segunda-feira, 2 de abril de 2018

VULCANO - Live III - From Headbangers to Headbangers


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

CD 1:

1. The Man, The Key, The Beast
2. Church at a Crossroad
3. Witches Sabbath
4. The Signals
5. The Evil Always Return
6. The Gates of Iron
7. Propaganda and Terror
8. Thunder Metal
9. I’m Back Again
10. Awash in Blood
11. The Tenth Writing
12. Welcome to the Army

CD 2:

1. Red Death
2. Total Destruição
3. Guerreiros de Satã
4. Legiões Satanicas
5. Dominions of Death
6. Spirits of Evil
7. Ready to Explode
8. Holocaust
9. Incubus
10. Death Metal
11. Bloody Vengeance


Banda:


Luiz Carlos Louzada - Vocais
Zhema Rodero - Guitarras
Gerson Fajardo - Guitarras
Carlos Diaz - Baixo
Arthur “Von Barbarian” - Bateria


Ficha Técnica:

Ivan Pellicciotti - Mixagem, masterização
André “Cigano” Martins - Artwork
Marcelo Vasco - Design


Contatos:

Twitter:
Instagram:
Assessoria: http://www.sanguefrioproducoes.com/artistas/VULCANO/20(Sangue Frio Produções)


Texto: Marcos Garcia


Em 1985, um dos discos mais clássicos do Metal extremo brasileiro, chamado simplesmente de “Live!”, revelou ao mundo o poder musical do VULCANO, quinteto brasileiro de Santos (SP). Um ano depois, viria o primeiro álbum de estúdio, “Bloody Vengeance”, que se tornaria um referencial para bandas de Thrash/Death/Black Metal nos anos que viriam. E agora, 33 anos depois de “Live!”e 32 anos após “Bloody Vengeance”, a Heavy Metal Rock coloca no mercado “Live III - From Headbangers to Headbangers”, duplo ao vivo que vem coroar o ótimo momento do grupo.

Gravado ao em 21/10/2017 na comemoração dos 34 anos da loja Heavy Metal Rock e 35 anos da banda (sim, a parceria entre eles é longa), este disco mostra como o VULCANO atual ainda tem poder de fogo ao vivo de tantos anos. O Thrash/Black Metal da banda (que vez por outra ganha contornos de Death Metal e mesmo alguns toques de Crossover) não muda muito, e justamente porque a banda não exagera em termos de produção, as canções ao vivo são extremamente fiéis às versões dos discos de estúdio. E o entrosamento da banda se reflete na energia com que as canções são executadas.

Graças à ótima captação do show, a qualidade sonora de “Live III - From Headbangers to Headbangers” está no mesmo nível do que encontramos em discos ao vivo gringos. Aliás, a clareza deixa claro que o grupo se preocupa em uma captação correta do que fazem (visando manter a compreensão do que estão tocando), mas sem que o peso seja perdido. Além disso, a energia de um show foi transposta de maneira extremamente satisfatória para o disco. Óbvio que alguns saudosistas vão reclamar, bradando que “Live!” é uma referência (sempre tem um para reclamar). Peço que me permitam um comentário: fazer um disco conforme as condições de seu tempo é mérito; fazer porque outros no passado fizeram é ser cópia.

A arte ficou ótima, bem simples e apenas em tons de preto, branco e cinza. O encarte possui fotos coloridas da apresentação, e ficou com aquele jeitão “anos 80” na diagramação. Um trabalho visualmente ótimo, ainda mais nesse digipack lindo de três páginas.

O setlits deu uma varrida na carreira da banda como um todo, com maior ênfase no material de “Bloody Vengeance” (que foi tocado na íntegra). Mas mesmo assim, clássicos de “Live!” e outros discos estão presentes. Só que estas versões mais jovens deixam claro que o quinteto não vive de seu passado, mas que ainda possuem uma enorme vontade de fazer música e toar ao vivo.

O VULCANO ao vivo é sempre um show de primeira, e quem já os viu (como este autor entre tantos outros) percebe que a energia não se dissipa: é uma constante, com guitarras mostrando riffs excelentes, vocais que mostram diversidade de timbres, e uma base rítmica sólida, coesa e com boa técnica.

Para os que conhecem a banda de pouco tempo, músicas como a pesada e brutal “Church at a Crossroad”, além da trinca opressiva de “Propaganda and Terror”, “Thunder Metal” e “I’m Back Again” (todas do último disco da banda, “XIV”), além de “Awash in Blood” (de “Drowning in Blood”) e “The Tenth Writing” (de “Wholly Wicked”) são canções certas para a alegria dos mais jovens.

Para os mais experientes, que conhecem o grupo de longos anos, existem os velhos hinos que estão com uma vitalidade assombrosa. Ouvir a destruidora de pescoços “Witches Sabbath”, a trituradora de ossos “Total Destruição” (o peso das bases e solos de guitarras e a interpretação dos vocais ficaram de primeira, inclusive com aquela introdução narrativa da versão original), a clássica “Guerreiros de Satã” (como baixo e bateria estão ótimos em termos de técnica e peso), a veloz e opressiva “Red Death” (do clássico “Anthropophagy”), além de pancadas vindas de “Bloody Vengeance” como “Dominions of Death”, “Ready to Explode”, a explosiva Black/Death Metal “Incubus” (reparem bem na influência do Crossover em algumas partes), e na crueza cadenciada e opressiva da clássica “Bloody Vengeance” são prazeres enormes, ainda mais com essa qualidade sonora de primeira.

O VULCANO tem história, sabe usar isso em seu favor ao compor e tocar ao vivo, logo, a aquisição de “Live III - From Headbangers to Headbangers” é obrigatória!

Nota: 97%

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