Ano: 2017
Tipo: Full Length
Selo: Eternal Hatred Records
Nacional
Tracklist:
1. Ready or Not, Here I Come
2. Welcome to Underground
3. Terrible Wonder of the World
4. Suffocated in Shit
5. Resilience
6. My Origin
7. Respect My Origin
8. Badocada
9. I See
10. Sacrifício Humano
11. Sangue, Suor e Poeira
Banda:
Vinícius Toledo - Vocais, guitarras
Nawdson Leite - Baixo
Helber Carvalho - Bateria
Ficha Técnica:
Natural Hate - Produção
Felipe Neto - Mixagem, masterização
Marcelo Vasco - Arte da capa
Nestor Carrera - Layout, diagramação
Contatos:
Site Oficial:
Facebook: https://www.facebook.com/naturalhate
Assessoria:
E-mail: naturalhate@hotmail.com
Texto: “Metal Mark” Garcia
A evolução dos gêneros de Metal quase sempre ocorre com a mistura entre elementos de suas muitas vertentes. Isso é fato já conhecido, para desespero dos mais puristas em termos musicais. E vez por outra, essas misturas (que acabam sendo bem pessoais de banda para banda) nos concedem discos surpreendentes, o que é o caso de “Welcome to Underground”, segundo disco do trio NATURAL HATE, da cidade de Caetité, sertão da BA.
A primeira coisa que salta aos olhos é a personalidade musical do grupo. Aglutinando elementos de Death Metal e mesmo Grindcore ao sua forma agressiva de tocar Thrash Metal, temos um híbrido extremamente brutal, mas delineado com elementos que agarram em nossos tímpanos e não saem mais. Sim, mesmo cada refrão do grupo acaba sendo assimilado com facilidade por nossos sentidos, e a diversidade em termos técnicos nos mostra um trabalho longe do trivial para aqueles que prestam atenção à música.
E sim, o NATURAL HATEé uma banda de alto nível, fazendo da audição de “Welcome to Underground” uma experiência prazerosa.
O próprio trio resolveu assumir a produção, tendo as mãos de Felipe Neto na mixagem e masterização. Tudo para garantir uma boa qualidade sonora, com bons timbres, muito peso e agressividade vazando aos borbotões. O disco sangra em energia e vitalidade, mas sempre com uma clareza que nos permite compreender o que está sendo tocado. Além disso, o aspecto visual é chamativo, enigmático e paralelo ao que o grupo expressa em termos de letras e música.
Com o NATURAL HATE, a parte de arranjos é muito bem feita (reparem nas incursões de baixo em “Ready or Not, Here I Come” para entenderem o que eu digo), e fogem ao trivial. Aliás, os cinco anos de diferença entre “Delivery Service of Chaos” (de 2012) e “Welcome to Underground” (de 2017) mostram que eles souberam evoluir, mas mantendo a consensualidade.
Aqui, o massacre sonoro impera do início ao fim, mas o requinte que permeia as 11 canções do álbum é evidente. E destacam-se a brutal e ganchuda “Ready or Not, Here I Come” (ótimo trabalho em termos de riffs de guitarra, além de partes bem legais onde o baixo fica evidente, e que refrão), as belas linhas melódicas de “Welcome to Underground” (baixo e bateria mostrando vocação para algo pesado e técnico, e mais uma vez, um refrão que entra nos ouvidos e não sai mais), as mudanças de tempo bem feitas de “Terrible Wonder of the World”, o ritmo mais abrasivo e lento de “Suffocated in Shit” (recheada de boas mudanças de ritmo), a brutalidade extrema e cadenciada de “Resilience” (as variações de timbres agressivos dos vocais ficaram ótimas), os toques regionais de “My Origin”, a fúria escancarada de “Respect My Origin” (a letra é um manifesto, ilustrando a indignação de todos no Nordeste contra pensamentos racistas, e isso ilustrado por ótimos riffs e arranjos de guitarras), a massacrante “Sacrifício Humano” (cantada em português, e mais um refrão de primeira) são mencionadas como mera formalidade, já que o CD é bom de ponta a ponta. Ótimo para deixar os ouvidos dando sinal de ocupado por horas. Mas e “Sangue, Suor e Poeira” merece uma menção honrosa pela ousadia no uso de toques quase acústicos e regionais com o uso de guturais, em uma letra cantada em português que merece aplausos.
Acertando ainda mais a mão na produção (que poderia ser melhor, embora seja boa), e teremos que o NATURAL HATE será um nome forte no nível de bandas como WOSLOM, ANDRALLSe BLACKNING. Música para isso (e mesmo para conquistar o público de fora) “Welcome to Underground” mostra claramente.
Nota: 89%
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