Ano: 1996 (original) / 2018 (lançamento brasieiro)
Tipo: Full Length
Selo: Shinigami Records
Nacional
Tracklist:
1. Find Your Self, Discover God
2. Like Fire to Water
3. The Truth Within
4. The Path Ahead
5. A Neverending Way
6. Takasim
7. Thee by the Father I Pray
8. Flawless Belief
9. Joy
10. Whisper My Name When You Dream
11. Shir Hama’alot
12. El Meod Na’ala
13. Of Temptation Born
14. The Evil Urge
15. Shir Hashirim
Banda:
Kobi Farhi - Vocais
Yossi Sassi - Guitarra solo
Matti Svatizky - Guitarra base
Uri Zelcha - Baixo
Sami Bachar - Bateria
Ficha Técnica:
Kobi Farhi - Produção, mixagem, artwork
Yossi Sassi - Produção, mixagem
Udi Koomran - Engenharia, mixagem, masterização
Ran Bagno - Masterização
Ehud Graff - Artwork
Patrick W. Engel - Remasterização (2016)
Hadas Sasi - Vocais femininos
Amira Salah - Vocais femininos
Abraham Salman - Kanun
Avi Agababa - Tamborim, darbuka, zil, tar, bendir, darbuka
Yariv Malka - Samples, shofar
Sivan Zelikoff - Violino
Felix Mizrahi - Violino
Avi Sharon - Oud, backing vocals
David Sasi - Vocais, backing vocals
Contatos:
Assessoria: Arne.Jamelle@centurymedia.de(Europa), kelly@rightanglepr.com (EUA)
E-mail:
Texto: Marcos Garcia
Muitas vezes, algumas pessoas se perguntam o motivo de certos discos serem relançados em versões remasterizadas. A mais óbvia das respostas é a mais certa: por um motivo ou outro, muitos fãs ainda não possuem aquele disco em questão. Logo, os relançamentos têm esse fundo nobre, além de despertarem certa nostalgia. Para nós, que moramos no Brasil, o lançamento da versão remasterizada de “El Norra Alila”, segundo disco do grupo israelita ORPHANED LAND, vem não só para despertar a paixão dos fãs, mas acessibilidade, já que nunca foi lançado oficialmente por aqui. Ponto para a Shinigami Records mais uma vez.
Se nós podemos dividir a carreira do quinteto em duas, “Sahara” e “El Norra Alila” estão na parte que antecede um silêncio de 8 anos sem lançamentos oficiais deles (que só será rompido em 2004, com o lançamento de “Mabool - The Story of the Three Sons of Seven”). E embora ainda mantenha certa crueza sonora devido às influências de Metal extremo, este CD já está bem próximo dos últimos discos do quinteto, com maior esmero em termos de arranjos, mas mantendo a fórmula de Metal + música regional do Oriente Médio, apenas de uma forma mais bem lapidada. Inclusive os vocais limpos tão característicos do grupo começam a ter maior proeminência em relação o que ouvimos em “Sahara”, onde a maior parte deles se focada em tons quase góticos.
Desta forma, se percebe que “El Norra Alila” faz a ponte entre a agressividade do passado com a estética mais elaborada do futuro.
Assim como “Sahara”, este disco foi gravado e mixado nos Sigma Studios, em Tel-Aviv (Israel), exceto “Shir Hashirim”, que foi gravada no The Infinite Studio. A qualidade sonora melhorou bastante, com maior clareza, bem como uma estética mais burilada em termos de tons instrumentais (agora nem tão voltados ao Metal extremo assim). Embora ainda use de certa crueza sonora, ela está paralela ao que o disco nos mostra. Inclusive a remasterização, feita mais uma vez no Temple of Disharmony na Alemanha, em 2016, deu uma melhorada, um brilho extra à sonoridade.
A arte gráfica, assim como em “Sahara”, é toda nova, trazendo uma nota introdutória do vocalista Kobi ao que é o Oriental Metal. Ficou elegante e vistosa, como se vê em relançamentos remasteriados.
Um dos pontos fortes desse álbum são os contrastes entre as partes pesadas e aquelas onde temos a presença de elementos orientais. Tanto o é que o nome “El Norra Alila” é a junção dos termos hebraicos ‘El Nor’ (deus da luz) e ‘Ra Alila’ (mal da noite). O disco também mostra maior presença de percussões, além da utilização de violinos, vocais femininos e outros elementos que, se por um lado já eram presentes antes, agora ganham maior evidência. Sim, o ORPHANED LAND evoluiu bastante de um disco para o outro.
15 músicas são apresentadas ao ouvinte (embora algumas sejam temas bem curtos em que o lado oriental do trabalho deles seja bem mais evidenciado). E mesmo formando um contexto homogêneo, destacam-se as melodias sinuosas e densas de “Find Your Self, Discover God” (um belo trabalho nas guitarras, verdade seja dita, com riffs muito bons), a complexidade rítmica de “Like Fire to Water” (realmente, baixo e bateria mostram-se ótimos, e a presença de percussões regionais deixa tudo ainda mais interessante), a densa e bem emotiva “The Truth Within” (embora os vocais estejam ótimos, é impossível não citar os belos solos de guitarra), o peso evolvente à lá anos 90 de “Thee by the Father I Pray” (que nos remete ao Melodic Death Metal praticado naqueles dias em suas partes mais cruas) e de “Whisper My Name When You Dream” (os vocais mais limpos e sem entonações sussurradas contrastam muito bem com as incursões de vozes femininas), a calmaria melodiosa de “Shir Hama’alot” (outra canção deles que é focada apenas em elementos regionais, que ficou excelente), o mix de Metal com estilos musicais do Oriente Médio que surge em “El Meod Na’ala”, além da agressividade delineada por partes melancólicas de “Of Temptation Born”. Todas são músicas excelentes, assim como as que não foram mencionadas.
Óbvio que as letras do grupo já estão melhores do que se vê em “Sahara”, pois a banda evoluiu em todos os sentidos. O chamado à paz que é feito está ainda mais claro, com o grupo usando letras em hebraico e mesmo latim. As mudanças que explodirão no futuro começam a aparecer.
Dessa forma, “El Norra Alila” vem até nós, fãs brasileiros, pela primeira vez em um lançamento nacional. E é um disco ótimo, que tende a conquistar ainda mais fãs para o grupo.
Shalom!
Nota: 94%
Nenhum comentário:
Postar um comentário