terça-feira, 18 de setembro de 2018

DON AIREY - One of a Kind


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

CD 1 (“One of a Kind”):

1. Respect
2. All Out of Line
3. One of a Kind
4. Everytime I See Your Face
5. Victim of Pain
6. Running Free
7. Lost Boys
8. Need You So Bad
9. Children of the Sun
10. Remember to Call
11. Stay the Night


CD 2 (gravado no Fabrik, Hamburgo, em 14 de Março de 2017):

1. Pictures of Home
2. Since You’ve Been Gone
3. I Surrender
4. Still Got the Blues



Banda:


Don Airey - Teclados
Carl Sentance - Vocais
Simon McBride - Guitarras
Laurence Cottle - Baixo 
John Finningan - Bateria


Ficha Técnica:

Don Airey - Produção
Steve Bentley-Klein - Cordas
Piers Mortimer - Mixagem (todas as faixas exceto as do CD 2)
Andrew Thompson – Masterização (todas as faixas exceto as do CD 2)
Eike Freese - Mixagem e masterização do CD 2


Contatos:

Assessoria:
E-mail:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Discos solos de artistas consagrados sempre são uma imensa incógnita. Definindo limites para um amplo leque de possibilidades, ou vem algo similar ao que ele faz em sua banda principal (ou fez), ou algo sem similaridades com ela. Logo, o disco “One of a Kind”, do tecladista DON AIREY (que nos chega pela Shinigami Records) está dentro das fronteiras definidas por tais parâmetros, mas nos trazendo algumas surpresinhas muito boas.

Para início de conversa, Donjá tocou com músicos e bandas como OZZY OSBOURNE (tocou em “Diary of a Madman” e “Bark at the Moon”, onde sua presença é marcante), RAINBOW, COLOSSEUM II, GARY MOORE, JETHRO TULL, MICHAEL SCHENKER GROUP, THE COMPANY OF SNAKES, WISHBONE ASH, participou ainda como membro ao vivo com Graham Bonnet e Uli Jon Roth, e fez aparições em trabalhos de JUDAS PRIEST, BLACK SABBATH, UFO, SAXON, Glenn Tipton, Andrew Lloyd Webber, Bruce Dickinson, Brian May e uma lista imensa de artistas, e atualmente está no DEEP PURPLE. Experiência é com ele mesmo, e o que temos em “One of a Kind”é o mais puro Classic Rock/Hard Rock com “inserts” de Rock Progressivo. Mas podem pensar duas vezes, já que o disco não soa clichê ou datado, mas atual, vigoroso e com músicas vibrantes. E se acompanham (ou acompanharam) o trabalho de Donem algum período, verão que ele pegou um pouco de cada, adicionou seu toque pessoal e pronto: está lançado um grande disco!

No lado sonoro, a produção é caprichada. Óbvio que tudo soa claro e bem definido, como se esperaria de um músico experiente e exigente, mas o disco tem aquele toquezinho de crueza necessário a uma obra de Rock. O ponto forte é: mesmo com toda a tecnologia digital moderna, o jeitão de “One of a Kind” é de um disco bem espontâneo, solto, com aquele clima orgânico do passado, mas com a sonoridade firme e clara que a modernidade consegue. Tem-se então o melhor de dois mundos, mesmo na parte ao vivo.

Em termos gráficos, a apresentação como um todo é bem simples, sem muitas embromações, com uma diagramação rápida e direta. Nisso, percebe-se que a opção foi por algo que permita que a atenção do ouvinte fique apenas nas músicas, e isso é mais que suficiente. Bem mais, para ser sincero.

No lado musical, o jeitão descompromissado de “One of a Kind” é extremamente sedutor, com ótimas melodias, cada refrão polido na medida certa, mas sem que o disco perca sua aura de espontaneidade. Embora bem arranjadas e com boa técnica, não se percebe exageros, mesmo sabendo que temos (fora Don), músicos de primeira grandeza como Carl Sentance (vocalista atual do NAZARETH), Simon McBride (guitarrista que tocou no finado SWEET SAVAGE), e Laurence Cottle (baixista que já tocou com Gary Moore) nessa banda. Aliás, é bom que se diga que o foco do disco não está nos músicos, mas nas músicas, logo, essas feras se juntaram para criar um obra de arte, verdade seja dita!

O disco 1 é o “One of a Kind” propriamente dito, onde temos as 11 canções inéditas. E é de tocar o coração a energia empolgante de “Respect” (uma canção onde se fundem os elementos dos 70 e atuais sem problemas, um Hardão clássico com ótimos riffs de guitarras e refrão marcante), o jeitão bluesy à lá DEEP PURPLE de “All Out of Line” (os andamentos são sólidos, com ótimo trabalho de baixo e bateria), as lindas melodias envolventes de “One of a Kind” (a acessibilidade é ótima, contrastando peso e melodia, e encorpada pelos teclados e elementos de Classic Rock, fora um refrão maravilhoso e o trabalho dos vocais é excelente), a solidez harmônica e densa de “Victim of Pain” (guitarras com riffs bem modernos, e uma estética que remete aos 80 e 90, mas sempre com a classe de quem sabe o que faz), a beleza encorpada de “Running Free” (reparem bem nos arranjos instrumentais, e em como as linhas vocais se encaixam perfeitamente sobre eles, especialmente na cama de teclados e pianos jazzísticos), o encontro do peso dos 80 e 90 com a estética “Heavyssiva” que se ouve em “Lost Boys” e em “Children of the Sun”, e o Hard Rock “ponha a casa abaixo” em “Stay the Night”. São estes os melhores

Agora, o CD 2 é gravado ao vivo, em uma apresentação do grupo no Fabrik, Hamburgo (Alemanha), em 14 de Março de 2017. E nas quatro canções, hinos eternos de bandas por onde Donjá deu o ar da graça. E digamos de passagem, as versões para “Pictures of Home” (do DEEP PURPLE), “Since You’ve Been Gone” (que originalmente é do ex-guitarrista do ARGENT, Russ Ballard, e inclusive aparece em seu disco solo de 1976, “Winning”, mas que depois foi regravada pelo RAINBOW), “I Surrender” (do RAINBOW), e “Still Got the Blues” (de GARY MOORE), todas fazendo bonito e honrando as originais, mas mostrando a força do grupo ao vivo, logo, nos faz querer ver um show deles por aqui.

“One of a Kind” é uma bela peça de arte que merece figurar em qualquer coleção que se preze.

Nota: 100%


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