sexta-feira, 1 de setembro de 2017

BURNKILL (Thrash/Death Metal - Pouso/MG)


Banda: BURNKILL

Início de atividades: 23 de Junho de 2014

Discos lançados: “Guerra e Destruição” (2016)

Formação atual: Antony Damien (vocais), Lucas Maia (guitarras), Pedro Hoffmann (baixo) e Anderson Lima (bateria)

Cidade/Estado: Pouso Alegre/MG


BD: Como a banda começou? O que os incentivou a formarem uma banda?

Antony Damien: a banda surgiu em 23 de junho de 2014 na cidade de Pouso Alegre (MG), com o intuito de trazer algo diferente do metal de hoje em dia resgatando também as raízes do Thrash Metal, fazendo um som totalmente autoral e em português.

O tema central de nossas letras são as guerras impostas pelos homens em nome das Religiões, política, conflitos e etc. Não citamos diretamente religião X, Y ou partidos, mas encontramos uma forma de expor nossa revolta por todas as doutrinas impostas pela sociedade, que se faz máquinas de matar utilizando as “armas santas” ou pessoas inocentes como presságios das guerras.


BD: Quais as maiores dificuldades que estão enfrentando no cenário?

Lucas Maia: Umas das dificuldades que vejo vêm da parte do público, muitos bangers ainda não estão dispostos a ajudar as bandas, um exemplo é o merchand, a galera muitas vezes não apoia comprando os produtos das bandas que são vendidos nos shows ou pela internet. São coisas que as bandas investem muito e o retorno disto às vezes não chega como esperado, mas isso é questão de planejamento e de tornar atrativo o mesmo.

Outra parte vem de alguns organizadores, que não valorizam as bandas, colocam más condições, nem água oferecem aos músicos, estes que irão trazer entretenimento e retorno financeiro à casa de show ou na pior das hipóteses, eles não terão prejuízo nos eventos. Recentemente em uma negociação de show que tivemos, aconteceu algo lamentável, que foi o contato de um organizador que a primeiro momento nos prometeu cachê e tudo mais, depois disse que não teria dinheiro para nos pagar, pois todo dinheiro seria destinado para a “banda grande” da noite e que se nós quiséssemos tocar seria de graça. É esse tipo de respeito que alguns organizadores ainda têm nos dias de hoje. Banda grande ou não, todos devem ser tratados com respeito e no mínimo valorizados. Sabemos que ainda temos muita estrada pela frente, mas o que pedimos é apenas respeito. Ainda bem que nós temos contatos com organizadores que realmente valorizam e realizam um trabalho incrível.


BD: Como estão as condições em sua cidade em termos de Metal/Rock? Conseguem tocar com regularidade? A estrutura é boa?

Pedro Hoffmann: Sendo sincero: a cena até que é boa em Pouso Alegre e região (sul de Minas Gerais), pois poderia ser mais escasso os eventos, mas até tem com uma certa frequência aparecido shows para a BURNKILL. Acompanhamos o cenário em outros estados e parece que as coisas estão bem ruins, cancelamentos de shows por falta de público e etc. Não é sempre que todo evento que tem bons equipamentos, uma estrutura de primeira, sabemos das dificuldades, mas isso não tem nos atrapalhado. O transporte também é um dos problemas que enfrentamos pois geralmente o deslocamento é grande dependendo da localidade e são gastos altos que muitas vezes o cachê ou ajuda de custo não cobre.

BD: Hoje em dia, muitos gostam de declarar o fim do Metal, já que grandes nomes estão partindo, e outros parando. Mas e vocês, que são uma banda, como encaram esse tipo de comentário?

Anderson Lima: Teoricamente o Metal só acaba pra quem desiste. Sabemos que não é fácil essa vida, só o amor pela cena não está sendo o suficiente, mas assim como em outro trabalho qualquer ou seguimento, sem trabalho duro e suor ninguém vai a lugar algum. Quer ter sucesso e ser bem-sucedido em sua carreira? Então arregace as mangas, pare de se lamentar e haja. Não deixe que seus sonhos fiquem só no papel. A vida é muito curta pra ficar só se lamentando. Bandas consagradas também passam por problemas, o mundo está cheio de problemas e existem 2 tipos de pessoas: os que só focam nos problemas e os que sempre buscam a solução.

Os medalhões estão encerrando suas carreiras e muitas bandas ficam pelo caminho sem ao menos chegar ao mainstream, mas o Metal é maior que tudo isso. A banda se encerra, mas a obra continua e jamais morrerá. 

Tudo tem seu tempo, temos maturidade suficiente para sabermos que temos muito a evoluir, muita estrada pela frente e que todas as críticas (boas ou não) só nos servem de motivação para continuar nossa história.   


BD: Em termos de Brasil, o que ainda falta para o cenário dar certo? Qual sua opinião?

Antony Damien: Simplesmente mais apoio e mais espaço para bandas do underground que estão começando. Contando também como espaço nas casas de shows, mídia especializada, compra de merchandising das bandas etc. Sabemos que o poder aquisitivo do brasileiro anda de mal à pior, mas acho que 10, 20 ou 30 reais não pesa pra ninguém para prestigiar e apoiar a cena.

O Metal nacional hoje anda muito desunido! Acho que deveria rolar mais parcerias entre as bandas e casa de shows. Infelizmente ainda temos o público que não se interessa por conhecer bandas novas e outros estilos.

O que nos deixa esperançosos é que a cena aos poucos (mesmo com todas as pedras no caminho) vem crescendo a cada dia mais e as bandas vem trazendo som de qualidade para o público. Para um cenário forte e que nenhum lado saia prejudicado deve rolar mais união no underground nacional!

BD: Deixem sua mensagem final para os leitores.

Todos: Primeiramente gostaríamos de agradecer o espaço dado pelo Metal Samsara do incrível Marcos Garcia, que admiramos muito pelo que já fez e ainda faz pelo cenário. São pessoas como você que engrandecem o Underground Nacional.

Gostaríamos de agradecer ao público que nos segue, nosso Assessor (Gleison Júnior – Roadie Metal Assessoria), aos nossos parceiros e a todos que como nós jamais deixará de acreditar na cena brasileira.

Links para contatos:



Links para audição:





Clipe (Guerra e Destruição): https://www.youtube.com/watch?v=LvYxrbkb0Uc

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