segunda-feira, 6 de agosto de 2018

HÉIA - Magia Negra


Ano: 2007 (original) / 2018 (relançamento)
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Maldade Infame
2. Karbara’s
3. Magia Negra
4. Portal
5. Maligna
6. Perversidade
7. Mística da Desgraça
8. Manifesto da Desgraça
9. Ritual
10. Magia Negra (vídeo)


Banda:


Perverso - Baixo, vocais
Místico - Guitarras, vocais
Desgraça - Bateria


Ficha Técnica:

Luiz Maldonale - Produção
Gustavo Sasez - Produção
Héia - Produção
Místico Cultos - Arte gráfica


Contatos:

Site Oficial: 
Assessoria: http://sanguefrioproducoes.com/artistas/Héia/55(Sangue Frio Produções)

Texto: M. Garcia


Em termos de Black Metal, desde antes da chegada da SWOBM (Second Wave of Black Metal), o Brasil já estava em paralelo com o que ocorria na Europa. Enquanto MAYHEM, BURZUM, DARKTHRONE, BURZUM, IMPALED NAZARENE, BEHERIT, ROTTING CHRIST, NECROMANTIA, VARATHRON e outros estavam varrendo o velho continente com sua música extrema no início dos anos 90, bandas como SONGE D’ENFER e outros já estavam criando caos por aqui na mesma época. Óbvio que o fenômeno causou ecos no underground, e o Black Metal hoje em dia é um gênero bem estabelecido e de sucesso (basta ver como representantes do estilo surgem nos grandes festivais de Verão no exterior). No Brasil, o Black Metal é essencialmente underground, o que não impede que as bandas façam trabalhos ótimos, como o trio HÉIA, de Goiânia, que nos chega com o relançamento de “Magia Negra”, primeiro álbum do grupo, lançado no já distante 2007.

O grupo nos mostra no play como é consensual com seus trabalhos anteriores e posteriores. Aqui pulsa o Black Metal praticado nos moldes dos anos 90, sem preocupação com nada que não seja em soar agressivo e cru, mas sempre com uma subjetiva preocupação estética em termos de arte-finalização (ou seja, em arranjar sua música). Mesmo não sendo um grupo que vem para revolucionar o gênero, mostram personalidade musical suficiente para se manterem firmes da maneira que são, com uma energia brutal impressionante.

Em termos de qualidade sonora, é preciso deixar claro que é um típico disco de uma banda de Black Metal à lá SWOBM: crua e realmente ríspida, longe de qualquer tipo de super produção. Soa quase “plug and play”, ou seja, eles chegaram, tocaram e pronto. Óbvio que para muitos isso pode soar sem propósito ou mesmo desleixo com sua música, mas no estilo deles, a “estética do feio” é algo que faz parte do trabalho. Mesmo assim, não está ruim para os menos acostumados. E o que ficou incrível nesse relançamento foi a arte, tudo expresso em um digipack muito bem feito e mostrando a essência do grupo. O encarte ficou muito bom, mesmo com a ausência das letras (mesmo porque o trio usa letras em português).

O mais importante: quando a música começa a tocar, o HÉIA mostra-se firme, com uma sonoridade que, se por um lado soa simples, de outro é cheia de energia. Além do mais, se prestarem atenção, verão algumas mudanças de ritmo e mesmo arranjos musicais que não são convencionais, mas que encaixaram muito bem nessa musicalidade espontânea e bruta.

E canções como a brutal e ríspida “Maldade Infame” (com seu ritmo simples e direto que empolga o ouvinte, além dos riffs de guitarras), as sutis mudanças de ritmo de “Karbara’s”, a rispidez crua e sedutora de “Magia Negra” e “Portal” (onde se percebe que o Black Metal pode ser tão grudento como outros gêneros do Metal), o trabalho simples e firme da base rítmica em “Perversidade”, e a crueza dura e artesanal de “Ritual”(com um ritmo mais refreado e uma pegada impactante) formam a espinha dorsal de um disco cuja aproximação de se fazer Black Metal que não se ouve tanto por aí, mas que tem um enorme valor. Ainda temos no CD um vídeo para a música “Magia Negra”, que ficou muito interessante de se ver.

“Magia Negra” é um disco muito bom, e vem justamente em um momento em que o HÉIA se prepara para abrir o show do MARDUK no Rio de Janeiro e tem ganhado notoriedade.

Nota: 83%


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