quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

BITER - The Eyes of the Biter


Ano: 2017
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Nightfall
2. Midnight City
3. Mistress of Darkness
4. Wild ‘n’ Free
5. Heavy Metal Hurricane
6. The Eyes of the Biter


Banda:


Diego Alcon - Guitarras, vocais
Jimmy Walker - Guitarras
Brian Adriano - Baixo, vocais
Anderson Bregantin - Bateria


Ficha Técnica:

Adriano Conde - Vocais
Gabriel Aguillar - Vocais
Fabiano Blator - Artwork


Contatos:

Site Oficial:
Twitter:
Instagram:
Bandcamp:
Assessoria: http://infomusicpress.com/site/ (Info Music Press)


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


A paixão pelo Metal oitentista se justifica de várias formas, especialmente porque a diversidade que conhecemos nos dias de hoje começou justamente na primeira metade dos anos 80. O que muitos fãs ainda não compreendem é que não existem proibições sobre se fazer o dito Metal “Old School” nos dias de hoje (mesmo porque música é algo atemporal), mas trilhar por este caminho significa que você vai precisar se atualizar em alguns aspectos, para que a música não vire uma mera cópia do que já foi feito antes. Nesse ponto, o quarteto BITER, de Indaiatuba (SP) mostra que tem boas ideias e muito potencial em “The Eyes of the Biter”, seu primeiro álbum.

Em termos diretos: a banda faz uma mistura de Metal tradicional à lá NWOBHM com aspectos do Speed Metal da primeira metade dos anos 80. Ou seja, boas melodias, nível de energia nas alturas, boa técnica instrumental, mas o que mais surpreende no trabalho deles é a capacidade de pegar todos os clichês do estilo e criar algo cheio de vida. A música flui deles, e não é algo forçado, como muitos teimam em fazer. Não há um resgate ao “feeling anos 80”, mas apenas a vontade de fazer a música que eles gostam. E isso conta muitos pontos.

O ponto que causa alguns problemas é a produção sonora. Ela ficou com volume de som baixo, e soa oca muitas vezes. Talvez o produtor tenha buscado por algo mais orgânico e cru para encaixar na música do grupo, mas se poderia ter feito isso de outras formas. Mas não está de todo ruim, pois se tem a compreensão plena do que está sendo tocado. E a arte ficou muito legal, mais uma vez usando os clichês dos anos 80, mas encaixou como uma luva no que eles fazem.

O trabalho musical do BITERnão busca ser inovador ou criar novas vertentes no Metal. Tão pouco vem querendo puxar o movimento para os anos 80. É algo honesto e que vem do coração, bem feito e muito espontâneo. Eles possuem uma capacidade de criar riffs e refrãos que grudam em nossos ouvidos, de tecer linhas melódicas simples e envolventes. Ninguém precisa ser inovador, não há regras quanto a isso, mas eles possuem identidade, e isso é o suficiente.

O lado musical supera os defeitos, justamente porque eles têm talento, como as seis canções do álbum testemunham. Mas é uma experiência e tanto ouvir Metalzões pesados como “Midnight City”, a energia crua e sedutora de “Mistress of Darkness” (reparem o jeitão Rock ‘n’ Roll à lá CHROME DIVISION em algumas artes, e vocais bem encaixados), o jeito germânico grudento de “Wild ‘n’ Free”, o trabalho peso-pesado de baixo e bateria em “Heavy Metal Hurricane”, e a pegada melódica suja de “The Eyes of the Biter” com seus riffs melódicos e raçudos.

Uma produção melhor da próxima vez (algo como o ENFORCER costuma usar), e ninguém segura esses sujeitos! E não foi à toa que o grupo foi escolhido para participar do Open The Road Festival Open Air, em fevereiro próximo.

Nota: 82%

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