidos lugares. E a arte da capa, belíssima, mostra uma visão clara do que querem transmitir com o título “campos de batalha de Asura”, sendo uma palavra que vem do sânscrito असुर e seriam uma raça de deuses orientais que se opõem aos Devas. Algo complexo que merece um estudo mais aprofundado da parte de todos.

O grupo mostra um trabalho coeso, maduro e recheado de técnica. O que os diferencia de seus pares europeus é o “insight” em relação à sua música, sua forma de abordar o Symphonic Black/Death Metal. E como soam criativos, usando um amplo espectro de timbres de voz bem maior do que estamos acostumados em termos de ocidente, uma proeminência de teclados (que criam lindas partes melódicas), ótimos riffs de guitarra (e solos, um aspecto pouco usado por aqui), e uma seção rítmica sólida e técnica. Além disso, o CHTHONIC não segue regras, faz como quer sua música, e a enriquece com arranjos fantásticos.

Chega a ser constrangedor destacar uma ou outra música em Battlefields of Asura”, mas “The Silent One’s Torch” com suas mudanças de tempo e lindas melodias (e um trabalho fantástico de teclados, baixo e bateria), “Flames Upon the Weeping Winds” que possui os mesmos elementos (embora seja mais melódica, com contrastes entre vocais agressivos e limpos, sejam masculinos ou femininos), o jeito que beira o Metal tradicional das guitarras de “A Crimson Sky’s Command” (lindos duetos, verdade seja dita, sem mencionar os teclados com partes Industriais aqui e ali), a riqueza sinfônica de “Souls of the Revolution”, as linhas harmônicas e arranjos de guitarras de “One Thousand Eyes”, e a técnica e cheia de mudanças de tempos “Millennia’s Faith Undone” (os vocais encaixam como uma luva nas bases instrumentais) são os grandes momentos. Se preparem, pois não tem como não ficar emocionado ao ouvir um disco tão bom.

Óbvio que a estética sonora/visual do grupo pode assustar alguns desavisados, mas é preciso entender: Taiwan, assim como todos os países da região, possuem uma cultura singular, e ela permeia seu jeito de ser e fazer música, logo, se preparem. Mas para quem tem mente pensante, não é difícil.

Óbvio que esta resenha foi escrita tendo em mãos a versão em inglês do disco (sim, existe uma versão cantada no idioma natal deles, que tem por título政治). E aproveitem, pois “Battlefields of Ashura”vem mostrar que você pode continuar sendo fã de bandas já estabelecidas, mas nomes como o do CHTHONIC merecem muito sua atenção.

Nota: 100%

Flames Upon the Weeping Winds: https://www.youtube.com/watch?v=x8uBaHnub7A










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