quinta-feira, 9 de novembro de 2017

PRIMATOR (Heavy Metal - São Paulo/SP)


Início de atividades: 2010

Discos lançados:  “Involution”

Formação atual: Rodrigo Sinopoli (vocal), Márcio Dassie (guitarra), André Anjos (baixo) e Lucas Assunção (bateria)

Cidade/Estado: São Paulo/SP


BD: Como a banda começou? O que os incentivou a formarem uma banda?

André Anjos: A banda nasceu entre amigos e a motivação foi a paixão comum de todos pelo gênero: heavy metal. Todos já tinham tido alguma experiência musical anterior em bandas cover e desta vez, desde o início, nosso desejo foi em ser uma banda autoral, que produzisse conteúdo e participasse ativamente da cena.


BD: Quais as maiores dificuldades que estão enfrentando no cenário?

André:  A maior dificuldade tem sido a falta de espaço em casas de shows e a ausência de eventos que promovam a divulgação de novas bandas. Atualmente tem sido bem difícil encontrar oportunidades destas bandas mostrarem seus trabalhos. Mas acreditamos que isso se dá pela baixa procura do público também.

Com relação a isso, vemos o cenário bem “morno”. Parece que há um certo saudosismo no público que consome este gênero que cria uma barreira que impede o fomento do cenário e a viabilização de novos trabalhos, mantendo o público como consumidor apenas das grandes bandas, de trabalhos de décadas atrás, ou ainda de bandas covers.


BD: Como estão as condições em sua cidade em termos de Metal/Rock? Conseguem tocar com regularidade? A estrutura é boa?

André : Aqui em São Paulo o cenário não é diferente. Existem muitas casas destinadas ao público rock e com excelente estrutura para apresentações, mas a maioria, para não dizer a totalidade, destina seu espaço à grandes bandas, que trazem grandes públicos, ou a bandas que fazem covers de bandas famosas. Este cenário desfavorece a cena autoral e principalmente as bandas com trabalhos recentes.
O gênero por aqui tem se mantido pela força das bandas mesmo, que hoje produzem suas músicas e discos de maneira totalmente independente e com recursos próprios. O mesmo vemos acontecer com shows, onde as bandas participam ativamente da produção dos eventos, divulgação, estruturação e execução.


BD: Hoje em dia, muitos gostam de declarar o fim do Metal, já que grandes nomes estão partindo, e outros parando. Mas e vocês, que são uma banda, como encaram esse tipo de comentário?

André: É um comentário bem estranho (rs). Sei lá, dizer que está morrendo um gênero que já tem umas cinco décadas de existência, gerou e ainda gera tanta influência não só na música, mas também na cultura, estilo de vida... Não creio que o Metal esteja morrendo ou que um dia morrerá. Quem participa do meio e acompanha o que acontece sabe que boas bandas, nas mais diferentes vertentes do Metal, estão surgindo e renovando o gênero. Tem sido assim no Brasil e no mundo.

Acho que esse comentário é fruto desse saudosismo de parte do público, que ainda está agarrado aos grandes nomes do metal que estão a se aposentar com o passar do tempo, naturalmente. Também, cabe as novas bandas se posicionarem dentro deste cenário e assim encontrar um caminho de comunicação com esse público “órfão”, que após o luto da perda há de abrir os olhos para novas paixões (rs).

Essa é a dualidade que vivemos hoje, natural de um processo de renovação.


BD: Em termos de Brasil, o que ainda falta para o cenário dar certo? Qual sua opinião?

André: Pergunta difícil! Mas acho que falta os atores da cena (público, bandas, produtores) entenderem que é responsabilidade compartilhada destas figuras fazer a cena acontecer. É frequente a reclamação de que a grande mídia não abre espaço para o gênero, que não há incentivos e assim por diante. E não que não seja verdade, mas o que cada um de nós faz de efetivo para mudar isso? Acredito que o caminho seja por aí, uma mudança de mentalidade e atitude nossa, que gere barulho e faça o Metal chamar atenção de cada vez mais gente.


BD: Deixem sua mensagem final para os leitores.

André: Antes agradecemos a oportunidade dada pelos amigos da Metal Samsara em divulgar nosso trabalho e o que pensamos. Muito bacana essa reflexão sobre a cena! Aos leitores que estão nos conhecendo, convidamos a ver nossos conteúdos nas redes sociais. E a todos, espero nos encontrarmos nos próximos shows da Primator


Mais  Informações:


Ouça To Mars, do CD “Involution”:

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